População LGBT+ de Diadema levanta a voz em documentário produzido pela Prefeitura
O vídeo de 11 minutos conta com depoimentos de 8 pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais que falaram um pouco de como é a vida LGBT+
- Data: 15/06/2023 19:06
- Alterado: 31/08/2023 17:08
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Crédito:Divulgação/PMD
Na noite desta quarta-feira (14), cerca de 200 pessoas enfrentaram a chuva fina para prestigiar a estreia do webdocumentário “Vozes do Orgulho”, na Fábrica de Cultura Diadema. Idealizado pela Coordenadoria de Políticas Públicas da Cidadania e Diversidades (CPOCD) e produzido pela equipe da Secretaria de Comunicação, o vídeo de 11 minutos conta com depoimentos de 8 pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais que falaram um pouco de como é a vida LGBT+ e como ter orgulho de si mesmo apesar de todo o preconceito da sociedade.
O coordenador da CPOCD, Robson de Carvalho, aproveitou para fazer uma breve prestação de contas das ações da coordenadoria nos últimos meses. “A homofobia mata. Só em 2023, foram 80 mortes só até abril. Em Diadema, tivemos 12 casos de agressão a LGBT+, 4 deles mais graves, felizmente sem resultar em morte. Por isso que precisamos de políticas públicas para proteger essa população. Por isso que a coordenadoria funciona de portas abertas no paço municipal, para que população saiba que pode entrar na Prefeitura e ter seus direitos respeitados. Por isso que trabalhamos com todas as secretarias para atender travestis e transexuais no Ambulatório Trans, falar sobre homofobia nas escolas, incluir LGBT+ nas entrevistas de emprego, garantir o devido respeito nos espaços públicos e estabelecimentos comerciais da cidade.”
Mas não era dia de falar de violência, pontuou o coordenador. “Hoje é dia de celebrar a vida. Vozes do Orgulho vem com o papel de empoderar a população LGBT+. De mostrar que a gente tem profissão, tem família e merece respeito.”
“Quando a gente assumiu a Prefeitura, a Coordenadoria de Diversidades não existia,” continuou a vice-prefeita Patty Ferreira. “Foi preciso buscar a população e o movimento social para construir esse espaço. E ter o Robson aqui conosco é uma grata satisfação, porque ele não deixa a coordenadoria ficar parada. E nós falamos no começo, eu e o [prefeito] Filippi: ‘Vá para a rua e mostre para a população as políticas públicas que estão sendo construídas.’”
Segundo Patty, as pessoas não estão acostumadas a serem respeitadas. “E nós praticamos esse respeito com acolhimento. Acolhimento na Saúde, nas escolas, na busca pelo emprego, na Cultura, na Florestan Fernandes. É um trabalho de formiguinha. Mas esse documentário vai fazer o trabalho chegar mais longe e mostrar que nós estamos do seu lado.”
“É um orgulho ver o trabalho que iniciamos lá nos anos 2000 ter continuidade hoje, 20 anos depois,” afirmou o secretário de Segurança Alimentar, Gel Antônio, também presente na estreia, assim como representantes de diversas secretarias, autarquias e até da OAB. “Quero parabenizar a Prefeitura por reconhecer e trabalhar por essa população,” disse a Dra. Sarah Marques da Silva, presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Diadema.
Valendo nota
Muito animados com a exibição – e mais ainda com as apresentações da drag queen Gysella Popovick – estavam cerca de 25 alunos da Escola Estadual Fábio Eduardo Ramos Esquivel, que fica próxima à Fábrica de Cultura. “Nós, professores, achamos importante os alunos participarem, uma vez que vivemos em uma sociedade moderna, na qual precisamos constantemente nos inteirar do que está acontecendo,” explicou Marcondes da Silva Santos, professor de História, um dos responsáveis pela ida dos alunos ao evento. “E esse é um tema muito presente na Juventude, já trabalhado em classe, tanto que tivemos total apoio da escola e também dos pais para estarmos aqui hoje.”
Sandra Souza, que se identifica como lésbica, foi uma das vozes do documentário e estava presente com a esposa, o pai, a mãe, a sobrinha e até o sobrinho-neto. Pra ela, ver sua história na telona a fez lembrar de tudo o que lutou para estar ali. “Fiquei muito emocionada, muito feliz, não só pela minha história, mas pelos relatos de cada um. Esse tipo de divulgação é hiperimportante. Até para que outras pessoas, que tenham ainda algum receio em assumir sua sexualidade, em ser quem é, possam também se orgulhar. Se orgulhar de passar pelas mesmas dificuldades, mas sabendo que coisas boas acontecem também.”
“Para essas pessoas, que ainda têm qualquer tipo de receio, às vezes até de chegar na Prefeitura como LGBT+, a Associação Viva Diversidade está sempre de portas abertas para conversar,” comentou a presidente da associação, Lelia Batista Alves. Principal entidade responsável pelo Grito da Diversidade LGBTQIA+ nos últimos 13 anos e atuando em Diadema há 18, o Viva oferece atendimento psicológico, orientação jurídica, serviço social, palestras e rodas de conversas toda terça, quinta e sábado, das 13h às 18h e todo primeiro domingo do mês, às 15h. A associação está nas redes sociais como @ongvivadiversidade e seu contato é (11) 91318-7655.