Poluição no Grande ABC alcança níveis alarmantes
Cidades da região superam São Paulo em índices de poluição; especialistas alertam para cuidados com a saúde respiratória e recomendam prevenção em tempos de baixa umidade
- Data: 27/12/2024 11:12
- Alterado: 27/12/2024 11:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação/Freepik
O Grande ABC se encontra em uma situação alarmante em relação à poluição e qualidade do ar, com todos os municípios da região apresentando níveis considerados insalubres. Conforme dados da IQAir, uma ONG suíça que monitora a qualidade do ar globalmente, em Setembro deste ano, a cidade de São Paulo foi classificada como a metrópole mais poluída do mundo, superando cidades como Lahore, no Paquistão, e Jacarta, na Indonésia. O índice de poluição em São Paulo alcançou um pico preocupante com 183 pontos, com cidades do Grande ABC registrando números semelhantes ao da capital.
Níveis de poluição preocupantes
Na mesma época, São Bernardo do Campo chegou a 164 pontos, ultrapassando o índice da capital paulista. Outras cidades da região também apresentaram níveis alarmantes: Mauá com 160 pontos, Diadema 155, Santo André e São Caetano com 154 cada, seguidos por Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra com 153.
Em adição à crise de poluição, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja que abrange 12 estados brasileiros e o Distrito Federal, devido à baixa umidade relativa do ar. Este alerta estará em vigor até quinta-feira (11).
Impactos na saúde respiratória
Recentemente, a qualidade do ar no Grande ABC já havia sido tema de reportagens, com dados indicando que a região estava próxima da classificação ruim pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). O boletim mais recente apontou que tanto São Bernardo quanto Mauá estão com ar considerado ruim, enquanto Diadema e Santo André apresentavam condições moderadas.
Esse cenário é intensificado pelas queimadas e pela falta de chuvas. Moradores têm notado uma coloração alaranjada do sol, um indicativo do acúmulo de poluentes atmosféricos.
Especialistas destacam os riscos associados a essa condição. Andre Nathan, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, alerta que a baixa umidade pode comprometer as mucosas das vias respiratórias, facilitando a entrada de partículas nocivas. “Isso pode levar ao aumento de inflamações pulmonares e agravar quadros de bronquite aguda, tosse persistente e dificuldades respiratórias”, explicou Nathan. Ele também ressaltou a importância da hidratação adequada e cuidados durante atividades físicas em ambientes poluídos.
Prevenção e cuidados domésticos
Como medida preventiva, o uso de máscaras N95 é recomendado para evitar inalação dos poluentes. Além disso, especialistas aconselham a limitação de atividades ao ar livre entre 10h e 16h, período em que a umidade é especialmente baixa.
Dentro dos lares, cuidados adicionais são necessários. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias, sugere manter os ambientes bem ventilados e limpos para evitar a proliferação de ácaros. “Manter as janelas abertas quando possível e reforçar a limpeza de itens como tapetes e cortinas é essencial para preservar a saúde respiratória durante esses meses secos”, conclui Levy.