Política Econômica sempre ficou em suas mãos, dizem opositores

Aliados elogiam discurso de Dilma, mas não acreditam em virada de votos. Caiado e Aécio responsabilizam Dilma Roussef pelo momento econômico

  • Data: 29/08/2016 15:08
  • Alterado: 29/08/2016 15:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Política Econômica sempre ficou em suas mãos, dizem opositores

Crédito:Lula Marques/ AGPT

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Aliados da presidente afastada Dilma Rousseff avaliam que ela fez um discurso contundente e está indo bem ao responder às perguntas dos senadores, mas não demonstram o mesmo otimismo quando questionados se vão conseguir reverter votos e barrar o impeachment.

Reservadamente, um senador petista afirmou que esse momento é importante para o registro histórico, mas dificilmente mudaria o placar da votação final.

Outros parlamentares evitaram fazer avaliações. “Eu aprendi na vida que decisão judicial e apuração você só tem certeza no momento. Eu sou daqueles que acredita sempre na democracia e espero que o Senado não venha enterrá-la”, disse o senador José Pimentel (PT-CE).

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que a fala de Dilma foi direcionada aos senadores indecisos, para convencê-los a votar contra o impeachment. “Ela dirigiu o seu pronunciamento a esses senadores, com quem já vem conversando”, disse.

Já a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) afirmou que não seria o pronunciamento da presidente que iria mudar os votos, mas sim as articulações que foram feitas nas últimas semanas que poderiam reverter votos.

Dilma precisa de 28 votos para barrar o impeachment e voltar ao poder. Na última votação, que a tornou ré no processo, ela obteve apenas 21. Aliados do presidente em exercício, Michel Temer, calculam que cerca de 60 dos 81 senadores vão votar pelo afastamento definitivo da petista.

CAIADO: FICA CLARO QUE DILMA SEMPRE TEVE O COMANDO DA POLÍTICA ECONÔMICA
Ao questionar a presidente afastada Dilma Rousseff, o senador Ronaldo Caiado, (DEM-GO), afirmou que “está claro” que ela sempre teve “o controle da política econômica”. Ele voltou a dizer que Dilma “usurpou” função do Congresso ao assinar decretos de crédito suplementar sem autorização dos parlamentares. Caiado foi o 12º senador a questionar a presidente.

Uma das principais lideranças que fazem oposição à Dilma no Senado, Caiado afirmou que apenas os bancos estatais não foram pagos mensalmente. “Os privados foram pagos. Por que a preferência aos privados em detrimento aos oficiais?”, indagou. Caiado sugeriu que o governo tinha informações sobre a crise que se avizinhava e questionou se não houve estelionato eleitoral em prometer o que “não se poderia cumprir”. “Todo o mercado já sabia”.

AÉCIO ACUSA DILMA DE ‘FALTAR COM A VERDADE’ PARA VENCER AS ELEIÇÕES
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez nesta segunda-feira, 29, um duro pronunciamento em direção à presidente afastada Dilma Rousseff durante a sessão de julgamento final do impeachment da petista no Senado Federal. O tucano acusou Dilma de ter vencido as eleições de 2014, quando ele saiu derrotado, faltando com a verdade e cometendo ilegalidades.

“Não poderia imaginar que, depois de nos despedirmos do último debate (eleitoral de 2014), nos encontraríamos nessas condições” afirmou o tucano logo no início do discurso. Ele afirmou que não foi desonra alguma para ele perder as eleições, principalmente quando se cumpre a lei. “Não digo o mesmo quando se vence as eleições faltando com a verdade e cometendo ilegalidades”, acrescentou o parlamentar.

O tucano questionou o discurso que Dilma vem repetindo de que está legitimada no cargo pelos 54,5 milhões de votos que teve no pleito de 2014. “O voto, sabemos nós, não é um salvo-conduto. É uma delegação que pressupõe deveres e direitos, e o maior dos deveres é o respeito à lei, à constituição”, afirmou Aécio, que perguntou em seguida em que medida Dilma se sente responsável pela crise econômica que o Brasil passa.

Dilma disse que, após sua eleição em segundo turno no ano de 2014, uma série de medidas foram tomadas pela oposição para “tentar desestabilizar” seu governo. Em resposta a Aécio, a petista citou as tentativas dos tucanos de pedir recontagem de votos, auditorias em urnas eletrônicas e disse que “não tem nada de mal ganhar ou perder eleição”.

“Eu saúdo todos aqueles que participam de eleições diretas, inclusive o senhor, que tem meu maior respeito por isso”, disse Dilma, dirigindo-se a Aécio. “O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) permitiu minha diplomação porque não encontrou nenhuma irregularidade”, frisou a presidente afastada, dizendo que o mesmo tribunal abriu investigação sobre as contas de campanha do senador tucano.

REDES SOCIAIS
O PSDB reagiu nas redes sociais à resposta de Dilma dirigida a Aécio. Na conta oficial do Twitter, uma mensagem publicada pelo partido tucano afirma que Dilma não respondeu à pergunta, após Aécio questionar se ela se sentia responsável pela recessão econômica do País. “#ImpeachmentJá: Dilma Rousseff segue não respondendo às perguntas dos senadores”, diz o texto. quanto Dilma dava sua resposta a Aécio, a bancada do PSDB na Câmara afirmou que a presidente afastada não reconheceu erros. “Mais uma vez Dilma não admite erros pela gravíssima recessão econômica e aponta supostos fatores externos. #TchauQuerida #impeachment.”

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  • Data: 29/08/2016 03:08
  • Alterado:29/08/2016 15:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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