Policial Militar é Detido após Morte de Adolescente em Guaianases
Policial é mantido preso após morte de adolescente durante abordagem em SP; mãe relata momentos de horror e investigação avança.
- Data: 11/01/2025 17:01
- Alterado: 11/01/2025 17:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Arquivo pessoal
A Justiça de São Paulo decidiu converter a prisão do sargento da Polícia Militar, Thiago Guerra, 38 anos, em preventiva. Ele é investigado pela morte da jovem Victória Manoelly dos Santos, de 16 anos, que foi baleada durante uma abordagem policial na noite da última quinta-feira (9), em Guaianases, zona leste da capital paulista.
A decisão, anunciada pelo Tribunal de Justiça neste sábado (11), assegura que o policial permaneça detido enquanto o caso está em andamento. A equipe de reportagem não conseguiu contato com os representantes legais do sargento.
De acordo com Vanessa Priscila dos Santos, mãe da vítima, o disparo aconteceu no momento em que outro filho dela, Kauê Alexandre dos Santos Lima, de 21 anos, estava sendo agredido por um policial militar. A mãe afirmou que a tragédia ocorreu durante a agressão ao filho.
Thiago Guerra foi preso em flagrante sob a acusação de dolo eventual, caracterizado pelo reconhecimento do risco de causar a morte. A Polícia Civil constatou que a arma utilizada, uma Glock .40, possui mecanismos de segurança que deveriam prevenir disparos acidentais.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) lamentou a morte da adolescente e garantiu que investiga todos os detalhes do incidente.
Kauê foi detido no decorrer da confusão, mas foi liberado do 50° Distrito Policial (Itaim Paulista) na manhã seguinte ao ocorrido. Ele relatou que estava trabalhando em uma adega e saiu para verificar uma situação na rua quando se envolveu com os policiais.
Conforme o relato de Kauê, ao sair com Victória para observar o que acontecia em uma praça, foram abordados por um policial que o agrediu fisicamente e apontou a arma para seu rosto. Ele contou que recebeu um golpe com a coronha e, em seguida, ouviu o disparo. Testemunhas afirmaram que Victória ficou agonizando por cerca de uma hora antes de ser encaminhada ao Hospital Geral de Guaianases.
A Polícia Militar não forneceu as gravações à Polícia Civil sem uma solicitação formal. O boletim de ocorrência aponta que ações como as coronhadas estão em desacordo com as diretrizes das forças policiais brasileiras e implicam risco à vida.
Os policiais envolvidos apresentaram uma versão distinta dos fatos. Segundo eles, estavam realizando patrulhamento na rua Capitão Pucci quando foram informados sobre um roubo. Relataram ter avistado três indivíduos correndo e iniciaram uma perseguição. Um dos suspeitos foi detido e encontrado com a carteira da vítima. Durante a abordagem, alegam que Kauê resistiu à abordagem e que o disparo foi acidental.
Após o incidente, os policiais alegaram ter chamado ajuda imediatamente e a jovem foi levada ao hospital pelo Corpo de Bombeiros, onde não sobreviveu aos ferimentos.
As investigações estão sob responsabilidade do 50° DP. A polícia civil determinou que o caso não se tratava de confronto armado e não exigia remessa ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A SSP reafirmou seu compromisso contra abusos dentro da corporação e informou que medidas disciplinares seriam tomadas contra quaisquer desvios de conduta. A arma do sargento foi recolhida e as gravações das câmeras corporais estão sob análise. Um Inquérito Policial Militar também foi instaurado para investigar as circunstâncias do evento.