Polícia resgata 50 vítimas de cárcere e tortura em clínica clandestina em GO
As vítimas eram homens, com idades entre 14 e 96 anos. Além deles, entre os resgatados há pacientes com deficiência intelectual, cadeirante, autista e alguns dependentes químicos
- Data: 30/08/2023 13:08
- Alterado: 30/08/2023 13:08
- Autor: Redação
- Fonte: UOL/FOLHAPRESS
Polícia de Anápolis resgata 50 vítimas de tortura em clínica clandestina
Crédito:Polícia Civil de Goiás
A Polícia Civil resgatou 50 pessoas que eram mantidas em cárcere privado e torturadas em uma clínica clandestina em Goiás.
As vítimas eram homens, com idades entre 14 e 96 anos. A clínica ficava na zona rural de Anápolis (GO)
Entre os resgatados há pacientes com deficiência intelectual, cadeirante, autista e alguns dependentes químicos. Segundo a investigação, eles foram levados de forma ilegal e involuntária ao local.
As vítimas eram trancadas, em ambiente insalubre, com alimentação precária, sem medicação ou acompanhamento médico e psicológico, conforme explicou a polícia.
Muitas vítimas tinham lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação no momento do resgate.
Para permanecer na clínica, era cobrado no mínimo um salário mínimo por mês de cada paciente. A polícia não explicou, porém, quem pagava o valor, se eram familiares dos internos ou eles mesmos.
Seis pessoas foram presas em flagrante, incluindo o casal proprietário da clínica e quatro funcionários, que agrediam fisicamente as vítimas para tentar contê-los. Todos responderão por tortura e cárcere privado qualificado. Um dos presos fugiu e é procurado pela polícia; os outros cinco foram enviados para o sistema penitenciário.
As vítimas foram acolhidas pelos serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis. Alguns dos resgatados precisaram de hospitalização e foram conduzidos pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Os outros, foram conduzidos para o estádio de Anápolis, onde receberem alimentação, higiene e primeiros socorros. As vítimas foram identificadas e iniciou-se uma investigação para localizar os familiares.
O nome da clínica e dos presos não foram divulgados pela polícia. Por isso não foi possível entrar em contato com os envolvidos para esclarecimentos e posicionamento.