Polícia mata homem durante operação na Baixada Santista; são 20 mortes em 25 dias
Moradores do morro Santa Maria iniciaram um protesto contra a morte do rapaz. Eles acusam as forças de segurança de demorar para prestar socorro a essa vítima
- Data: 22/08/2023 11:08
- Alterado: 22/08/2023 11:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Imagem ilustrativa
Crédito:Rovena Rosa - Agência Brasil
Um homem foi morto pela Polícia Militar no morro Santa Maria, em Santos, no final da manhã desta segunda-feira, 21. Chegam a 20 as mortes pela PM na Baixada Santista no intervalo de 25 dias – desde 28 de julho, um dia após um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a tropa de elite da PM paulista, ser morto durante patrulhamento na Vila Zilda, no Guarujá, município vizinho a Santos.
Para prender os responsáveis pela morte do policial, foi deflagrada a Operação Escudo. Dezesseis mortes haviam ocorrido no período de 28 de julho a 2 de agosto. Na última terça-feira, 15, mais duas pessoas foram mortas pela PM no Guarujá, e na sexta-feira, 18, um homem de 37 anos foi morto durante uma troca de tiros com a polícia no Perequê, também no Guarujá.
Pouco antes do meio-dia desta segunda-feira, policiais dizem que foram recebidos a tiros durante patrulhamento no morro Santa Maria. Eles passavam pela rua Sete quando foram alvo dos disparos e revidaram. Um homem foi atingido por um tiro e levado ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Santos, mas chegou morto à unidade de saúde. Até a publicação desta reportagem, o nome dessa vítima não havia sido divulgado.
Por volta das 14h, moradores do morro Santa Maria iniciaram um protesto contra a morte do rapaz. Eles acusam as forças de segurança de demorar para prestar socorro a essa vítima.
Mais letal
A Operação Escudo, iniciada pela PM no litoral paulista após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, em 27 de julho, no Guarujá. Além dos 20 mortos, pelo menos 513 pessoas foram presas e houve apreensão de 880 quilos de drogas e 70 armas. Essa é a operação mais letal da Polícia Militar paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992, quando uma rebelião na penitenciária da capital terminou com a morte de 111 detentos.