Poemas da multiartista Pagu são temas da Roda de Leitura on-line do Itaú Cultural

Para este encontro, foram selecionados três textos de Pagu, um dos nomes de destaque no movimento modernista brasileiro.

  • Data: 16/06/2023 16:06
  • Alterado: 16/06/2023 16:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Poemas da multiartista Pagu são temas da Roda de Leitura on-line do Itaú Cultural

Crédito:Divulgação

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Nothing, Natureza morta e Canal, publicados no livro Pagu – vida-obra, são os poemas debatidos na Roda de Leitura do dia 21 de junho, às 19h30, via zoom, com mediação da professora e escritora Renata Pimentel. Os textos são da produção poética de Patrícia Rehder Galvão, mais conhecida como Pagu, e um deles está assinado sob o pseudônimo Solange Sohl.

Os poemas trazem o seu olhar sobre o cotidiano e a veia política, como em Nothing. “O nada. Fisionomias massacradas, tipoias em meus amigos, portas arrombadas, abertas para o nada”, escreve a autora. Também abordam o engajamento, questões do feminino e afeto, mostrados em Natureza morta, por exemplo: “os livros são dorsos de estantes distantes quebradas. Estou dependurada na parede feita um quadro. Ninguém me segurou pelos cabelos. Puseram um prego em meu coração para que eu não me mova.” As temáticas também aparecem no texto Canal: “nada mais sou que um canal. Seria verde se fosse o caso. Mas estão mortas todas as esperanças. Sou um canal. Sabem vocês o que é ser um canal? Apenas um canal?”

Pagu, foi um dos grandes destaques durante o movimento Modernista de 1922, mesmo não participando da Semana de Arte Moderna daquele ano. Nascida no interior de São Paulo, na cidade de São João da Boa Vista, em 1910, era multiartista. Trabalhou com teatro, foi escritora, poeta, tradutora, desenhista, jornalista e ativista política. Entre sua vasta e diversa produção consta o primeiro romance proletário da literatura brasileira, Parque Industrial, de 1933.

O apelido Pagu surgiu a partir do poeta Raul Bopp, segundo seu biógrafo Augusto de Campos. À época, o escritor sugeriu que ela usasse um nome literário com as primeiras sílabas de seu nome e sobrenome. Mas houve um engano, pois ele pensou que o nome dela fosse Patrícia Goulart. Já era tarde: Bopp escreveu um poema, intitulado O coco de Pagu e o pseudônimo virou sua assinatura para toda a vida.

Casou-se com Oswald de Andrade e, ao lado dele, passou a militar no Partido Comunista, em 1930. Após participar de uma greve de estivadores, em Santos (SP), se tornou a primeira presa política da história brasileira. Mesmo assim, continuou uma notória militante, o que a fez voltar a ser presa por mais 23 vezes ao longo da vida. Rodou o mundo como jornalista, entrevistou personalidades como Sigmund Freud e participou da coroação do último imperador chinês, Pu-iY.

Ainda, foi ilustradora em diversas revistas e periódicos modernistas, publicou sob vários pseudônimos, inclusive criando obras em gêneros populares, como contos policiais reunidos em Safra Macabra (1944), no qual assinou como King Shelter.

Renata Pimentel é autora de Uma lavoura de insuspeitos frutos (2002), Copi: transgressão e escrita transformista (2011), Da arte de untar besouros (2012) e Denso e leve como o voo das árvores (2015).

Roda de leitura é um projeto de encontros que, independentes entre si, trazem textos curtos – alternando prosa e poesia – propostos aos participantes para reflexão e troca de experiências.

SERVIÇO:

Roda de leitura – um dedo de poesia: Pagu

Dia 21 de junho (quarta-feira), às 19h30

Duração aproximada: 60 minutos

Classificação indicativa: livre

On-line – plataforma Zoom

Reserva de ingressos:

Atividade gratuita

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  • Data: 16/06/2023 04:06
  • Alterado:16/06/2023 16:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









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