Pobreza triplica o risco de problemas de saúde mental, segundo relatório da ONU
Especialista explica as causas e aponta caminhos para mitigar os efeitos da "Economia do Burnout".
- Data: 02/01/2025 16:01
- Alterado: 02/01/2025 16:01
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Reprodução
Um relatório das Nações Unidas alerta que pessoas em situação de pobreza têm até três vezes mais chances de desenvolver transtornos de saúde mental, como ansiedade e depressão. Segundo os dados, essa realidade já atinge cerca de 11% da população mundial e ainda acompanha uma tendência de crescimento: estima-se que, no futuro, um em cada dois adultos enfrentará algum tipo de problema mental ao longo da vida.
O relatório descreveu a “Economia do Burnout”, um fenômeno no qual a busca incessante por crescimento econômico, combinada à precarização do trabalho — especialmente em plataformas digitais e aplicativos —, se consolida como uma fonte de sofrimento mental.
Nesse cenário, emergem transtornos como a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, um distúrbio emocional decorrente de situações de trabalho altamente desgastantes.
De acordo com Matheus Souza Steglich, diretor técnico do Instituto São José – Centro de Psiquiatria e Dependência Química, da ViV Saúde Mental e Emocional, maior grupo de saúde mental do Brasil, a Síndrome de Burnout é uma condição que afeta profundamente a vida do indivíduo, sendo desencadeada pelo acúmulo prolongado de estresse e tensão emocional. “O Esgotamento profissional é um fenômeno cada vez melhor compreendido, que acaba por minar a capacidade produtiva do trabalhador,bem como sua qualidade de vida. Desenvolver programas de prevenção, detecção e tratamento deve ser foco das ações das empresas em colaboração com os serviços de saúde.” explica Matheus
Entre os principais sinais estão agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo e baixa autoestima. A longo prazo, o distúrbio também pode se manifestar fisicamente, provocando cansaço excessivo, dores de cabeça frequentes, alterações no apetite, insônia, tonturas, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais e alterações nos batimentos cardíacos.
O tratamento, segundo a especialista, envolve principalmente psicoterapia, podendo ser complementado com o uso de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos. Em geral, os sintomas podem ser controlados entre um e três meses, mas o tempo varia conforme a gravidade de cada caso.
Além disso, mudanças no estilo de vida são essenciais para a recuperação. A prática regular de exercícios físicos e atividades de relaxamento, aliadas a momentos de lazer com amigos e familiares, ajudam a aliviar o estresse e prevenir recaídas. Também é recomendada a adoção de pausas prolongadas, como férias, quando diagnosticado o problema.