PM aprimora formação policial com inclusão de disciplina de psicologia para militares

Anúncio ocorreu durante reinauguração do Centro de Apoio Psicológico e Social

  • Data: 30/10/2024 08:10
  • Alterado: 30/10/2024 08:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: SSP
PM aprimora formação policial com inclusão de disciplina de psicologia para militares

PM aprimora formação policial com inclusão de disciplina de psicologia para militares

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A cabo Kátia da Silva e a sargento Elaine Cristina trabalham há mais de 20 anos como psicóloga e assistente social no Sistema de Saúde Mental da Polícia Militar. Esta semana marca a última da carreira delas, que irão se aposentar da corporação. Toda a trajetória das militares foi definida por um objetivo em comum de ouvir, acolher e orientar os policiais que trabalham na linha de frente das unidades.

A contribuição que ambas tiveram na vida de muitos policiais ganhou um significado especial nesta terça-feira (29). Elas estavam entre os 32 homenageados que receberam a medalha Challenge Coin, entregue como forma de agradecimento aos serviços prestados por elas e outros policiais no Centro de Apoio Psicológico e Social (CAPS).

A unidade, que fica dentro do Centro Médico da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo, passou por dois anos de reforma e foi reinaugurada hoje, em uma cerimônia realizada na sede do centro médico. Ver o local por onde trabalharam praticamente a vida toda revitalizado foi motivo de muita alegria.

“O atual comando tem percebido a necessidade de o policial militar receber atendimento psicológico. Tenho uma gratidão imensa em saber que as coisas estão funcionando e de saber que fui importante na vida de muitos deles. Eu amo o que faço”, disse a cabo Kátia, psicóloga do Caps.

Ela comentou que a função dos psicólogos na unidade é fazer com que os agentes se “sintam seres humanos”. “O policial tem uma certa resistência em se abrir. Mas, aqui, a gente só quer que eles tirem a farda durante o atendimento para que possamos ouvi-los e acolhê-los da melhor forma possível”, acrescentou.

A sargento Elaine trabalha atualmente no Núcleo de Apoio Psicológico e Social (NAPS) do Comando de Policiamento de Área Metropolitano 8, de Osasco, na Grande São Paulo. Os NAPS são extensões do CAPS, onde fica a gestão do centro médico. Atualmente, há 40 núcleos espalhados por todo o estado oferecendo o suporte psicológico e social.

A militar desempenha a função de assistente social, orientando os policiais sobre seus direitos em áreas como a da saúde e financeira. “O PM, geralmente, conhece o direito de todo mundo, menos o dele”, brincou.

As áreas da psicologia e assistência social atuam de forma conjunta dentro da Polícia Militar, mas os assistentes ainda lidam com a parte multidisciplinar na vida do paciente. “Em casos de falecimentos de parentes, por exemplo, o psicólogo vai atendê-lo de forma pontual. Já o assistente também trabalha com a família do policial”, contou a sargento.

Psicologia como disciplina de formação dos policiais

A partir de 2025, todos os cursos de formação dos policiais militares terão a disciplina de psicologia na grade curricular. O anúncio foi feito durante o evento pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas.

“Graças ao trabalho que vocês desempenham nessa unidade, ano que vem todos os alunos em formação terão aulas de psicologia de alta performance. Parabéns pelas vidas que todos os dias vocês salvam aqui”, disse em seu discurso.

O comandante também foi um dos agraciados com a Challenge Coin, assim como o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. “Vocês protegem quem nos protegem. Sou testemunha do trabalho profissional que vocês fazem aqui. Todos nós temos problemas pessoais, mas a gente só quer que o policial esteja bem”, reiterou o secretário.

Derrite também anunciou que serão entregues gradualmente mais 33 viaturas ao CAPS e aos NAPS. Hoje há quatro viaturas em operação. Toda a estrutura atende aproximadamente 100 mil policiais militares ativos ou veteranos em serviços de atendimento, plantão 24 horas, apoio psicossocial em incidentes críticos, entrevistas de saída, workshop, gestão de emoções, palestras e serviço social.

A implantação da telepsicologia, em setembro do ano passado, permitiu que todos os militares em qualquer local com internet tivessem acesso a esses serviços, sem a necessidade de deslocamento ou filas de espera para o atendimento, que é realizado por videochamadas.

Até o momento, foram feitos 26 mil atendimentos na modalidade de telepsicologia, beneficiando cerca de 4 mil militares. “A atividade policial por sua natureza faz com que suas integridades física e psíquica sejam atingidas. Então a instituição trabalha com treinamentos e equipamentos para que os militares possam realizá-las sem correr o risco de ficarem adoecidos”, contou o comandante do CAPS, tenente-coronel Mário Kitsuwa.

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  • Data: 30/10/2024 08:10
  • Alterado:30/10/2024 08:10
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