Piloto Astral lança álbum “Agricultura Celeste”
Trio de Joinville apresenta disco inspirado na natureza, misticismo e história familiar
- Data: 24/09/2024 10:09
- Alterado: 24/09/2024 11:09
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Piloto Astral
Crédito:Claudia Baartsch
Prepare-se para uma viagem sonora única pelas paisagens místicas de Santa Catarina. A banda Piloto Astral lança seu álbum “Agricultura Celeste”. O trio, formado por Tiago Lanznaster (violão, guitarra e vocal), Vitor Ramatis (baixo e vocal) e Eduardo Coelho (bateria e percussão), apresenta um trabalho maduro e cativante, fruto de quase uma década de composição e produção artesanal.
“Agricultura Celeste” é mais do que um título para o disco; é um conceito que permeia todo o álbum. Assim como a técnica de cultivo que se guia pelos astros, a banda utiliza as fases da lua, os ciclos planetários e a energia da natureza como inspiração para suas composições. O resultado é uma sonoridade rica que mescla influências setentistas brasileiras com elementos da música tradicional catarinense, criando uma atmosfera única que evoca a harmonia entre o espiritual e o natural.
O álbum também é uma homenagem às raízes da banda. Por meio de letras que incorporam cantos ancestrais entoados no terreiro da família de Tiago e Vitor, “Agricultura Celeste” tece um elo entre o passado e o presente, mantendo viva a memória e a sabedoria de seus ancestrais. “A gente acredita demais na mensagem desse disco. Tem uma música da vó Norma, tem uma da tia Iracema. Não são só músicas, mas histórias e legados familiares”, comenta Tiago.
Vale destacar também que todo o processo de gravação, ensaio, pesquisas e conversas se deu no emblemático Monte Crista, um local sagrado no Estado, onde fica a residência do baterista da banda Eduardo Coelho. É em meio a mata atlântica que o álbum respira a atmosfera costeira e montanhosa que serviu de cenário para a criação das músicas. Com referências à pesca, fauna local e manguezais, “Agricultura Celeste” é um verdadeiro mergulho na cultura catarinense. A influência do movimento Manguebeat, liderado por Chico Science e Nação Zumbi, é percebida na maneira como a banda utiliza elementos da natureza como fonte de inspiração.
A sonoridade da Piloto Astral é rica em referências que vão da percussão do atabaque, aprendida com a tia Iracema, à riqueza instrumental de artistas como Jorge Ben Jor, Lenine, Zé Ramalho, Quinteto Violado e Orquestra Armorial. A influência de nomes como Beatles e Beach Boys também se faz presente, adicionando camadas extras ao som da banda.
São letras que celebram a vida, a natureza e a ancestralidade.
Embarque em uma viagem musical única com a Piloto Astral. Para mais informações acesse www.instagram.com.br/pilotoastral.
Selo Bolo de Rolo
Piloto Astral recebe selo Bolo de Rolo. O selo desempenha um papel importante no cenário musical ao valorizar e dar reconhecimento a artistas independentes. Ao oferecer suporte na produção, distribuição e promoção de suas obras, o Selo Bolo de Rolo ajuda a garantir que a diversidade e a inovação da música independente brasileira alcancem um público mais amplo. Além disso, o selo cria uma plataforma onde artistas podem colaborar, compartilhar experiências e crescer juntos, fortalecendo a cena musical independente e proporcionando aos ouvintes uma rica variedade de estilos e vozes autênticas.
Sobre a banda
Piloto Astral é uma banda formada em Joinville/SC, composta por Tiago Lanznaster (violão, guitarra e vocal), Vitor Ramatís (baixo e vocal) e Eduardo Coelho (bateria e percussão).
O álbum foi gravado no Monte Crista, em meio a Mata Atlântica, um local sagrado para algumas culturas e parte do Caminho de Peabiru, num estúdio que proporcionou uma atmosfera íntima e inspiradora para as gravações.
A produção ficou a cargo de Hessex, um dos expoentes da música alternativa no Norte de Santa Catarina, e de Gabriel Vieira, violinista consagrado e produtor premiado que acompanha os integrantes há tempo. Vale destacar que dois membros da Piloto Astral – Vitor e Tiago – fizeram parte da Reino Fungi, uma das bandas de maior projeção da região Norte de Santa Catarina nos anos 2010.
Faixa a Faixa – por Vitor Ramatís
Fevereiro – Com um balanço marcante e descontraído, “Fevereiro” abre o disco com uma rajada de alegria solar. Mistura sotaques regionais com um rock dançante e envolvente.
Vó Norma e Seu Baiano – A construção da letra é uma mistura de antigos pontos de umbanda que Vó Norma e suas irmãs cantavam, com um desfecho narrativo em tom de celebração. O refrão se desenlaça em uma homenagem à geração de mulheres lideradas por Vó Norma. Musicalmente, a faixa faz uma leve citação à “Mamãe Oxum”, um antigo cântico de umbanda.
João de Barro e a Palavra Muda – Uma letra lúdica inspirada na figura forte do joão-de-barro, composta em um dia cinza, na rua de uma praia observando o pássaro. A sonoridade remete aos ritmos e ao clima árido nordestino, intercalando com um jazz rock que dá a característica de quebra das composições de Tiago.
Iracema Pereira – Mais uma letra dedicada a uma tia-avó muito querida que teve muita influência na vida de Tiago. Uma espécie de sambinha que traz uma atmosfera costeira brasileira, com elementos evocados pelas histórias que tia Iracema contava. A letra também traz uma expressão específica, quase uma citação literal, que ela costumava dizer: “Mas o café já está servido e eu só chamo uma vez.”
Desarmando os Nós – Uma das letras mais poéticas, brinca com a juventude e a maturidade. Retrata a passagem do tempo e os conflitos internos (os nós) que nos cercam na caminhada. Traz uma atmosfera costeira, também presente em outras canções.
Agricultura Celeste – Uma letra lírica com ares psicodélicos. Fala do florescimento e da captura das ideias, atento às sacudidas e ao caos que sempre nos trazem as mudanças (para o bem e para o mal). Um rock curto e certeiro.
Marimbondo – É um encontro, quase uma conversa consigo mesmo. Uma espécie de revisão de quem estamos nos tornando, é um chamado a um novo contrato pessoal. A referência ao marimbondo vem de um flagrante real de um marimbondo parado contra o vento, simbolizando força e resiliência.
Ela – É uma canção de amor que descreve a fragilidade óbvia que existe em todos nós, incluindo a mulher amada. É uma demonstração de afeto sem a idealização das paixões, uma afirmação genuína e tranquila de sentimento.
Perfeição Mística – Sentir-se tranquilo e em paz com os valores adquiridos. Fala sobre o amor nas relações, filhos, amigos, e todas aquelas coisas que descobrimos essenciais, as quais requerem doação e clareza. A música também expressa o desejo de que esse despertar chegue aos outros.
Orquestra Tropical – Assim como outras faixas, busca o misticismo poético, com mensagens enigmáticas e polissêmicas, mas ao mesmo tempo simples. Musicalmente, é também uma saudação à cultura afro-brasileira que tanto influenciou a banda.
O Grande Circo – Fecha o álbum com um mosaico psicodélico à la medleys de Abbey Road. Com variações e quebras que marcam as composições de Tiago, a faixa percorre várias nuances até encerrar com um rock direto e pulsante.