PF prende Indio da Costa na operação Postal Off
A Polícia Federal (PF) prendeu no Rio nesta sexta-feira, 6, no âmbito da Operação Postal Off, o ex-deputado Indio da Costa
- Data: 06/09/2019 13:09
- Alterado: 06/09/2019 13:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Saulo Cruz/Agência Câmara
Ele é alvo de investigação sobre um esquema de fraudes que causou prejuízo de R$ 13 milhões aos Correios. Indio da Costa já foi candidato ao governo fluminense e à prefeitura do Rio e concorreu à vice-presidência de José Serra em 2010.
Cerca de 110 policiais federais cumpriram 12 mandados de prisão e 25 ordens de busca e apreensão em três Estados – Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Na capital fluminense, foram 28 mandados judiciais (nove de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão). O superintendente estadual de Operações dos Correios Cléber Isaías Machado, também foi capturado na ação.
Já na capital mineira os agentes realizaram buscas em um endereço ligado aos investigados e cumpriram uma ordem de prisão temporária. No Estado de São Paulo a ação foi realizada nos municípios de Cotia, Bauru e São Caetano, com cumprimento de cinco buscas e dois mandados de prisão preventiva. As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Federal de Florianópolis.
A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões das contas e bens dos investigados, incluídos carros de luxo e duas embarcações.
Em coletiva, o delegado Christian Luz Barh, da Polícia Federal em Santa Catarina, apontou que entre os investigados estavam empresários, funcionários do alto escalão dos Correios ‘e um elemento político’.
Barth explicou o esquema. “As grandes empresas que necessitam desse serviço de postagem – entrega de faturas, documentos em geral – têm um volume muito grande de correspondências. Elas precisam de empresas que façam a produção, a preparação de postagem e entrega no Correio, para que entre no fluxo postal”, disse. “Eles tinham várias formas de burlar, às vezes com a ajuda de funcionários dos Correios, e colocavam no fluxo postal sem pagamento.”
A investigação teve início em Santa Catarina em novembro de 2018 e apurou que um grupo criminoso que contava com a participação de funcionários dos Correios fazia com que grandes cargas postais dos clientes da empresa fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao real.
A investigação identificou ainda solicitações e pagamentos de vantagens indevidas envolvendo empresários, funcionários públicos e agentes políticos, configurando indícios de corrupção passiva e concussão.
Segundo a PF, os investigados poderão ser indiciados por corrupção passiva e ativa, concussão, estelionato, crimes tributários, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Defesa
Os Correios enviaram nota à reportagem. “Com relação aos mandados cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (6), em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais, os Correios informam que estão colaborando plenamente com as autoridades. A empresa permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. Os Correios reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência.”