Pessoas refugidas LGBTQIA+ participam de eventos em São Paulo
A Agência da ONU para Refugiados também assinará um termo com o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ para a sensibilização de empresas na contratação de pessoas refugiadas
- Data: 08/06/2023 15:06
- Alterado: 08/06/2023 15:06
- Autor: Redação
- Fonte: ACNUR - Agência da ONU para Refugiados
Pessoas refugiadas LGBTQIA+ participarão de importantes eventos em São Paulo nos próximos dias
Crédito:Divulgação/ACNUR
A inclusão de pessoas refugidas na sociedade e no mercado de trabalho brasileiro é uma pauta prioritária da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), como forma de prover proteção, assegurar seus direitos e garantir meios dignos para a geração de renda e autonomia.
Com um olhar atento para a pauta da diversidade e das formas pelas quais pessoas refugiadas de diferentes nacionalidades, identidades de gênero e experiências de geração de renda se interagem, o ACNUR promove parcerias que asseguram a inclusão das pessoas refugiadas LGBTQIA+ em diferentes negócios e eventos de grande repercussão.
No feriado do dia 08 de junho, quatro pessoas empreendedoras refugiadas da República Democrática do Congo, Senegal e Venezuela apresentarão seus produtos de gastronomia, moda e artes plásticas na Feira Cultural da Diversidade LGBT+. Realizada no Memorial da América Latina, das 10h às 22h, a Feira chega a sua 22ª edição com a participação de refugiadas, promovendo a economia criativa, a geração de renda e a cultura dessa população.
Já no domingo, dia 11, pessoas refugiadas LGBTQIA+, profissionais do ACNUR e de organizações parceiras estarão presentes na 27ª edição, da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que sairá às ruas em defesa de um tema fundamental: “Políticas Sociais para LGBT+ – queremos por inteiro e não pela metade”.
Já no carro de abertura da Parada, uma refugiada LGBTQIA+ fará uma breve fala sobre a importância das pessoas refugiadas LGBTQIA+ serem acolhidas na sociedade brasileira em razão das perseguições e violação de direitos humanos em diversos países que não garantem a união ou a convivência entre pessoas do mesmo sexo. O Representante do ACNUR, Davide Torzilli, e a Presidenta do Conare, Sheila de Carvalho, confirmaram presença no evento.
Em maio deste ano, o ACNUR parabenizou o governo brasileiro pelo país ter adotado um procedimento simplificado para análise de pedidos da condição de refugiado pelas pessoas LGBTQIA+ provindas de países que aplicam pena de morte ou de prisão para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Na decisão, o Conare (órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública responsável pela análise dos casos) reconheceu essa população como grupo social com temor de perseguição que requer a devida proteção internacional.
“Ainda há muitas realidades de aplicação de pena de morte e prisão perpétua para pessoas em decorrência de sua orientação sexual e identidade de gênero. Precisamos acolher aqueles que estão em risco e construir melhores políticas para a população LGBT no Brasil como um todo”, afirmou Sheila de Carvalho, Presidenta do Conare, logo após a referente plenária.
Após a Parada do Orgulho LGBT+, na 2ª feira (12/06), às 10h, o Representante do ACNUR Brasil assinará um termo de cooperação com gestores do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ para que haja uma maior sensibilização do setor privado com fins a integrar a população refugiada no mercado de trabalho brasileiro. O acordo prevê ações e esforços conjuntos para a defesa dos direitos da população refugiada LGBTQIA+ e para promover a inclusão social e econômica dessa população na sociedade brasileira.
Por fim, sem que o tema se esgote, o Fórum Empresas com Refugiados, uma iniciativa do ACNUR com o Pacto Global da ONU no Brasil irá promover uma edição do “Vamos Conversar?”, diálogo virtual que discutirá a inclusão de pessoas refugiadas LGBTQIA+ no mercado de trabalho brasileiro. O debate online será no dia 29 de junho, às 10h, aberta os para membros do Fórum Empresas com Refugiados.
“Ninguém deveria ser forçado a deixar sua casa em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Garantir os direitos da população refugiada LGBTQIA+ de forma integral, intersetorial e solidária, envolvendo as diversas representatividades da sociedade brasileira é um passo fundamental para que as pessoas refugiadas tenham meios de exercer seus papéis a fim de alcançar o que almejam para seus futuros, contando com o apoio do ACNUR e de nossos parceiros neste processo de contínua construção e aperfeiçoamento”, disse Davide Torzilli, Representante do ACNUR Brasil.