Pesquisa mostra aumento de 12% nas vendas do comércio em SP
A alta se deve ao Dia das Crianças e aos avanços no Plano São Paulo de retomada e reabertura da economia paulista.
- Data: 21/10/2020 17:10
- Alterado: 21/10/2020 17:10
- Autor: Redação
- Fonte: FECAP
Crédito:Depositphotos
As vendas no comércio do Estado de São Paulo em outubro tiveram aumento de 12,46%, segundo o índice IFECAP, produzido pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).
O aumento nas vendas (+12,46%), encomendas (+5,69%) e na situação geral dos negócios (+8,27%) fez o Índice Momento Atual chegar a 113,41 pontos na metodologia do IFECAP, patamar 8,83% maior do que no mês de setembro.
REABERTURA DA ECONOMIA
Segundo o economista e pesquisador do Instituto de Finanças FECAP Allan S. de Carvalho, dois eventos explicam o aumento das vendas do comércio varejista em outubro.
“Primeiro, em 09/10, tivemos o avanço de diversas regiões do Estado de São Paulo para a fase verde no Plano São Paulo, o que garante a retomada de atividades econômicas não essenciais e ampliação do horário de funcionamento do atendimento presencial de oito para dez horas. E, em segundo lugar, o favorecimento pelo Dia das Crianças, uma grande data de movimentação, após novas medidas mais amplas de reabertura”.
FALTA DE MATÉRIA PRIMA E PRODUTOS
Contudo, os comerciantes ouvidos por telefone pelos pesquisadores do Instituto de Finanças FECAP relataram problemas com fornecedores, o que reduziu as expectativas de encomendas para os próximos três meses em 1,70% (124,83 pontos), quando comparamos com o mês de setembro. Recentemente divulgada, a Pesquisa Pulso Empresa revelou que quase 72% dos comerciantes varejistas declararam sentir dificuldades de obter matérias-primas ou mercadorias. Já as expectativas de vendas futuras sofreram um impacto de -1,78% (133,56 pontos).
“Apesar de boas expectativas com as vendas de novembro e dezembro, com a Black Friday e Natal, os empresários já se encontram receosos com o futuro cenário em janeiro do próximo ano. Isso se deve ao fato de que o Governo Federal, provavelmente não irá prorrogar o auxílio emergencial após 31 de dezembro deste ano, e o projeto Renda Cidadã possui dificuldades para ser concretizado por falta de recursos”, completa Allan.
A PESQUISA
O IFECAP para o mês de outubro registrou alta de 4%, quando comparado com setembro de 2020. O Índice Geral registrou 119,73 pontos na série, sem ajuste sazonal. Entretanto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador se encontra 7,04% abaixo dos valores registrados naquele período.
O Índice Momento Atual teve a maior contribuição para a alta no indicador, o qual apresentou um aumento de 8,83% na comparação com o mês anterior, registrando 113,41 pontos. O Índice Momento Atual se encontra 1,36% superior aos registrados naquele período; isso se deve a uma melhora de 3,50% das vendas e 8,97% na situação atual dos negócios, quando confrontamos com os dados de outubro de 2019.
O aumento foi influenciado pela melhora nas vendas (+12,46%), encomendas (+5,69%) e situação geral dos negócios (+8,27%); sendo todas as variações comparadas ao mês de setembro de 2020.
Os resultados do Índice Futuro, que registra as expectativas para os próximos três meses, apresentou, pelo segundo mês consecutivo, uma leve queda, na comparação com setembro (-1,74%), registrando 129,20 pontos. Quando comparado com outubro de 2019, o valor ainda se encontra 16,18% abaixo.
ENTENDA O IFECAP
O Índice FECAP de Expectativa nos Negócios é composto pela compilação de informações sobre as empresas do comércio varejista do Estado de São Paulo. O IFECAP considera o desempenho atual das vendas a clientes e das encomendas a fornecedores, bem como a avaliação geral da situação atual do negócio. O índice avalia ainda informações sobre as expectativas dos empresários quanto às vendas e encomendas para os próximos três meses.
Consiste em um indicador baseado em metodologia largamente utilizada por diversos países. Há mais de 12 anos, a FECAP coleta dados e calcula mensalmente o índice, que avalia a situação atual das empresas do comércio varejista, com informações sobre o desempenho atual das vendas e das encomendas.
A escolha do comércio varejista como universo da pesquisa se deve ao fato de ser esse setor o elo entre a indústria em geral e o consumidor final, uma vez que grande parte da produção de todos os setores da economia acaba circulando de alguma forma pelas empresas do comércio. Seu principal uso refere-se à previsão do nível de atividade da economia, isto porque o índice procura avaliar a expectativa real dos empresários em relação às variáveis- chave, como encomenda a fornecedores e venda ao consumidor final, ou seja, a antecipação do comportamento da produção e renda.
O IFECAP é composto pela compilação de informações sobre o desempenho atual das vendas e das encomendas, bem como a avaliação sobre a situação atual das empresas do comércio varejista. Consideram-se ainda informações sobre a expectativa dos empresários quanto ao desempenho das vendas e das encomendas para os próximos três meses.
Indicadores
O IFECAP divide-se em três indicadores:
• Índice Momento Atual: diz respeito às respostas dos empresários sobre as suas encomendas atuais, realizadas junto a seus fornecedores; a evolução das vendas no período atual; e a avaliação da situação geral dos negócios;
• Índice Futuro: calculado com base nas expectativas dos empresários em relação às suas vendas e encomendas em um horizonte temporal de 3 meses;
• Índice Geral: é o indicador composto da agregação dos dois índices descritos acima.
Metodologia
A metodologia do IFECAP considera um conjunto de perguntas qualitativas referidas às expectativas do empresário. São pesquisadas diversas empresas do comércio varejista nas cidades de São Paulo.
A pesquisa é sempre realizada na semana do dia 15 do mês corrente, composta por questões qualitativas, que captam a percepção do empresário em relação ao desempenho de sua empresa, classificadas em micro, pequenas, médias e grandes empresas.
A pesquisa é realizada por Erivaldo Costa Vieira (coordenador do IFECAP), Allan Silva de Carvalho (responsável administrativo e pela coleta de dados), Felipe Romão Gimenes (coleta de dados) e Victor Alexandre Guimarães Müller de Almeida Fernandes (coleta de dados).