Páscoa: especialistas alertam como equilibrar o consumo de chocolate pelas crianças
O número de jovens com colesterol alto e sobrepeso é preocupante; educação sobre alimentação e exercícios é a saída
- Data: 28/03/2024 08:03
- Alterado: 28/03/2024 08:03
- Autor: Redação
- Fonte: Governo de SP
Páscoa
Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil
A data mais doce e aguardada está chegando, especialmente para animar as crianças. No dia 31 de março será celebrada a Páscoa. Junto de diferentes crenças, há também os coelhinhos, as pegadas, as cenouras e os ovos de chocolate. Porém, o momento mágico e delicioso pode ficar amargo caso as crianças não tenham orientação correta para um consumo equilibrado dos doces.
Crianças que apresentam problemas de saúde precisam ter acompanhamento de perto e reduzir o consumo, dentre tantas outras coisas, do chocolate, uma vez que este é um alimento rico em calorias e gorduras saturadas, podendo gerar ganho de peso e elevar os níveis de colesterol e, consequentemente, aumentar o risco de doenças cardiovasculares. O ideal para o consumo é o chocolate amargo ou meio amargo, entretanto, as crianças preferem o chocolate ao leite – por ser mais doce.
O consumo de alimentos saudáveis como frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas é imprescindível. É preciso equilibrar a nutrição desde cedo. Opções para os responsáveis para balancear a alimentação das crianças é utilizar alimentos coloridos, variar os cortes de legumes, carnes e fruta, permitir que a criança escolha sua salada e monte seu próprio prato, além de deixar os mais saudáveis sempre à mostra.
O atual estilo de vida como um todo tem levado aos maus hábitos alimentares, bem como o sedentarismo de jovens que podem, assim como nesta Páscoa, ter que evitar o chocolate. Com a correria do cotidiano e a presença de telas na vida das crianças, há menos estímulos e movimentos para gastar energia e calorias no brincar e em atividades físicas.
“Ficar sentado em frente ao celular, tablet, computador e TV é o novo normal, o que pode acarretar prejuízos no desenvolvimento destas crianças e privá-las de prazeres como um doce na época de Páscoa, sem contar o risco da obesidade e o sobrepeso quando adulto. Pais e responsáveis podem e devem oferecer, por exemplo, frutas em vez de bolachas ou salgadinhos nesses momentos mais parados, até mesmo para se criar um hábito de procurar por alimentos leves e saudáveis e ter um organismo bem nutrido desde cedo”, explica a nutricionista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Rita de Cássia Maturo.
Para o médico do esporte do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Samir Daher, tudo é uma questão de equilíbrio. “Não devemos fazer nada em excesso. Além disso, é muito importante a família incentivar a criança desde cedo em relação às atividades físicas. Ter uma dinâmica familiar que dá o exemplo torna mais fácil quebrar barreiras do sedentarismo que temos visto aumentar a cada ano que passa. Para se ter uma ideia, de acordo com o IBGE, 84% dos jovens são sedentários. Além desse número, outro alarmante: 8 em cada 10 adultos já eram obesos quando jovens”, explica.
Em média, o tempo mínimo de exercícios para adultos deixarem de ser sedentários é de 150 minutos divididos dentro da semana, podendo ser atividades de 50 minutos, três vezes na semana, ou ainda 30 minutos, durante cinco dias. Porém, para as crianças, a orientação é outra. A criança deve ter mais acesso a lugares que possam ter momentos de gasto de energia, especialmente ao ar livre, permitindo a transpiração e o cansaço de forma natural e saudável, aumentando a consciência corporal ao se movimentar.
“Sabemos que hoje em dia a vida é corrida e há muita insegurança. Há menos locais para práticas de exercícios ao ar livre, para os jovens terem espaço para se cansar. Mesmo o desafio sendo grande, é recomendado que os responsáveis procurem por locais, sejam eles públicos ou privados, para a prática esportiva”, diz Daher.
Segundo o relatório World Obesity Federation (WOF) divulgado em 2024, mais 700 milhões de crianças e adolescentes estarão com sobrepeso e obesidade até 2035.