Parentes de vítimas de queda de helicóptero falam em fim de angústia

As quatro pessoas que estavam a bordo morreram, segundo a PM.

  • Data: 12/01/2024 22:01
  • Alterado: 12/01/2024 22:01
  • Autor: Paula Maria Prado
  • Fonte: FOLHAPRESS
Parentes de vítimas de queda de helicóptero falam em fim de angústia

Crédito:FAB/Divulgação/CP

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Uma estrada de terra cercada por mata fechada liga a zona urbana de Paraibuna (a 127 km de São Paulo) até o bairro do Pinhal onde a Polícia Militar montou uma espécie de centro de operações improvisado nas proximidades hotel-fazenda Morada dos Deuses.

Dali, as equipes de resgate se mobilizaram, por terra e pelo ar, para tentar chegar ao local onde estavam os destroços do helicóptero que estava desaparecido havia 12 dias e foi encontrado na manhã desta sexta-feira (12). As quatro pessoas que estavam a bordo morreram, segundo a PM.

Estavam a bordo o empresário Raphael Torres, 41, a vendedora de roupas Luciana Marley Rodzewics Santos, 46 -amiga de Raphael-, a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20, e o piloto Cassiano Tete Teodoro.

Familiares das vítimas foram até as proximidades do local do acidente assim que souberam que os destroços da aeronave haviam sido encontrados. Consternados e resignados, falaram em fim da angústia.

“Minha família estava sem chão. Minha esposa estava à base de remédios. A gente não come, não dorme, não trabalha”, afirmou Sidney Sousa, 65, pai de Luciana e avô de Letícia.

Ele, que é de São Paulo, estava na cidade para ajudar nas buscas e chegou a montar um grupo de voluntários para adentrar a mata.

“Estávamos na mata procurando quando chegou a notícia de que haviam encontrado os destroços. Eu já estava desacreditado”, declarou.

Silvia Santos, 42 anos também havia perdido as esperanças de encontrar a irmã e a sobrinha com vida. “Agradeço o trabalho da polícia. Por mais triste que seja a situação, acredito que é melhor tê-las encontrado e colocar um ponto final do que passar a vida sem nunca saber o que houve de fato.”

Familiares do empresário Raphael Torres também estavam no local, mas não quiseram falar com a reportagem.

Beth Alves, 55 anos, gerente da pousada Morada dos Deuses, ficou surpresa ao saber que os destroços estavam na mata próxima ao local. “Reparei que os helicópteros estavam voando bem baixo. Mas nunca podia imaginar que a queda havia ocorrido aqui. Me informaram que o acidente deve ter ocorrido por volta das 16h do dia 31 de dezembro. Estávamos com lotação máxima e ninguém ouviu qualquer barulho”, conta.

Uma base foi montada próximo à cena do acidente para agilizar os trabalhos. No entanto, o ambiente de mata fechada, a chuva e a densa neblina atrapalharam o serviço de resgate dos corpos dos quatro tripulantes, que deverão ser retirados neste sábado (13).

Peritos tiveram de acessar a mata a pé, já que não era possível sobrevoar com segurança o local do acidente. Os corpos resgatados deverão ser levados a Jacareí (SP) e, somente após exames de necropsia será possível determinar a causa das mortes.

Investigações preliminares revelam que o piloto tentava voltar para a capital paulista quando o veículo caiu na mata. A polícia estima que aeronave deve ter caído poucos minutos após o pouso de emergência anterior feito em Paraibuna, registrado pelo celular de uma das vítimas. Condições climáticas adversas contribuíram para o acidente.

“Foram dias árduos de trabalho. É uma área com muita rajada de vento, nevoeiros, de difícil visibilidade. Contamos com a ajuda técnica, com cálculos relacionados à trajetória do voo e, finalmente, conseguimos delimitar uma área com mais assertividade”, disse Clemente Calvo, Delegado Divisionário, da Delegacia de Operações Especiais.

De acordo com o Major Cesar Augusto Silva, da Polícia Militar, porta-voz do Comando de Aviação da PM, o foco é a retirada dos corpos das vítimas, depois, os destroços da aeronave.

“O desafio é a meteorologia na região, muito dinâmica e instável. Estamos com três aeronaves, no entanto tivemos que seguir por terra”, diz o policial.

Ele estimou uma distância de três quilômetros entre a base e a área do acidente, mas a geografia acidentada dificulta o acesso ao local: “Imaginamos 40 minutos de carro, mais cerca de 30 ou 40 minutos de trilha”, afirmou.

Ainda segundo ele, o helicóptero não possui gravador de dados ou de voz, mas há possibilidade de haver um GPS a bordo. Nesse caso, este poderia ser utilizado na investigação.

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  • Data: 12/01/2024 10:01
  • Alterado:12/01/2024 22:01
  • Autor: Paula Maria Prado
  • Fonte: FOLHAPRESS









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