Para concretizar o sonho da casa própria ABC investe em imóveis usados
Vendas de imóveis usados cresce na região ABC por falta de oferta de imóveis novos e taxa de juros alta
- Data: 23/03/2023 08:03
- Alterado: 31/08/2023 19:08
- Autor: Be Nogueira
- Fonte: ABCdoABC
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O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP), fez um comparativo de vendas de casas e apartamentos, entre janeiro e fevereiro deste ano, na região do ABC. Com base em 49 imobiliárias das cidades, a pesquisa revelou que em fevereiro houve um aumento 1,54% na compra de imóveis usados. Crescimento de 22,48% em relação a janeiro, que ficou em -20,94%.
Mas há diferentes fatores responsáveis por movimentar essa engrenagem. O aumento da compra de imóveis usados ocorre naturalmente em períodos de crise, por ser um investimento menor. Mas a falta de oferta de novos empreendimentos tem se mostrado fator influente.
De 2020 a 2022, as incorporadoras recuaram por conta da inflação. Atualmente, seguem com cautela por conta da alta dos juros. São altos os risco de construir um imóvel, fechar negócio, mas na hora da entrega as taxas terem aumentado, ao ponto de, o comprador não conseguir comprovar a renda.
A pressão do presidente Lula para o Banco Central reduzir a taxa Selic, caso efetiva, influenciará positivamente no setor de imóveis usados e novos. Enquanto isso o mercado imobiliário precisa ser otimista e esperar que o presidente do BC seda a pressão.
“Se baixar um ponto percentual na taxa de juros, os negócios imobiliários explodem no dia seguinte. Institutos especializados afirmam que, em 2021, cerca de 2,5 milhões de pessoas ficaram sem comprar imóvel devido a taxa de juros. Em 2022, foram 4 milhões. Então, nós temos 7,5 milhões de pessoas esperando o melhor momento para fecha negócio. Caso isso ocorra, as expectativas (para o decorrer do ano) são ótimas”, afirma Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP (Conselho regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo).
Augusto, comenta também sobre o aumento no número de pessoas que compraram imóveis à vista. O presidente do CRECISP, entende que, são pessoas que venderam sua casa para investir em uma nova. Na pesquisa, esse meio de pagamento chegou a 19,8%, um número expressivo para os padrões comuns.
Contudo, as compras de imóveis via financiamento bancário têm diminuído. Os dados contam que em fevereiro deste ano, vendas financiadas pela Caixa Econômica Federal fechou em 29,8% e por outros bancos em 20,7%. Enquanto o parcelamento feito direto com o proprietário, chegou a 23,1%, método que tem ganhado espaço devido o momento econômico do país, segundo Augusto.
“As vendas de imóveis sempre foram predominantemente feitas a partir do financiamento. Hoje, seja de bancos privados ou a caixa, somados não são maioria. Já tivemos momentos que a Caixa era responsável por 85% dos negócios. Os parcelamentos feitos direto com o proprietário estão ganhando espaço devido as taxas de juros elevadas”, completa.
É natural de início de ano, queda o número de firmados, em diferentes setores. Motivado por uma volta gradativa da rotina dos Brasileiros. Por isso, o saldo positivo de vendas em fevereiro se mostra ainda mais significativo para o mercado imobiliário.
Nos EUA a venda de imóveis usados também cresceu em fevereiro, alcançando a marca de 14,5%, depois de 12 mês em queda. E Augusto faz um paralelo.
“Nos EUA, antes a vantagem era a taxa de juros mais baixa, o que não é mais a realidade. Outro ponto é uma forma mais simples de liberar o recurso. Em contrapartida, lá os alugues estão supervalorizados. No Brasil temos meios de levar a situação de forma mais tranquila. Por exemplo, é comum ver pequenos empreendedores investir na construção de predinhos para alugar, algo que não vejo no exterior. Então o jeitinho brasileiro minimiza o problema”, finaliza.