Papa Francisco abre o Jubileu 2025
Cerimônia na Basílica de São Pedro inaugura o Ano Santo, destacando a importância da reconciliação e do apoio aos migrantes
- Data: 24/12/2024 16:12
- Alterado: 24/12/2024 16:12
- Autor: Redação
- Fonte: Scalabrinianos
Papa Francisco
Crédito:Tânia Rêgo/Agência Brasil
Neste dia 24 de dezembro, véspera do Natal, o Papa Francisco dará início ao Jubileu 2025, intitulado “Peregrinos da Esperança”, através da cerimônia de abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. Este evento, que marca o início do Ano Santo, é considerado um momento de renovação espiritual para os fiéis.
A Porta Santa, conforme explicado no site oficial do Jubileu 2025, simboliza acolhimento e perdão. A sua abertura pelo Papa é um gesto que dá início ao Ano Santo e representa uma oportunidade para os peregrinos refletirem sobre a mensagem de esperança e salvação contida nas Escrituras. Tradicionalmente, a Porta Santa estava localizada apenas na Basílica de São João de Latrão, mas com o objetivo de aumentar a participação dos fiéis, outras basílicas em Roma também passaram a oferecer esse símbolo.
Ao cruzar a Porta Santa, os peregrinos relembram as palavras do Evangelho de João (capítulo 10), onde Jesus se apresenta como a porta que oferece salvação e pastagem. Essa ação não só representa uma escolha consciente por seguir Jesus, o Bom Pastor, mas também uma transição espiritual, promovendo comunhão com Cristo e simbolizando encontro, diálogo, reconciliação e paz.
A experiência do Jubileu em Roma é enriquecida pela lembrança dos apóstolos São Pedro e São Paulo, figuras fundamentais na fundação da comunidade cristã na região.
Em uma audiência realizada em 28 de outubro de 2024, o Papa Francisco destacou a relevância dos migrantes como “mestres da esperança”. Durante a reunião com membros do 16º Capítulo Geral dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos), o Papa abordou as dificuldades enfrentadas pelos migrantes em busca de melhores condições de vida. Ele enfatizou a importância de uma pastoral que traga esperança e reconheça as necessidades desses indivíduos, alertando que a migração não assistida pode levar à solidão e ao desespero.
A prática pastoral Scalabriniana, focada no apoio aos migrantes, alinha-se ao espírito jubilar ao promover acolhimento e reconciliação, ressaltando a dignidade humana como um valor essencial. O Santo Padre sublinhou ainda a importância de integrar os migrantes na sociedade italiana, especialmente considerando os desafios relacionados ao envelhecimento populacional e à baixa taxa de natalidade no país.
O conceito de Jubileu remonta às tradições bíblicas que datam do “yobel”, um chifre usado para anunciar celebrações religiosas significativas. Embora celebrado anualmente, o Jubileu ganha maior relevância quando coincide com um Ano Santo. Na tradição bíblica, o Jubileu ocorre a cada 50 anos e é associado à restauração das relações entre as pessoas e Deus, incluindo aspectos como remissão de dívidas e devolução de terras.
O primeiro Jubileu foi proclamado pelo Papa Bonifácio VIII em 1300, estabelecendo um período em que os fiéis podiam vivenciar mais intensamente a santidade divina. Com o tempo, a frequência dos jubileus variou: inicialmente era celebrado a cada 100 anos, depois passou para 50 anos em 1343 com Clemente VI e para 25 anos em 1470 com Paulo II. Além disso, jubileus extraordinários foram proclamados em momentos significativos da história da Igreja. As práticas associadas ao Jubileu evoluíram para incluir peregrinações às basílicas romanas e rituais como a abertura da Porta Santa. Durante o Ano Santo, os participantes têm a oportunidade de receber indulgência plenária.