Outubro Rosa: saiba porquê retomar a prática de atividades físicas
Especialista do HCor reforça importância dos exercícios físicos na prevenção e na rotina de mulheres já diagnosticadas com câncer de mama
- Data: 26/10/2020 11:10
- Alterado: 26/10/2020 11:10
- Autor: Redação
- Fonte: HCor
Crédito:freepik
Corridas, caminhadas, musculação, dança. A prática de atividade física é reconhecida por toda a comunidade médica como um dos hábitos mais indicados para a manutenção da saúde. É por isso que, no Outubro Rosa, mês de conscientização e combate ao câncer de mama, um dos principais incentivos é para que mulheres de todas as idades deixem de lado o sedentarismo.
De acordo com o cardiologista e médico do esporte do HCor, Nabil Ghorayeb, as atividades físicas são importantes aliadas na diminuição do risco de desenvolvimento da doença, que é, hoje, o tipo de tumor mais frequente em mulheres de todas as regiões do Brasil – sem considerar os tumores de pele não melanoma.
“Uma pesquisa feita por instituições brasileiras e americanas, em parceria com o Ministério da Saúde, apontou que 12% das mortes causadas por tumores de mama no Brasil poderiam ser evitadas, se as mulheres praticassem atividade física com regularidade”, comenta Ghorayeb.
Segundo especialistas, vários motivos explicam a relação do sedentarismo com o desenvolvimento do câncer de mama. Um exemplo disso é que as células cancerígenas utilizam o estrogênio, produzido no tecido adiposo, como um combustível. Ou seja, quanto mais gordura o corpo possui, mais estrogênio ele produz e maior o risco de desenvolvimento do tumor.
“No geral, realizar 150 minutos de exercícios por semana pode melhorar a imunidade e diminuir a inflamação do organismo. Isso, por si só, já ajudaria na diminuição do risco da doença”, explica o médico.
Mulheres com câncer de mama também podem se beneficiar
No caso de mulheres que já receberam o diagnóstico de câncer de mama e estão em tratamento ou acompanhamento oncológico, colocar o corpo em movimento também traz benefícios clínicos.
De acordo com Ghorayeb, a atividade física ou esportiva é uma das melhores ferramentas para o bem-estar emocional e físico das mulheres que estão em tratamento oncológico e mesmo àquelas que já finalizaram seus tratamentos. O fato de serem bem ativas pode mudar o prognóstico dessas pacientes.
Abaixo, você confere sete dicas do médico do esporte para mulheres com câncer de mama:
-Manter em dia a avaliação e acompanhamento constante do estado clínico pelo oncologista/mastologista e pelo cardiologista, para corrigir os efeitos gerais e cardiovasculares dos tratamentos com quimioterapia e radioterapia.
-Programar atividades físicas diárias e regulares, de intensidade suficiente para estimular e manter as pacientes em programa de exercícios.
-Realizar, desde que seja possível, exercícios de baixa intensidade, como as caminhadas, entre 10 e 15 minutos duas vezes ao dia. Com a adaptação a essa atividade física, o volume e a intensidade poderão ser aumentados para corridas leves ou trote.
-Contar com a orientação de educador físico ou fisioterapeuta, que deve avaliar o braço do lado da cirurgia de mama para iniciar exercícios de fortalecimento muscular no momento certo do pós-operatório. As atividades irão auxiliar na redução do inchaço do braço e melhora do tônus muscular.
-Alternar, se possível, as modalidades esportivas na água e no solo: hidroginástica/natação com as caminhadas.
-Iniciar os exercícios com pesos conforme entendimento do médico, do educador físico ou do fisioterapeuta, alternando os grupos musculares em cada dia de exercício.
-Manter todos os cuidados com o membro superior do lado operado, evitando traumas, exposição excessiva ao sol, alergias, entre outros problemas que podem ocorrer.
Sobre o câncer de mama
O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais frequente na população feminina. Segundo o Inca, a estimativa é de 66,2 mil novos casos para cada ano do triênio 2020-2022 no Brasil.
O Outubro Rosa é mundialmente conhecido como o mês de conscientização e combate aos tumores de mama, promovendo a prevenção da doença. Entretanto, segundo Afonso Nazário, mastologista do HCor, a atenção aos sinais e sintomas devem fazer parte da rotina ao longo do ano.
“O câncer de mama, em média, duplica de tamanho a cada 6 meses. Por isso, é muito importante que as mulheres respeitem o período de retorno proposto pelo médico e realizem seus exames – principalmente a mamografia – com regularidade”, destaca Nazário.
O mastologista ressalta que o autoexame é importante para que a mulher conheça bem o seu corpo e perceba com facilidade qualquer alteração nas mamas; no entanto, ele não substitui a mamografia, que é o principal exame de imagem para a detecção precoce, complementada de acordo com cada caso com o ultrassom e a ressonância magnética.
Vale lembrar que, quando diagnosticado precocemente, o câncer de mama tem até 95% de chances de cura.