Outubro de 2024 se firma como o segundo mais quente da história
Temperaturas globais disparam, indicando 2024 como o ano mais quente já registrado
- Data: 07/11/2024 08:11
- Alterado: 07/11/2024 08:11
- Autor: Redação/AI
- Fonte: G1
Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil
Dados recentes do Observatório Europeu Copernicus indicam que outubro de 2024 registrou temperaturas alarmantes, consolidando-se como o segundo mês de outubro mais quente desde o início dos registros, com uma média de 15,25°C, ultrapassando em 0,80°C a média histórica de 1991-2020. Este fenômeno se insere em um contexto global preocupante, onde especialistas do Serviço de Mudança Climática do Copernicus (C3S) preveem que 2024 será o ano mais quente já documentado, pela primeira vez superando em mais de 1,5°C os níveis pré-industriais.
Em outubro de 2024, a temperatura média global ficou 1,65°C acima da era pré-industrial, constituindo o décimo quinto mês nos últimos dezesseis em que as temperaturas excederam esse limiar crítico. Desde junho de 2023, uma sequência quase ininterrupta de meses recordistas em calor tem sido observada, exceto por julho e setembro de 2024, que não quebraram seus próprios recordes históricos.
O observatório europeu destaca que a anomalia de temperatura em outubro deste ano representa um desvio significativo das médias históricas. O período entre 1991 e 2020 serve como referência devido ao seu papel como um ponto intermediário antes do acirramento das mudanças climáticas. Nos últimos doze meses, a temperatura global excedeu em 1,62°C os níveis médios do século XIX.
Samantha Burgess, vice-diretora do C3S, enfatiza que os dados até outubro indicam fortemente que 2024 se consagrará como o ano mais quente já registrado. Esta realidade deve impulsionar a agenda da próxima Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP29), reforçando a necessidade urgente de ação climática.
O ano passado também foi marcado por uma série de recordes climáticos significativos. Junho de 2023 estabeleceu-se como o mês mais quente até então registrado e sucessivamente cada mês subsequente até junho de 2024 manteve essa tendência crescente. Um evento notável ocorreu quando a temperatura média global por um dia ultrapassou em 2°C os níveis pré-industriais pela primeira vez.
Em termos visuais, gráficos atualizados revelam um quadro perturbador da crise climática: o aquecimento dos oceanos continua inabalável pelo décimo terceiro mês consecutivo; o gelo marinho na Antártida e no Ártico diminui drasticamente; enquanto as famosas “listras do aquecimento” criadas pelo cientista Ed Hawkins ilustram dramaticamente o aumento contínuo das temperaturas globais.
O uso contínuo de combustíveis fósseis é apontado como um dos principais responsáveis pelo aumento das emissões de CO2 desde a Revolução Industrial. Todos os dez anos mais quentes já registrados ocorreram na última década (2014-2023), com um aumento significativo nos dias que superaram a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Este panorama evidencia uma crise climática sem precedentes, exigindo uma resposta global imediata e coordenada para mitigar seus impactos devastadores no planeta.