OSESP faz três concertos com maestro David Robertson e clarinetista Anthony Mcgill
Orquestra e Principal Clarinete da Filarmônica de NY tocam “Concerto” de Aaron Copland; Coro da Osesp canta Arrigo Barnabé e estreia obra encomendada a Rodolfo Coelho de Souza
- Data: 04/04/2022 13:04
- Alterado: 17/08/2023 06:08
- Autor: Redação
- Fonte: Osesp
Sala São Paulo
Crédito:Mariana Garcia
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp realiza na Sala São Paulo, entre 07 e 09/abr, três concertos com o regente norte-americano David Robertson no pódio e o clarinetista Anthony McGill, também ele norte-americano. Principal Clarinete da Filarmônica de Nova York e primeiro músico afro-americano a ocupar um cargo de principal na história dessa orquestra, McGill interpreta com a Osesp o Concerto de Aaron Copland para seu instrumento. A Sinfonia de Câmara nº 2, de Arnold Schoenberg, e a peça Harmonielehre, do contemporâneo John Adams, completam o programa.
E dia 10/abr é a primeira data da série de concertos que o Coro da Osesp apresenta na Sala São Paulo neste ano, sob regência do Maestro Preparador William Coelho. Existência, Distância e Denúncia é o nome do primeiro dos cinco programas, que terá obras de Arrigo Barnabé e Rodolfo Coelho de Souza — celebrando os 70 anos de ambos –, de Gilberto Mendes — em homenagem aos seus 100 anos –, de Gilles Binchois e Johannes Ockeghem, entre outros. As performances de 08 e 10/abr terão transmissão digital no canal da Osesp no YouTube.
Em 1947, o norte-americano Aaron Copland, já um renomado teórico e compositor, dava palestras no Rio de Janeiro quando recebeu uma encomenda do astro do jazz Benny Goodman, acompanhada de um cheque de 2000 dólares, uma verdadeira fortuna para a época. Com total liberdade de criação, Copland dedicou-se por dois anos à escrita do Concerto para Clarinete e Orquestra, cuja estreia aconteceu em 1950, sob regência de Fritz Reiner e tendo Goodman como solista. Aludindo a certa linhagem musical, o Concerto de Copland revela como, no caldeirão dos Estados Unidos da América, ousados músicos judeus, utilizando um instrumento ao mesmo tempo aristocrático e popular, o clarinete, misturaram de modo original formas europeias e afro-americanas, dando origem a obras que, pela exposição de suas belezas e contradições, continuam a romper fronteiras.
A segunda Sinfonia de Câmara de Arnold Schoenberg foi concluída e publicada em 1939, mais de três décadas depois de iniciada sua composição. Ainda incomodado com as críticas ao aspecto “passadista” da obra, Schoenberg se defendeu com um artigo intitulado “On revient toujours”, expressão francesa que traduzia suas saudades do passado vienense: “Sempre senti vigorosamente o anseio de um retorno ao estilo antigo, e de tempos em tempos tive de ceder a esse impulso”. Sobre as dificuldades de conclusão da obra, o compositor explicou que, após ter terminado sua Primeira Sinfonia, em 1906, achara que tinha finalmente alcançado um estilo próprio e original. Mas os primeiros compassos da segunda tentativa o levaram a caminhos inauditos, que impuseram “um grande desvio em meu estilo”, um primeiro passo em uma nova direção, logo superada por intuições ainda mais radicais. Ampliando e levando a novos horizontes as possibilidades da harmonia tonal, o “estilo tardio” de Schoenberg manifesta-se como uma insuspeita recuperação do passado vienense. Nada mais adequado, em se tratando desse grande compositor austríaco, ao mesmo tempo conservador e revolucionário.
“Harmonielehre, que pode ser traduzido por ‘doutrina’ ou ‘tratado de harmonia’, é o título de um volumoso estudo de harmonia tonal — parte manual, parte ruminação filosófica — que Arnold Schoenberg publicou em 1911. Naquele momento, o compositor embarcava numa jornada por mares desconhecidos que o levaria a renunciar, de forma mais ou menos permanente, às leis da tonalidade musical. Minha própria Harmonielehre é uma paródia de outra natureza, pois estabelece uma ‘relação de subordinação’ a um modelo [neste caso, uma série de obras notáveis da virada do século, como os Gurre-Lieder, do próprio Schoenberg, e a Quarta Sinfonia, de Sibelius], sem o intuito de as ridicularizar. Trata-se de uma obra orquestral extensa, em três movimentos, que combina as técnicas de desenvolvimento do minimalismo e o mundo harmônico e expressivo do romantismo tardio do final do século XIX — uma extravagância que só poderia ser realizada uma vez. As sombras de Mahler, Sibelius, Debussy e do jovem Schoenberg estão por toda parte nessa peça estranha. É uma obra que se volta para o passado num espírito que desconfio ser ‘pós-moderno’, mas que, ao contrário de outras criações minhas, como Grand Pianola Music ou Nixon in China, o faz sem nenhum traço de ironia”, releva o próprio John Adams, autor da peça Harmonielehre, que encerra o programa da Osesp nesta semana.
Este Concerto Digital conta com o patrocínio do UBS BB Investiment Bank, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
PROGRAMA
TEMPORADA OSESP: DAVID ROBERTSON E ANTHONY MCGILL
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
DAVID ROBERTSON REGENTE
ANTHONY MCGILL CLARINETE
Arnold SCHOENBERG | Sinfonia de Câmara nº 2, Op. 38
Aaron COPLAND | Concerto para Clarinete e Orquestra
John ADAMS | Harmonielehre
TEMPORADA OSESP: CORO DA OSESP EM “EXISTÊNCIA, DISTÂNCIA E DENÚNCIA”
CORO DA OSESP
WILLIAM COELHO REGENTE
Gilles BINCHOIS | Magnificat Terci Toni
Rodolfo COELHO DE SOUZA | Outrosnósmesmos [Poema de Luci Collin] [Encomenda Osesp][Estreia Mundial]
Johannes OCKEGHEM | Mort tu as navré de ton dart — Lamento pela Morte de Binchois
Gilberto MENDES | O Anjo Esquerdo da História [Poema de Haroldo de Campos]
Josquin des PREZ | Nymphes des Bois — Lamento pela Morte de Ockeghem
Arrigo BARNABÉ | Missa Noia
SERVIÇO
Osesp
07 de abril, quinta-feira, às 20h30
08 de abril, sexta-feira, às 20h30 – Concerto Digital
09 de abril, sábado, às 16h30
Coro da Osesp
10 de abril, domingo, às 18h00 – Concerto Digital
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 25,00 e R$ 230,00 Osesp e entre R$ 25,00 e R$ 50,00 Coro
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.
IMPORTANTE: Informamos que, seguindo as determinações do Governo do Estado de São Paulo e do Decreto Municipal nº 61.149, de 17 de março de 2022, o uso de máscaras de proteção facial deixa de ser obrigatório nos ambientes internos da Sala São Paulo. O uso opcional fica garantido a todos que assim o desejarem. Reforçamos que, para frequentar a Sala São Paulo, é preciso apresentar o comprovante do ciclo vacinal completo contra a Covid-19. Essa medida está de acordo com o Decreto Nº 60.488, publicado em 27 de agosto de 2021 no Diário Oficial do município. A obrigatoriedade é válida para estabelecimentos e serviços do setor de eventos com público superior a 500 pessoas — a lotação máxima da Sala atualmente é de 1.484 lugares, obedecendo ao Protocolo de Segurança. A comprovação é necessária para todos que frequentam a Sala: público, artistas e funcionários.
Como apresentar o certificado de vacinação:
1. Levando o comprovante original em papel;
2. Mostrando o comprovante digital, disponível nas plataformas e-SaúdeSP, ConecteSUS e Poupatempo.
Informações úteis:
– Quem se recusar a apresentar o documento não poderá ingressar na Sala São Paulo, uma vez que a instituição fica sujeita a penalidades e interdição.
– Vacinados fora do país devem apresentar o comprovante original.
– Quem não pode tomar a vacina por alguma diretriz médica deve apresentar documento que ateste essa impossibilidade.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.