Osesp dedica programa da semana a Brahms
Orquestra interpreta, entre 17 e 19/out, o Quarteto em sol menor e, com Lewis como solista, o Concerto para piano nº 1; performance da sexta-feira (18/out) será transmitida ao vivo no YouTube da Osesp
- Data: 14/10/2024 10:10
- Alterado: 14/10/2024 10:10
- Autor: Redação
- Fonte: Osesp
Crédito:Mario Daiola
O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Nesta semana, de quinta-feira (17/out) a sábado (19/out), a Osesp terá um programa dedicado a Johannes Brahms, um dos grandes compositores da Primeira Escola de Viena, cuja obra é um dos eixos desta Temporada. Sob a batuta do regente Marc Albrecht, ouviremos a orquestração de Arnold Schoenberg para o Quarteto em sol menor do mestre alemão e, com Paul Lewis como solista, o Concerto para piano nº 1. Os ingressos custam a partir de R$ 39,60 (valor inteiro) e estão à venda neste link. O concerto da sexta-feira (18/out) será transmitido ao vivo no canal da Osesp no YouTube.
Sobre o programa
Após a internação de Robert Schumann em um manicômio, Brahms foi viver na casa dele para dar amparo à esposa do amigo, Clara, que estava grávida de seu oitavo filho. Em cinco dias, compôs uma sonata para dois pianos, na qual tentou traduzir seus sentimentos diante do destino de Schumann. O resultado, porém, não o agradou. Ele constatou que seria preciso transformar a sonata em uma sinfonia, mas o peso da tarefa o levou a abandonar o projeto.
Um ano mais tarde, Brahms ainda estava vivendo na casa dos Schumann, cada dia mais apaixonado por Clara. Animado por um sonho no qual tocava um concerto para piano baseado em sua “malograda sinfonia”, ele volta a trabalhar na composição que se tornaria seu Concerto para piano nº 1. Brahms levou mais três anos para finalizar a obra, marcadamente densa e trágica, rompendo muitas das convenções do gênero concertante, ao mesmo tempo em que demonstra profundo conhecimento da tradição.
Em fevereiro de 1933, Arnold Schoenberg apresentou uma conferência na Rádio de Frankfurt para celebrar o centenário de Brahms, que inspirou seu famoso ensaio “Brahms, o progressista”. Nele, Schoenberg argumenta que Brahms, considerado conservador, poderia ser visto como um precursor do Modernismo. Com a ascensão de Hitler e a perseguição aos judeus, o austríaco fugiu para os Estados Unidos, onde se uniu a outros artistas alemães emigrados. Um deles era o maestro Otto Klemperer, que sugeriu ao amigo que orquestrasse o Quarteto para piano nº 1 de Brahms.
Schoenberg então se dedicou, entre maio e setembro de 1937, a traduzir para orquestra cada nota da partitura, escrita originalmente para piano, violino, viola e violoncelo. Ao invés de dar à obra uma roupagem atualizada, ele seguiu de perto a linguagem do antecessor, que conhecia como poucos. O Quarteto, que marcou a estreia de Brahms como compositor em Viena em 1862, homenageia a rica tradição musical da cidade. O compositor observou que Brahms utilizava a tradição de maneira original, variando seus temas desde o início, em vez de apresentá-los de forma fixa. Essa abordagem, chamada de “variação em desenvolvimento”, exemplifica a inventividade melódica de Brahms, e pode ser vista com clareza no primeiro movimento do quarteto.
SERVIÇO
17 de outubro, quinta-feira, 20h30
18 de outubro, sexta-feira, 20h30 — Concerto Digital
19 de outubro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271 (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Estacionamento: R$ 35,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.