Os Correios retomam investimentos em comunicação e patrocínios
Com um orçamento de R$ 33,7 milhões em patrocínios para 2024, o estatal busca ampliar sua presença cultural e esportiva, enquanto enfrenta desafios financeiros financeiros.
- Data: 02/01/2025 23:01
- Alterado: 02/01/2025 23:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Fernando Frazão/Agência Brasil
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou os investimentos em comunicação e patrocínios dos Correios, marcando o fim de um período de contenção de gastos que se acentuou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). A reativação ocorre em meio a uma grave crise financeira enfrentada pelo estatal, que acumula prejuízos de mais de R$ 2 bilhões nos primeiros nove meses de 2024, após encerrar 2023 com um déficit de R$ 600 milhões.
Neste ano, os Correios destinaram R$ 33,7 milhões para patrocínios a eventos e entidades como a Confederação Brasileira de Ginástica, o festival Lollapalooza, a turnê de Gilberto Gil, os Jogos Universitários Brasileiros e o Tour do Rio de Ciclismo. Embora expressivo, esse valor ainda está abaixo dos investimentos realizados durante a gestão de Dilma Rousseff (PT) e do orçamento previsto de R$ 380 milhões para publicidade e propaganda em 2025.
O montante aplicado em 2024 já supera significativamente os R$ 3,3 milhões gastos no primeiro ano do terceiro mandato de Lula, diminuindo uma tendência de expansão para o próximo ano. Além disso, os Correios anunciaram o pagamento de R$ 200 milhões em bonificações para seus mais de 80 mil funcionários, com um “vale-peru” de R$ 2.500 para cada trabalhador, como parte de um acordo coletivo.
Os investimentos publicitários da empresa obtiveram um lucro mínimo após o impeachment de Dilma em 2016. Na gestão de Michel Temer (MDB), os gastos com publicidade foram reduzidos para R$ 17,3 milhões em 2017 e R$ 15,5 milhões em 2018 .Durante o governo Bolsonaro, os investimentos praticamente desapareceram, chegando a apenas R$ 265 mil em 2022.
De acordo com o relatório de 2023, os Correios planejam aumentar sua presença no mercado logístico e no atendimento ao governo, utilizando os R$ 380 milhões previstos para publicidade no próximo ano para destacar sua eficiência operacional e capacidade de atender às demandas governamentais. Apesar disso, os investimentos em ações publicitárias gerais permaneceram suspensos desde o início do governo Lula.
O estatal também enfrentou desafios financeiros, incluindo um acordo para cobrir um déficit de R$ 15 bilhões do fundo de pensão Postalis, o que resultará em pagamentos monetários de cerca de R$ 30 milhões pelos próximos 30 anos. Esse ajuste, segundo os Correios, deveria ter sido implementado anteriormente, mas foi adiado pelos gestos anteriores.
Mesmo com o aumento nos patrocínios, os Correios implementaram um congelamento de gastos operacionais devido à redução na disponibilidade financeira, revisando as projeções orçamentárias de 2024 de R$ 22,5 bilhões para R$ 21,9 bilhões, ainda acima das receitas previstas de R$ US$ 20,1 bilhões.
A expectativa para 2025 é de maior investimento em comunicação e contratos publicitários, reforçando a presença da estatal no mercado competitivo de logística e encomendas, frente aos grandes concorrentes do setor.