Operação Salus et Dignitas: criminosos usavam comércios para fomentar o tráfico na região central
Ação integrada contou com mais de 1,2 mil policiais para cumprir 200 mandados
- Data: 06/08/2024 17:08
- Alterado: 06/08/2024 17:08
- Autor: Redação
- Fonte: SSP
Crédito:SSP
As forças de segurança do estado de São Paulo se uniram para desarticular o ecossistema financeiro de uma facção criminosa responsável pela distribuição de drogas no centro da capital paulista. A quadrilha usava hotéis, comércios e outros estabelecimentos no entorno das cenas abertas de uso para lavar dinheiro do tráfico e fomentar o crime. Além disso, os criminosos mantinham um depósito de armas na região. A informação veio à tona durante a Operação Salus et Dignitas (saúde e dignidade), deflagrada nesta terça-feira (6).
As investigações se iniciaram há um ano com o trabalho conjunto das Polícias Civil e Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.
Conforme o MP, essa ação atacou diversas frentes com a intenção de isolar as lideranças do crime organizado para asfixiar financeiramente aqueles que exploram o comércio ilícito no centro da capital. Isso, conforme as autoridades, mantinha a exploração de dependes químicos, contribuindo para a violação de direitos humanos.
Ao todo, foram cumpridos 117 mandados de busca e apreensão e sete de prisão. Até o momento, cinco suspeitos foram presos, entre eles, um dos líderes da organização, que controla tanto o fluxo de drogas no centro, quanto outras atividades criminosas executadas pelo bando. Os outros dois envolvidos estão foragidos.
Mais de R$ 155 mil em espécie foram apreendidos na ação, bem como 122 celulares, 23 computadores, 78 veículos e 96 HDs, USBs e pendrives. Todos os objetos vão passar por perícia e devem servir para dar sequência às investigações. Além disso, dez estabelecimentos comerciais foram interditados.
“Essa é mais uma etapa das diversas operações que realizamos no centro de São Paulo para atacar a logística criminosa que se instaurou na região”, comentou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
De acordo com o chefe da pasta da segurança paulista, essa ação conjunta é um passo fundamental para combater o crime organizado que atua no local. “Identificada a raiz do problema e aqueles que lucram com a violação dos direitos humanos das cenas abertas de uso, cabe aos nossos agentes de segurança desarticular esse ecossistema para que, de forma inédita, possamos tratar o problema da região de maneira ampla e revolvê-la para a população. Os índices de criminalidade em queda demonstram que estamos no caminho certo” explicou.
Para o governador de São Paulo, a operação representa um grande marco na história do estado devido a integração das forças de segurança. “As pessoas olham para a situação no centro e só notam a ponta do iceberg, mas hoje nós atacamos todo o ecossistema por trás disso”, afirmou.
Sobre a operação
A operação contou com mais de 1,3 mil agentes públicos, 30 cães do Canil da Polícia Militar e duas aeronaves, com foco na desarticulação da logística do crime organizado em diferentes pontos da região central da capital paulista. Houve a participação da Polícia Federal, da Rodoviária Federal e Receita Federal.
Uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de saúde e da assistência social, foi responsável pelo atendimento às famílias que estão alocadas nos imóveis alvos da operação. Após o acolhimento inicial e a triagem, as pessoas foram encaminhadas aos equipamentos do estado e do município, como a Central Integrada de Atenção e Acolhimento, o Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, unidades de saúde e abrigos de passagem, de acordo com a necessidade de cada um.
A operação contou também com ações integradas de outras pastas do governo e da Prefeitura de São Paulo para a emissão de documentos, alimentação, distribuição de kits com roupas e produtos de higiene pessoal. Entre esses órgãos estão as secretarias de Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Fazenda e Planejamento, Saúde, Gestão e Governo Digital, da Defesa Civil do Estado e do Fundo Social de São Paulo.