Ópera ‘Amor Azul’, de Gilberto Gil e Aldo Brizzi, terá transmissão ao vivo da Sala São Paulo

Espetáculo do músico brasileiro e do regente italiano tem participação da Orquestra Jovem do Estado, do Coro Acadêmico da Osesp, do Núcleo de Ópera da Bahia e de solistas e bailarinos; récita de sexta-feira (30/ago) será transmitida ao vivo no YouTube da Sala.

  • Data: 26/08/2024 09:08
  • Alterado: 26/08/2024 09:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Fundação Osesp
Ópera ‘Amor Azul’, de Gilberto Gil e Aldo Brizzi, terá transmissão ao vivo da Sala São Paulo

Sala São Paulo

Crédito:Mariana Garcia

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A Sala São Paulo será palco do mais novo projeto de uma lenda da música popular brasileira: o cantor, compositor e instrumentista Gilberto Gil. Ao lado do maestro e compositor italiano Aldo Brizzi, o baiano desembarca na capital paulista entre os dias 28 e 31 de agosto com a ópera Amor Azul, que conta também com a participação da Orquestra Jovem do Estado São Paulo – Emesp Tom Jobim e do Coro Acadêmico da Osesp. A regência fica a cargo de Brizzi, um parceiro de longa data de Gil – a dupla estrelou dois concertos da série Encontros Históricos na Sala São Paulo em dezembro de 2021. Os cantores e percussionistas afro-brasileiros que participam da produção são integrantes do Núcleo de Ópera da Bahia – NOP. Criado em 2016, o NOP busca desenvolver um repertório único de óperas inspiradas nas culturas afro-brasileiras e indígenas.

Amor Azul se debruça sobre a história de amor entre o deus hindu Krishna e a mortal Radha. A ópera traz nada menos que 47 músicas inéditas, compostas por Gilberto Gil e Aldo Brizzi, que celebram a persistência do amor e as diferentes expressões que dele provêm. Cerca de 140 artistas, entre músicos, cantores e bailarinos, estarão ao lado de Gil e Brizzi no palco da Sala São Paulo celebrando o encontro de elementos das culturas brasileira e indiana, envoltos por instrumentos da música de concerto, canto lírico e dança tradicional indiana.

Os ingressos para as três récitas e o ensaio aberto, que custavam de R$ 39,60 a R$ 200,00 (valores inteiros), começaram a ser vendidos no dia 15/jul e se esgotaram rapidamente. Mas atenção: a performance de sexta-feira (30/ago) será transmitida ao vivo no canal oficial da Sala São Paulo no YouTube.

“Ficamos entusiasmados ao receber a proposta da equipe de Gilberto Gil, pois ela combina a estreia da ópera Amor Azul no Brasil, até então apresentada apenas em Paris, com nosso compromisso de oferecer atividades artísticas de grande qualidade durante as viagens de nossa Orquestra — em agosto a Osesp estará na Europa. E imediatamente pensamos na excelente Ojesp para participar do projeto. Parceiros de longa data, eles prontamente aceitaram, e desde então estamos trabalhando em conjunto para garantir o sucesso deste projeto”, conta a Coordenadora de Planejamento Artístico da Fundação Osesp, Gabriela de Souza. “Gilberto Gil e Aldo Brizzi já estiveram conosco em 2021, na série Encontros Históricos, também realizada pela Fundação Osesp, quando pudemos conferir algumas das canções que formam este espetáculo. Não poderíamos estar mais animados para essa estreia brasileira desse audacioso e inovador projeto da dupla”, completa Gabriela.

Um épico de amor

Amor Azul é uma ode aos sentimentos terrenos e à eternidade divina. O libreto é inspirado nos poemas e textos sagrados Cântico dos Cânticos, do Nuvem Mensageira, de Kalidasa, e do Gitagovinda, de Jayadeva, que versam sobre o amor puro entre Krishna e Radha. Na cultura indiana, o casal representa a cumplicidade do amor em sua essência, em que um ser não existe sem o sentimento do outro.

A obra se desdobra em dois atos, nos quais o público acompanhará a relação das divindades em diferentes cenários: a Índia mítica do passado e o Brasil vívido da contemporaneidade. No palco, o protagonista Jayadeva (Gilberto Gil – em alguns momentos personificado também como o deus Vishnu) cria e conta a história de Krishna e Radha. As 47 composições exclusivas que tecem a narrativa unem orquestra sinfônica, balé indiano, vozes populares e coro lírico a gêneros musicais como samba, bossa nova e afoxé, além de incorporar a percussão afro-brasileira e o vina, um tradicional instrumento de cordas indiano. Há também músicas mais próximas da ópera lírica tradicional, como partes corais, arias, duetos, concertados e recitativos.

As primeiras – e até hoje únicas – apresentações de Amor Azul aconteceram em dezembro de 2023 no auditório da Radio France, em Paris, com a Orquestra e o Coro da instituição. Foram três performances com ingressos esgotados, exibidas cinco vezes na televisão francesa e aplaudidas de pé a cada noite. Público e crítica destacaram a ópera como um “triunfo”, “uma criação original” e “uma festa prodigiosa”, tornando-a um dos ápices recentes de uma carreira tão celebrada como a de Gilberto Gil, hoje com 82 anos.

A relação do músico baiano com o hinduísmo é antiga e duradoura. Da mesma forma que trata outras religiões, ele vê no sagrado uma fonte inesgotável de inspirações para a vida. O deus de Gil não possui dogmas próprios. Durante a década de 1960, o compositor se aproximou do hinduísmo e da entrega à meditação durante a repressão da ditadura militar. O contato com outras vertentes religiosas, como o candomblé, o catolicismo e a umbanda, culminou em canções hoje clássicas como Se eu quiser falar com Deus (1980) e Andar com fé (1982). Nessas peças, Gil estabelece o ser como um templo próprio, em contato íntimo com o divino.

Em 2017, também em parceria com o maestro italiano Aldo Brizzi, Gil deu voz e encarnou o Contador de Histórias (Jayadeva) em Negro Amor. O concerto, com quatro músicas inéditas que formam a suíte Negro Amor, foi apresentado em cidades europeias como Londres, Helsinque, Reggio Calabria e Basel, e era uma versão inicial de Amor Azul. Agora reformulada e com mais elementos e músicos no palco, a ópera Amor Azul é um novo tratado de Gil e Brizzi sobre os poderes divinos que se escondem por trás do mundo humano.

SERVIÇO

AMOR AZUL: ÓPERA DE GILBERTO GIL E ALDO BRIZZI

28 de agosto, quarta-feira, às 18h30 [Ensaio aberto]

29 de agosto, quinta-feira, às 19h30

30 de agosto, sexta-feira, às 19h30 – Concerto Digital

31 de agosto, sábado, às 16h30

Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16

Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares

Duração: 2h40, com intervalo de 20 minutos

Recomendação etária: 07 anos

Ingressos: entre R$ 39,60 e R$ 200,00 (valores inteiros*) – Esgotados

Bilheteria (INTI): neste link

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  • Data: 26/08/2024 09:08
  • Alterado:26/08/2024 09:08
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