Olimpíadas prometem retorno de até 11 bilhões de euros a Paris

A previsão do Comitê Olímpico é de que 181 mil empregos sejam criados durante o período

  • Data: 26/07/2024 09:07
  • Alterado: 26/07/2024 09:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: VICTOR SENA - FOLHAPRESS
Olimpíadas prometem retorno de até 11 bilhões de euros a Paris

Crédito:Divulgação

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O negócio bilionário das Olimpíadas, apoio a Trump cresce em meio ao Vale do Silício e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (26).

CUSTOS E LUCROS OLÍMPICOS

As Olimpíadas de Paris devem injetar até 11 bilhões de euros (R$ 67,3 bilhões) na economia da capital da França, e região, num período 16 anos. O impacto vem de três frentes: turismo, obras do governo e gastos com o próprio evento.

↳ O valor foi calculado pelo CDES (sigla em francês para Centro de Direito e Economia para o Esporte).
Os Jogos têm abertura oficial nesta sexta-feira (26) e vão até 11 de agosto.

TURISTA QUE CHEGA

Estimativas da Oxford Economics preveem que a França receberá 101 milhões de visitantes ao longo do ano, mais que os 98,2 milhões de 2023. A previsão do Comitê Olímpico é de que 181 mil empregos sejam criados durante o período.

10 milhões de ingressos foram vendidos, maior volume registrado em edição dos Jogos.

DINHEIRO GASTO…

O governo francês afirma que o orçamento do evento foi de 4,4 bilhões de euros (R$ 24,5 bilhões). Apenas 5% seria dinheiro público, destinado aos Jogos Paralímpicos.

Estimativas do jornal La Tribune apontam que obras públicas como a despoluição do Rio Sena elevaram o gasto total a 11,8 bilhões de euros (R$ 73,1 bilhões).

…E O RETORNO?

A maioria dos Jogos Olímpicos não teve retorno suficiente em dinheiro para compensar os investimentos feitos nas cidades-sede, segundo pesquisa da Universidade de Lausanne, na Suíça. Los Angeles (1984), Sidney (2000) e Atlanta (1996) são as exceções.

↳ A Rio-2016 teve prejuízo até “pequeno”, de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão).
↳ Os de Londres (2012) e Montreal (1976) passaram de US$ 5 bilhões (R$ 28,2 bilhões).

POR QUÊ?

Os pesquisadores explicam que altos gastos com a manutenção de obras sem uso depois dos jogos foi o que transformou o evento em um investimento deficitário.

AQUECENDO

O presidente da França, Emmanuel Macron, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, apostam nas Olimpíadas como um fator para tentar estimular a economia local, que não vive seus melhores dias.

  • A França deve crescer 0,7% neste ano;
  • Os Jogos poderiam levar essa alta, no melhor cenário, para 0,9%, segundo o CDES.
    LUXO
    Maior grupo empresarial francês, e um dos maiores do mundo, a LVMH investiu para aparecer no evento. O dono da Louis Vitton, Tiffany e Moët Chandon é patrocinador “premium” das Olimpíadas. Para isso, desembolsou 150 milhões de euros (R$ 917 milhões) e garantiu exposição para suas marcas:
    A grife de joias Chaumet criou as medalhas, que serão levadas em caixas da Louis Vuitton.
    Os calçados Berluti estarão nos pés das seleções francesas no desfile oficial dos Jogos.
    O champanhe Moët Chandon e o conhaque Hennessy serão servidos no coquetel de abertura.
    RACHA NO VALE DO SILÍCIO
    A comunidade de tecnologia da Califórnia, onde empresas como Apple, Google e Tesla foram fundadas, não é mais um grupo que vota essencialmente nos Democratas. Figuras como Elon Musk, David Sacks e os gêmeos Winklevoss declararam apoio a Donald Trump nas eleições.
    POR QUE IMPORTA?
    A Califórnia é o estado mais populoso dos EUA, com a maior economia e crucial para os democratas vencerem. É uma região que tradicionalmente vota com os democratas.
    A última vez que o partido perdeu lá foi em 1988, quando o republicano George H. W. Bush venceu no estado e foi eleito presidente
    A candidata democrada Kamala Harris é californiana e atuou como promotora e procuradora-geral no estado.
    PERFIL
    O Vale do Silício, próximo a São Francisco, é considerado uma das regiões mais inovadoras do mundo e sede da maioria das “bigs techs”. A região tem perfil liberal nos costumes e costuma eleger políticos com pautas progressistas.
    QUEM APOIA KAMALA?
    O New York Times listou cinco peso pesados do Vale que estão com a democrata, que era amiga de Steve Jobs e afirma ser uma “capitalista”. Quem são eles:
  • David Ellison, fundador e CEO da Skydance. Vai liderar a Paramount após a fusão;
  • Reid Hoffman, investidor e cofundador do LinkedIn;
  • Reed Hastings, cofundador da Netflix;
  • Laurene P. Jobs, filantropa e viúva de Steve Jobs;
  • Sam Altman, CEO da OpenAI.
    A indústria de entretenimento de Los Angeles, mais ao sul no estado, também é forte apoiadora dos Democratas. Um dos maiores militantes é o ator George Clooney.
    QUEM APOIA TRUMP
    Elon Musk, CEO da Tesla, é a principal figura do setor de tecnologia que está com o republicano. Veja outros listados pelo NYT:
  • Os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, investidores ex-parceiros de Mark Zuckerberg no Facebook
  • David Sacks, cofundador da Craft Ventures
  • Doug Leone, sócio da Sequoia Capital
  • Joe Lonsdale, cofundador da Palantir
  • Marc Andreessen, cofundador da Andreessen Horowitz
    AJUDA DO VICE
    O candidato a vice-presidente republicano J.D. Vance, senador de Ohio, também atraiu nomes. Ele tem laços com o bilionário de “venture capital” Peter Thiel, (que fez grandes aportes em Facebook e Nubank), e o ex-presidente-executivo do Google Eric Schmid.
    OS MOTIVOS
    Os apoiadores de Trump estão apostando que o ex-presidente reduzirá a carga tributária. Muitos deles estão desesperados para evitar o plano democrata de aumentar os impostos sobre a renda.
    ↳ Outro motivo é a ação das agências do governo que têm impedido fusões e aquisições.
    SUPER RICOS NA PAUTA DO G20
    Os países membros do G20, que reúne as maiores economias do mundo, concordaram pela primeira vez em citar a taxação de super-ricos em um comunicado. O texto será divulgado nesta sexta-feira (25) e fala da cobrança de forma concreta.
    A pauta é defendida por Brasil e França, mas criticada pelos Estados Unidos.
    Os países chegaram a um meio-termo e citaram diálogo sobre “tributação justa e progressiva”, que inclua “indivíduos com patrimônio líquido ultraelevado”.
    A PROPOSTA BRASILEIRA
    O governo Lula (PT) defende um plano elaborado pelo economista francês Gabriel Zucman para criar uma rede de tributação internacional de super ricos. Ela prevê um imposto global de 2% sobre o patrimônio de cerca de 3 mil pessoas, que tenham mais de US$ 1 bilhão em bens.
  • US$ 250 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) de arrecadação ao ano no mundo;
  • O Brasil tem 69 bilionários, segundo a revista Forbes.
    ↳ O acordo global é o formato defendido para não haver “fuga” de fortunas de um país para outro, como hoje acontece.
    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a inclusão da referência ao imposto global no comunicado do G20.
    “Eu não penso que seja pouco. É uma conquista de natureza moral. Reconhecer que existem procedimentos e práticas inaceitáveis num mundo com tanta desigualdade e buscar reparar essa injustiça é importante”.
    A cobrança tem sido defendida por Lula e pela economista vencedora do Nobel, Esther Duflo, que afirmou à Folha, em abril, que taxar bilionários não é mais uma ideia de direita ou esquerda.
  • “Não se trata de tirar a fortuna deles (bilionários), mas obrigá-los a pagar impostos como os que pagamos sobre nossos salários”, defendeu.
    SIM, MAS… A ideia é refutada pelas autoridades da maior economia do mundo. A secretária do Tesouro americana, Jenet Yellen, é uma voz contrária à taxação global.
  • “A política tributária é muito difícil de coordenar globalmente. Não vemos necessidade e não achamos realmente desejável tentar negociar um acordo global”.
    O ENCONTRO
    Ministros das áreas econômicas estiveram em Brasília nesta quinta-feira (24) para o encontro do G20. O Brasil é anfitrião de uma série de reuniões do grupo neste ano. O principal encontro, entre os presidentes, será no Rio, em novembro.
    PARA ASSISTIR: “SOM NA FAIXA”
    Netflix, 1 temporada, 8 episódios (em média 50 minutos)
    As dúvidas sobre o futuro da música eram grandes no começo dos anos 2000. Os downloads ilegais disparavam e as vendas de CDs caíam. A startup Spotify, criada na Suécia em 2008, foi quem redefiniu a indústria nos anos seguintes com a tecnologia do streaming.
    Essa história é contada na série “Som na Faixa” (“The Playlist”, no título original em inglês), disponível na Netflix, minha dica de hoje.
    Os oito episódios mostram a criação do Spotify, ainda como startup no país nórdico, bem longe das famosas empresas de tecnologia da Califórnia, nos EUA. Daniel Ek, fundador e ainda CEO do Spotify, decidiu propor um negócio digital para reprodução de músicas que fosse legal e interessante às gravadoras. Ele segue como CEO.
    ‘Som na Faixa’ foi baseada no livro “Spotify Untold” (Sem tradução em português), escrito pelos jornalistas Jonas Leijonhufvud e Sven Carlsson.
    Quinze anos após sua criação, o Spotify caminha para o primeiro lucro anual.
  • A empresa tem 30% do mercado do streaming de música;
  • São 626 milhões de usuários, sendo que 246 milhões pagam.
    O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER
    GOVERNO LULA
    Governo tem apenas R$ 65 bi de espaço para cortar, e ministros disputam para ficar de fora. Equipe econômica deve anunciar divisão do congelamento de R$ 15 bilhões em gastos na próxima terça (30).
    ENERGIA LIMPA
    Com aval de ministério, Paraguai faz leilão para vender energia que ainda não pode entregar ao Brasil. País vizinho diz que usará conexão de Itaipu, mas quem conhece a usina afirma que entrega física não é possível; especialistas questionam pressa em pregão.
    MERCADO
    Lucro líquido da Vale triplica no 2º tri para US$ 2,77 bi. Uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, companhia registrou lucro acima da expectativa de analistas.
    VAREJO
    Amazon antecipa cobrança de ‘taxa das blusinhas’ para 31 de julho. AliExpress e Shopee já tinham anunciado que começam a aplicar valor extra a partir deste sábado (27); lei entra em vigor no dia 1º de agosto.
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  • Data: 26/07/2024 09:07
  • Alterado:26/07/2024 09:07
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