Olimpíadas Especiais Brasil reforça a importância da educação inclusiva
O movimento mundial em prol da pessoa com deficiência intelectual apresenta os benefícios de uma sociedade que inclui
- Data: 26/01/2021 13:01
- Alterado: 26/01/2021 13:01
- Autor: Redação
- Fonte: Olimpíadas Especiais Brasil
Crédito:Divulgação/Olimpíadas Especiais Brasil
Só no Brasil somam-se, aproximadamente, seis milhões de pessoas com deficiência intelectual e, no mundo, esse número chega a 3% da população total. Fundada em 1968 por Eunice Kennedy Shriver – irmã do 35° presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy Jr – para desenvolvimento do indivíduo e de sua sociedade, a Special Olympics tem como filosofia dar oportunidade a todos os atletas, independente do nível de habilidade, promovendo diversas competições, em todas as regiões do mundo, durante todo o ano.
Há três décadas no país, o programa é conduzido por voluntários e por meio de treinamentos esportivos e competições de qualidade, melhorando a vida das pessoas com deficiência intelectual e, consequentemente, a vida de todas as pessoas que as cercam. Com mais de 50 mil atletas que se dividem em treinamentos e competições durante o ano em nove estados brasileiros, as Olimpíadas Especiais Brasil buscam a inclusão da pessoa com deficiência intelectual através do esporte e com suporte para a família e a comunidade, inclusive nas escolas.
Para que a inclusão aconteça por toda a comunidade, a sala de aula é uma grande aliada, por isso, as Olimpíadas Especiais Brasil encabeçam, dentre outras frentes de atuação, o programa Escolas Unificadas, uma plataforma de educação e esporte desenhada para construir um ambiente inclusivo na instituição, de aceitação e respeito, que capacita jovens para se tornarem agentes de mudanças nas comunidades. Hoje, o programa atua nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, com 330 escolas cadastradas, intituladas Escolas Unificadas.
Inclusão Escolar
A diretora Nacional de Esportes das OEB, Coordenadora de tênis da Special Olympics Latino America e pós doutora em Educação Física, Teresa Leitão, afirma que a convivência e a aprendizagem em grupo é a melhor forma de beneficiar a todos, não somente as crianças e jovens com deficiência. “Todos ganham, pois há mudanças nos paradigmas, na forma como nos enxergamos como sociedade, nos ajustes e adaptações que devemos fazer, quando necessário, nas formas de comunicação e interação, ou seja, na troca”, ressalta.
A inclusão escolar está relacionada com o acesso, permanência e aprendizagem de qualidade para todos os alunos nas escolas. Para a Profa Dra. Maria Luiza Tanure Alves, o termo ‘educação inclusiva’, mais recente, amplia o entendimento de inclusão nas escolas, ultrapassando as barreiras da sala de aula, e promovendo sua discussão e implementação pela comunidade escolar.. A pesquisadora reforça que a inclusão de pessoas com deficiência na rede regular promove a aceitação da diversidade, aprendizagem em grupo e o ensino e respeito às diferenças.
No Brasil, de acordo com dados de 2019 do Censo Escolar, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cerca de 90% das pessoas com deficiência em fase escolar estão matriculadas na rede regular de ensino, seja na rede pública ou privada. Ainda de acordo com o Censo, a rede pública tem o maior índice de estudantes em classes comuns, com mais de 97%, já a rede particular 51%, com dados de 2018.
Para Maria Luiza, ainda é difícil falar no número de beneficiados pela educação inclusiva, por ela ser um processo e não o fim do ciclo. “Falar que determinado número de escolas fazem a inclusão não é possível, pois todas as escolas têm um aluno com deficiência, mas a presença deste aluno não significa que está tendo a inclusão, mas sim o acesso”, finaliza a pesquisadora.
“Ainda há dificuldades, como a falta de espaços e conhecimentos adequados para que a inclusão, de fato, aconteça, pois ela é um processo que está em constante transformação e devemos continuar a buscar juntos, maneiras e ferramentas para que todos tenham oportunidades de serem respeitados e possam exercer a sua cidadania, independente da sua condição”, completa Teresa.
OLIMPÍADAS ESPECIAIS BRASIL
Projeto global sem fins lucrativos, a Special Olympics é um movimento mundial centrado no desporto, fundado em 1968 por Eunice Kennedy Shriver – irmã do 35° presidente dos Estados Unidos John F Kennedy. Trata-se de uma organização internacional criada para apoiar pessoas com deficiência intelectual a desenvolverem a sua autoconfiança, capacidades de relacionamento interpessoal e sentido de realização por meio do esporte.
Acreditada pela Special Olympics International, as Olimpíadas Especiais Brasil atuam nas seguintes modalidades esportivas: atletismo, águas abertas, basquete, bocha, ciclismo, futebol, natação, handebol, ginástica rítmica, tênis, tênis de mesa, vôlei de praia e judô, além dos Programas: APLs (Atleta Líder), Escolas Unificadas, Atletas Saudáveis, Atletas Jovens, MATP (Programa de Treinamento em Atividade Motora) e Famílias. Tendo o país quase seis milhões de pessoas com deficiência intelectual, as Olimpíadas Especiais Brasil possuem 32 mil atletas treinando e 25 mil competindo durante todo o ano.
Filosofia
A Special Olympics tem como filosofia dar oportunidade a todos os atletas, independente do nível de habilidade, promovendo diversas competições, nas mais diferentes regiões do mundo, durante todo o ano. O programa é conduzido por voluntários e por meio de treinamentos esportivos e competições de qualidade, melhora a vida das pessoas com deficiência intelectual e, consequentemente, a vida de todas as pessoas que as cercam.