Oceanos e Itaú Cultural divulgam os semifinalistas da edição de 2022
Pela primeira vez, o júri classificou mais de 60 títulos na lista de semifinalistas, devido a empates nas notas conferidas aos diferentes livro
- Data: 31/08/2022 11:08
- Alterado: 15/08/2023 23:08
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
Selma Caetano
Crédito:Agência Ophelia
A 19ª edição do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa e o itaú Cultural anunciam os semifinalistas nesta quarta-feira, 31 de agosto em seus sites: www.itaucultural.org.br e www.associacaooceanos.pt/. Foram classificados 65 títulos de autores de diferentes nacionalidades: 45 escritores brasileiros, 12 portugueses, cinco moçambicanos, uma luso-angolana, um angolano e um cabo-verdiano.
Concorrem nesta etapa obras publicadas por 40 diferentes editoras – 25 do Brasil, 11 de Portugal, três de Moçambique e uma de Cabo Verde. Foram classificados 27 romances, 18 livros de poemas, 14 de contos, cinco de crônicas e uma dramaturgia.
Nesta edição, oito autores estão publicados em mais de um país de língua portuguesa – número mais representativo desse intercâmbio literário entre todas as edições do prêmio. Editados no Brasil e em Portugal, concorrem A pediatra, da brasileira Andréa Del Fuego (Companhias das Letras Brasil e Portugal), As doenças do Brasil, do português Valter Hugo Mãe (Biblioteca Azul e Porto), Atirar para o torto, da portuguesa Margarida Vale do Gato (Macondo e Tinta-da-china), Mundo, da portuguesa Ana Luísa Amaral (Assírio & Alvim Brasil e Portugal), Museu da Revolução, do moçambicano João Paulo Borges Coelho (Kapulana e Editorial Caminho), e Vista Chinesa, da brasileira Tatiana Salem Levy (Todavia e Elsinore).
O caçador de elefantes invisíveis, do moçambicano Mia Couto, foi editado em Moçambique e Portugal (Fundação Fernando Leite Couto e Editorial Caminho), e Safras de um triste outono, do cabo-verdiano Arménio Vieira, foi publicado em Cabo Verde e no Brasil (Rosa de Porcelana e Casa Brasileira de Livros).
Mundo, da renomada escritora portuguesa Ana Luísa Amaral, concorre de maneira póstuma, uma vez que o regulamento do prêmio admite a premiação de escritores que venham a falecer após a inscrição do livro. Ana Luísa morreu em 5 de agosto.
Há ainda sete autores estreantes entre os semifinalistas, todos brasileiros: Caetano Romão, com Um nome inteiro disposto à montaria (7Letras); Carol Braga, com Minha raiva com uma poesia que só piora (Urutau); Fábio Horácio-Castro, com O réptil melancólico (Record); Luciana Ticoski, com Área de broca (Nave); Luiza de Carvalho Fariello, com Essa palavra eu não falo (Patuá); Marana Borges, com Mobiliário para uma fuga em março (Dublinense); e Vinícius Mahier, com Eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião (Macondo).
Oceanos em números
Este ano, concorreram ao Oceanos 2.452 títulos de autores de 17 diferentes nacionalidades, com obras publicadas em sete países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal.
Houve crescimento de 34% no número de obras inscritas em relação à edição anterior: 621 livros a mais que os 1.831 concorrentes ao Oceanos 2021.
Apenas do continente africano, o aumento foi de 121% no número de escritores participantes. Foram inscritos 62 livros de autores nascidos em Angola (18), Cabo-Verde (oito), Guiné-Bissau (três), Moçambique (31) e São Tomé e Príncipe (dois), todos escrevendo e publicando originalmente em língua portuguesa.
Dentre os gêneros literários avaliados, a poesia – com 1.130 livros – correspondeu a 46,1% das inscrições. Os romances somaram 743 obras e representaram 30,3% do total; os livros de contos – 372 inscrições – perfizeram 15,2%, seguidos por 156 volumes de crônicas – 6,4% – e 51 obras de dramaturgia – 2,1%.
Seleção
A avaliação do Prêmio Oceanos é feita em três fases consecutivas. Na primeira etapa, um júri composto por 122 escritores, poetas, professores e críticos literários residentes em Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal elegeu os semifinalistas entre os concorrentes. Também foram escolhidos por votação os membros dos júris posteriores (Intermediário e Final).
Na etapa que se inicia agora, o Júri Intermediário faz a seleção dos dez finalistas entre os semifinalistas. Participam Jeferson Tenório, Nina Rizzi, Paulo Scott e Prisca Agustoni, do Brasil; João Luís Barreto Guimarães e José Riço Direitinho, de Portugal; e Teresa Manjate, de Moçambique.
Na terceira e última etapa, o Júri Final escolherá, entre os dez finalistas, os três vencedores.
O prêmio
A premiação é de R$ 250 mil – R$ 120 mil para o primeiro colocado, R$ 80 mil para o segundo e R$ 50 mil para o terceiro.
O Oceanos é realizado via Lei de Incentivo à Cultura, pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, e conta com o patrocínio do Banco Itaú e da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa (DGLAB); com apoio e governança do Itaú Cultural, apoio do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde; e com o apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Semifinalistas de 2022
– A gaivota ou a vida em torno do lago, de Susana Fuentes | 7Letras – Poesia
– A nota amarela, de Gustavo Melo Czekster | Zouk – Romance
– A pediatra, de Andréa Del Fuego | Companhia das Letras Brasil e Portugal – Romance
– Afastar-se (treze contos sobre água), de Luísa Costa Gomes | D. Quixote – Conto
– Alguns dias violentos, de Ismar Tirelli Neto | Macondo – Poesia
– América – um poema de amor, de Mariana Ianelli | Ardotempo – Poesia
– Área de broca, de Luciana Tiscoski | Nave – Conto
– As doenças do Brasil, de Valter Hugo Mãe | Porto e Biblioteca Azul – Romance
– As formigas do Tavinho e outras recordações, de Almiro Lobo | Alcance – Conto
– Atirar para o torto, de Margarida Vale de Gato | Tinta-da-china e Macondo – Poesia
– Autobiografia não autorizada, de Dulce Maria Cardoso | Tinta-da-china – Crônica
– Baixo esplendor, de Marçal Aquino | Companhia das Letras – Romance
– Bicho geográfico, de Bernardo Brayner | Cepe – Romance
– Clube dos niilistas, de Tom Correia | Urutau – Conto
– De cada quinhentos uma alma, de Ana Paula Maia | Companhia das Letras – Romance
– Degeneração, de Fernando Bonassi | Record – Romance
– Deste silêncio em mim, de Rui Conceição Silva | Visgarolho – Romance
– Deus Pátria Família, de Hugo Gonçalves | Companhia das Letras Portugal – Romance
– Discurso sobre a metástase, de André Sant’Anna | Todavia – Conto
– Elefantes no céu de Piedade, de Fernando Molica | Patuá – Romance
– Essa palavra eu não falo, de Luiza de Carvalho Fariello | Patuá – Conto
– Eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião, de Vinícius Mahier | Macondo – Poesia
– Impressão sua, de André Dahmer | Companhia das Letras|Poesia
– Introdução à pintura rupestre, de José Tolentino Mendonça | Assírio & Alvim – Poesia
– Jerusalém de nós – peça em um ato, de Leo Lama | É Realizações – Dramaturgia
– Líbano, labirinto, de Alexandra Lucas Coelho | Editorial Caminho – Crônica
– Máquina, de Eleazar Venancio Carrias | Urutau – Poesia
– Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida | Relógio D’Água – Romance
– Menino sem passado, de Silviano Santiago | Companhia das Letras – Romance
– Minha raiva com uma poesia que só piora, de Carol Braga | Urutau – Poesia
– Mobiliário para uma fuga em março, de Marana Borges | Dublinense – Romance
– Mundo, de Ana Luísa Amaral | Assírio & Alvim Portugal e Brasil – Poesia
– Museu da Revolução, de João Paulo Borges Coelho | Editorial Caminho e Kapulana – Romance
– Nós só compreendemos muito depois, de Laís Araruna de Aquino | Corsário-Satã – Poesia
– Notas sobre a impermanência, de Paula Gicovate | Faria e Silva – Romance
– O caçador de elefantes invisíveis, de Mia Couto | Fundação Fernando Leite Couto e Editorial Caminho – Conto
– O canto dela, de Ana Kiffer | Patuá – Romance
– O castiçal florentino, de Paulo Henriques Britto | Companhia das Letras – Conto
– O deus das avencas, de Daniel Galera | Companhia das Letras – Conto
– O drible da vaca, de Mario Prata | Record – Romance
– O evangelho segundo Madalena, de Marcelo Pagliosa | Reformatório – Romance
– O livro do homem líquido, de Pedro Pereira Lopes | Gala-Gala Edições – Conto
– O livro dos pequenos nãos, de Heloisa Seixas | Companhia das Letras – Romance
– O mais belo fim do mundo, de José Eduardo Agualusa | Quetzal – Crônica
– O réptil melancólico, de Fábio Horácio-Castro | Record – Romance
– O rinoceronte na parede, de Frederico de Oliveira Toscano | Urutau – Conto
– O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk | Companhia das Letras – Romance
– Purgatório, de Pedro Eiras | Assírio & Alvim – Poesia
– Quarentena – uma história de amor, de José Gardeazabal | Companhia das Letras Portugal – Romance
– Quem tá vivo levanta a mão, de Maria Fernanda Elias Maglio | Patuá – Conto
– Querida cidade, de Antônio Torres | Record – Romance
– Resistências íntimas e outros itinerários, de Lucilene Machado | Patuá – Crônica
– Risque esta palavra, de Ana Martins Marques | Companhia das Letras – Poesia
– Safras de um triste outono, de Arménio Vieira | Rosa de Porcelana e Casa Brasileira de Livros – Poesia
– Só as hienas matam sorrindo, de Aramyz | Urutau – Conto
– Também guardamos pedras aqui, de Luiza Romão | Nós – Poesia
– Tornado, de Teresa Noronha | Exclamação – Romance
– Transfer, de Kevin Kraus | Editacuja – Crônica
– Tristia, de António Cabrita | Porto – Poesia
– Um nome inteiro disposto à montaria, de Caetano Romão | 7Letras – Poesia
– Uma exposição, de Ieda Magri | Relicário – Romance
– Vazão 10.8 – a última gota de morfina, de Diógenes Moura | Vento Leste – Romance
– Vingar, de Danielle Magalhães | 7Letras – Poesia
– Virando o Ipiranga, de Guilherme Purvin | Terra Redonda – Conto
– Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy | Todavia e Elsinore – Romance