OAS delata propina de R$ 125 milhões a 21 políticos

Segundo informação revelada pelo jornal O Globo, 21 políticos são citados por empreiteira em acordo homologado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal

  • Data: 28/02/2019 10:02
  • Alterado: 28/02/2019 10:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
OAS delata propina de R$ 125 milhões a 21 políticos

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Delatores da construtora OAS relataram à Procuradoria-Geral da República repasses de R$ 125 milhões em propina e caixa 2 a 21 políticos de oito partidos entre 2010 e 2014, segundo reportagem do jornal O Globo. Entre os citados estão o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo, os senadores José Serra (PSDB-SP) e Jaques Wagner (PT-BA), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB).

A delação da empreiteira foi homologada no ano passado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, que manteve o material sob sigilo. Assim como a Odebrecht, a OAS tinha um setor responsável pelo pagamento de propina e listava os repasses a políticos em planilhas. O esquema, segundo relataram oito ex-funcionários que atuavam na Controladoria de Projetos Estruturados, girava em torno do superfaturamento de obras como a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia de Integração oeste-leste.

De acordo com o delator Adriano Santana, Maia recebeu caixa 2 para financiar sua campanha à prefeitura do Rio em 2012. O acerto inicial teria sido de R$ 250 mil, mas apenas R$ 50 mil teriam sido pagos.

Aécio teria recebido R$ 3 milhões em “vantagem indevida” para a campanha presidencial de 2014. O tucano também teria sido beneficiário de um esquema de R$ 1,2 milhão de caixa 2 via contrato fictício de empresa de consultoria. O delator Ramilton Junior disse ter operado R$ 1 milhão via caixa 2 para Serra.

DEFESAS
Em nota, Rodrigo Maia disse que a denúncia é “uma ilação caluniosa” e alegou que as doações recebidas foram declaradas à Justiça Eleitoral.

O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor de Aécio, afirmou que “é inadmissível que investigados, para obterem benefícios de uma delação, transformem doações oficiais e legais em vantagens indevidas, sem apresentar prova”.

A assessoria de José Serra, por sua vez, informou que o tucano “jamais recebeu nenhum tipo de vantagem indevida”. Para a defesa de Lobão, “a palavra dos delatores só se baseia em documentos internos produzidos unilateralmente pelos próprios delatores”, sem “credibilidade”.

Já Vital do Rêgo Filho afirma que “não recebeu qualquer doação irregular de campanha”. A defesa de Eduardo Cunha alega que a acusação se trata de “fatos requentados e já apurados na Operação Sepsis, onde Eduardo Cunha se defende e provará sua inocência” A defesa de Jaques Wagner informou que não comentará uma “suposta delação premiada a qual sequer teve acesso”. Os advogados de Sérgio Cabral não responderam à reportagem.

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