O que esperar das relações internacionais em 2025 após posse de Trump
Confira a análise de Marcela Franzoni, professora do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Belas Artes
- Data: 21/01/2025 16:01
- Alterado: 21/01/2025 16:01
- Autor: Marcela Franzoni
- Fonte: Assessoria
Crédito:RS/Fotos Públicas
A agenda ambiental de Donald Trump e do presidente Lula caminham em direções opostas. Historicamente, o Brasil tem uma posição multilateral e voltada para a mediação nas organizações internacionais, como a ONU. A designação para sediar a COP30 é um indicativo nesta linha, de o Brasil assumir maior protagonismo. A agenda de Donald Trump, por sua vez, é unilateral e antiglobalização. Ela pode contribuir para o esfriamento das relações com o Brasil, principalmente diante das ameaças de taxar os produtos brasileiros.
No geral, a posição dos Estados Unidos é preocupante porque a questão climática é um tema que deve ser endereçado por todos os países, sobretudo por aqueles que são considerados os mais poluentes do ponto de vista das emissões de carbono. Além disso, cabe ressaltar que a ONU já vem passando por um processo de descrédito internacional e a posição de Trump pode reforçar ainda mais esse processo.
Apesar do desafio que isso representa para o Brasil na COP30, a agenda brasileira não se inviabiliza. O Brasil pode, inclusive, diversificar suas relações e assumir maior protagonismo na mediação de acordos. É necessário esperar pelos próximos passos da administração Trump para vermos o teor das medidas que serão anunciadas e o grau de adesão dos empresários estadunidenses, que também é incerto.