O dia a dia dos pneus: Segurança na base

Seja qual for a tecnologia utilizada pelos veículos no mundo – movidos a combustão interna, elétricos a bateria ou célula de hidrogênio –, todos têm um item em comum: os pneus. Único elemento em contato com o solo, o pneu, composto por borracha tradicional ou por material sintético, é de suma importância para o comportamento e a segurança de todos os veículos do planeta. São tão importantes que o automobilismo tem seções exclusivas de testes para checar sua durabilidade e eficiência. Sem contar os quesitos técnicos, de fabricação e de especificações ou tipos, os compostos estão ligados ao dia a dia dos motoristas em questões bem práticas. 

Para que os usuários possam entender melhor sobre como os pneus podem render com eficiência e garantir o máximo de segurança, os grandes fabricantes mundiais costumam usar seus canais de comunicação para esclarecer os motoristas. “Queremos capacitar os motoristas a distinguir entre mitos e verdades quando se trata de pneus, sempre alertando sobre possíveis problemas e trazendo a segurança em primeiro lugar na hora de dirigir”, afirma Roberto Falkenstein, consultor da área de Tecnologias Inovativas da Pirelli. Embora os pneus tenham surgido junto com a história do automóvel, existem ainda alguns mistérios em torno deles e até medos nos motoristas “comuns”. “A Dunlop sempre trabalha para garantir o melhor conforto e a maior segurança para seus clientes. Por isso, estamos sempre à disposição para ajudar a esclarecer e para que os motoristas possam compreender mais sobre a importância dos pneus de seus veículos”, explica Rodrigo Alonso, diretor de Vendas e Marketing da Dunlop. Cuidados simples, como uma inspeção periódica, fazem muita diferença.  “As condições dos pneus acabam influenciando diretamente na vida útil de outras peças do veículo. Por isso, é fundamental ficar atento e, sempre, fazer manutenções preventivas”, pondera Rafael Astolfi, gerente de Assistência Técnica da Continental.

Sete dúvidas comuns sobre pneus

1- Pneu tem prazo de validade?

Os pneus não têm um prazo de validade definido. A vida útil de um pneu é determinada por vários fatores, incluindo condições de armazenamento, uso e desgaste. Uma inspeção regular e cuidados adequados podem prolongar a vida útil do pneu por muito tempo. Mas problemas no sistema de suspensão do veículo podem comprometer o estado dos pneus, assim como amortecedores ineficientes causam a falta de estabilidade e o desgaste irregular dos compostos, diminuindo sua vida útil.

2- Pneus novos devem ser colocados só na frente?

Recomenda-se que os pneus novos sejam sempre instalados no eixo traseiro. Isso ajuda a manter a estabilidade e o controle do veículo, especialmente em condições de chuva ou aquaplanagem (quando o pneu perde o contato com o chão devido a uma “lâmina de água”). E deve-se, ao menos, trocar dois pneus de cada vez, não apenas um. Evidentemente, o ideal é a troca de todos os pneus ao mesmo tempo, caso tenham sido utilizados de forma uniforme, possibilitando que todos estejam nas mesmas condições. Se apenas um pneu novo for colocado, independentemente se for na frente ou atrás, não tem como deixar o carro com um comportamento estável. 

3-Como fazer a manutenção dos pneus?

A manutenção regular dos pneus e da suspensão é essencial para garantir a segurança e o desempenho do veículo. Manter a pressão correta dos pneus de acordo com o manual do proprietário é outro ponto fundamental. O ideal é que se faça a calibragem a cada 15 dias com os mesmos frios ou logo após um deslocamento curto até um posto de combustível. A utilização do pneu com pressão inferior ao recomendado pode causar desgaste de forma prematura ou irregular e aumentar o consumo de combustível. O uso de nitrogênio para calibrar traz vantagens, e não há contra indicações a sua utilização, além desse gás manter a calibragem no ponto certo por mais tempo.

4- Com fazer o rodízio dos pneus?

O rodízio é uma das principais medidas de manutenção, contribuindo para o prolongamento da vida útil do pneu. A inversão de posição entre os pneus que rodam nos eixos dianteiro e traseiro traz vários benefícios. Quando feito nos intervalos de tempo recomendados, o rodízio contribui para manter o desgaste dos pneus uniforme, proporciona melhor estabilidade especialmente em curvas e freadas e na melhora no desempenho geral do veículo. No caso da tração dianteira – maior parte dos veículos que circulam no Brasil -, o rodízio é feito invertendo-se a posição dos pares dianteiros e traseiros. Na tração traseira, trocam-se os pneus de trás para frente em linha reta e os dianteiros para trás de forma cruzada, enquanto os veículos com tração nas quatro rodas têm o “X” como padrão do rodízio, com o pneu esquerdo traseiro substituído pelo direito dianteiro e o direito traseiro pelo esquerdo da frente.

5- Para que serve a marca de segurança?

O Tread Wear Indicator (TWI) é um pequeno ressalto de 1,6 milímetro de altura que fica localizado dentro do sulco do pneu. Quando a banda de rodagem e o TWI estão no mesmo nível, significa que o pneu deve ser substituído imediatamente. Duas técnicas bem populares ajudam a verificar o TWI. A primeira é com uma modela de um real. Se a moldura dourada da moeda não for encoberta pelo sulco, o pneu precisa ser trocado. A outra é com um palito de fósforo. Se a parte combustível do palito (que tem em média 1,6 milímetro de extensão) não for “engolida” pelo sulco, o pneu também precisa ser trocado.

6- Recauchutagem vale a pena?

Apesar de ser um processo legalizado e normatizado, a recauchutagem (colocação de um banda de rodagem extra sobre um pneu usado) não é recomenda para carros de passeio, pois o desenvolvimento de um automóvel é bastante calcado em cima do “ajuste fino” com os pneus. Por isso mesmo, uma substituição de pneus deve seguir o tipo e a marca especificados pela fabricante do carro. Diferentemente de caminhões e ônibus, que suportam o uso de pneus recauchutados, principalmente na carreta dos caminhões ou no rodado duplo traseiro dos ônibus.

7 – Rachaduras comprometem a segurança dos pneus?

Rachaduras nos flancos (laterais), ombros e na região da banda de rodagem são sinais de impactos que danificaram a estrutura do pneu. Se isso ocorrer, o motorista deve trocá-lo imediatamente, pois essas rachaduras não podem ser reparadas.