Novos documentários na Itaú Cultural Play refletem sobre questões indígenas e religiosas
A série Ancestralidades, dirigida pela cineasta Joyce Prado, reúne seis documentários, de meia hora cada um, em um mergulho na vida de artistas e pesquisadores negros.
- Data: 02/11/2023 13:11
- Alterado: 02/11/2023 13:11
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
Episódio 4 - Estéticas do cinema negro
Crédito:Divulgação
Na sexta-feira, 3 de novembro, a plataforma de streaming do cinema e audiovisual brasileiro Itaú Cultural Play disponibiliza uma nova série e mais três filmes. A primeira, Ancestralidades, foi realizada pela cineasta Joyce Prado em 2002 e é composta de seis episódios. Com participação da escritora Ana Maria Gonçalves, os artistas visuais Dalton Paula e Rosana Paulino, o músico e performer Novíssimo Edgar, os cineastas Joel Zito Araújo e André Novais Oliveira, o músico Tiganá Santana, a atriz e dramaturga Grace Passô, entre outros, elafaz uma reflexão sobre o papel da história da arte na construção de estereótipos e imagens das populações negra, indígena e quilombola.
Nesse mesmo dia, entram no catálogo da plataforma Adeus, Capitão, Abdzé wede’õ – O vírus tem cura? e Afoxés: entre o sagrado e o mundano e revelam um panorama de resistência de povos indígenas de diferentes regiões do Brasil e do papel da afro religiosidade para o fortalecimento da população afro-brasileira, desde os tempos da escravidão. Todos os filmes podem ser acessados gratuitamente em www.itauculturalplay.com.br e dispositivos móveis Android e IOS.
A série
Parceria entre o canal Arte1, Itaú Cultural e Fundação Tide Setubal, a série Ancestralidades faz parte das ações ligadas à Plataforma Ancestralidades, desenvolvida pelas duas instituições culturais e sociais. O conteúdo dessa plataforma gira em torno dos saberes, histórias e culturas destas populações e se torna um espaço de debate com pesquisadores, mestres populares, centros de estudos e outras instituições.
Estéticas da fé, primeiro episódio, reúne Ana Maria Gonçalves, Joel Zito Araújo e Novíssimo Edgar, entre outros. Juntos, eles refletem sobre a relação com a fé no processo criativo. A partir de obras de diferentes artistas, alinhavam uma ligação entre religiões de matriz africana e o sincretismo religioso no Brasil.
Em Estéticas da familiaridade, segundo episódio, Leda Maria Martins fala ao lado de Rosana Paulino, Dalton Paula e Tiganá Santana sobre os impactos causados pela ausência de registros familiares do passado e como essa lacuna em suas ancestralidades, pode influenciar na produção artística.
No terceiro, Estéticas da diáspora, o fotógrafo Eustáquio Neves, o cineasta André Novais Oliveira, a artista visual Silvana Mendes, e outros convidados, analisam como a diáspora, movimento forçado ou incentivado de massas populacionais, reverbera na arte.
As pesquisadoras Kênia Freitas e Lyara Oliveira, com os cineastas Joel Zito, Novais e Glenda Nicácio, trazem no quarto episódio da série – Estéticas do cinema negro –, reflexões acerca da busca por estéticas libertadoras do povo negro e de narrativas para a construção imagética.
Em Estéticas da dramaturgia negra, quinto episódio, protagonistas da cena dramatúrgica contemporânea como Grasse Passô e Leda Maria Martins, além de roteiristas e cineastas, debatem a atual produção cinematográfica atual e suas inspirações e referências.
Por fim, no sexto e último episódio, Estéticas em espiral, todos os artistas e pesquisadores ouvidos nos episódios anteriores se reúnem para uma grande elaboração coletiva sobre suas realizações pessoais e artísticas.
Novos filmes
As três produções que entram no catálogo da Itaú Cultural Play – por 18 meses, a partir de 3 de novembro –, traçam um panorama de resistência de povos indígenas de diferentes regiões do Brasil e sobre o papel da afro religiosidade para o fortalecimento da população afro-brasileira, desde os tempos da escravidão.
O documentário Adeus, Capitão, dirigido por Vincent Carelli e Tita em 2022, conta a história do “capitão” Krohokrenhum, líder dos indígenas Gavião Parkatêjê, do sudeste do Pará. Morto em 2016, aos 90 anos, ele esteve à frente de seu povo desde os primeiros contatos com o “kopen”, ou homem branco, até a recuperação da cultura e população de seu povo, que, devido a doenças e conflitos internos, quase foi extinta.
Também com foco nas populações indígenas, Abdzé wede’õ – O vírus tem cura?, obra dirigida por Divino Tserewahú em 2021, faz um recorte da pandemia de covid-19 e como a doença atingiu essas populações, em especial a nação Xavante, do Mato Grosso. O filme regista a batalha deste povo para lidar com a emergência sanitária. O diretor faz um retorno ao passado e descreve como o contato com o branco deixou traumas e sequelas.
Por fim, Angela Machado, diretora do documentário Afoxés: entre o sagrado e o mundano, de 2009, mostra como os afoxés – organizações culturais nascidas da afro-religiosidade baiana, popularmente conhecidos como candomblé de rua – tem ligação direta com o Brasil colônia e traduzem o espírito de resistência das comunidades negras, diante da escravidão. O filme faz uma jornada pelos afoxés, desde os primeiros tempos até o carnaval moderno.
SERVIÇO:
Série Ancestralidades
(2022, São Paulo)
Direção: Joyce Prado
Em www.itauculturalplay.com.br
Episódio 1 – Estéticas da fé
Classificação indicativa: livre
Episódio 2 – Estéticas da familiaridade
Classificação indicativa: acima de 14 (temas sensíveis)
Episódio 3 – Estéticas da diáspora
Classificação indicativa: livre
Episódio 4 – Estéticas do cinema negro
Classificação indicativa: livre
Episódio 5 – Estéticas da dramaturgia negra
Classificação indicativa: livre
Episódio 6 – Estéticas em espiral
Classificação indicativa: maiores de 10 anos (drogas e linguagem imprópria)
NOVOS FILMES
Adeus, Capitão
(Pernambuco, 2022)
Direção: Vincent Carelli e Tita
Duração: 177 minutos
Classificação indicativa: maiores de 12 anos (linguagem imprópria, violência e drogas lícitas)
Abdzé wede’õ – O vírus tem cura?
(Mato Grosso, 2021)
Direção: Divino Tserewahú
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: maiores de 12 anos (nudez, medo e violência)
Afoxés: entre o sagrado e o mundano
(Bahia, 2009)
Direção: Angela Machado
Duração: 53 minutos
Classificação indicativa: livre