Novo voo da Operação Raízes do Cedro pousa em Guarulhos com 221 passageiros a bordo
Com a finalização de mais esta etapa, a Operação Raízes do Cedro já totaliza 1.859 brasileiros e familiares, além 20 animais de estimação, resgatados da zona de conflito no Oriente Médio
- Data: 29/10/2024 13:10
- Alterado: 29/10/2024 13:10
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Federal
Chegada do nono voo de repatriação de brasileiros e familiares à Base Aérea de São Paulo, na manhã desta terça-feira, 29 de outubro
Crédito:Divulgação / FAB
A Operação Raízes do Cedro, do Governo Federal, concluiu o nono voo de repatriação de brasileiros e familiares da zona de conflito no Líbano. Nesta terça-feira, 29 de outubro, às 5h55 (horário de Brasília/DF), a aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), pousou na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, com 221 passageiros a bordo, incluindo nove crianças de colo, além de um pet.
Com a finalização de mais esta etapa, a Operação Raízes do Cedro já totaliza 1.859 brasileiros e familiares, além de 20 animais de estimação, resgatados da zona de conflito no Oriente Médio desde o dia 5 de outubro, quando teve início a operação montada por meio de uma ação conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa.
Assim que deixam a aeronave, os brasileiros e familiares contam com o acolhimento de profissionais a serviço do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, da Força Nacional do SUS (Saúde), da Polícia Federal e da Receita Federal (veja detalhamento abaixo). Nas escalas técnicas em Lisboa, a operação tem suporte da Embaixada, via Consulado-Geral e Adidância de Defesa na capital portuguesa.
NOVOS VOOS — O Itamaraty, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, está em contato com brasileiros e seus familiares próximos para prestar-lhes assistência consular e verificar a necessidade de promover novo voo de repatriação, a depender das condições de segurança no terreno.
O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tal, que procurem deixar o território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute continua em operação, com voos da companhia libanesa Middle East Airlines.
INSUMOS — Além de resgatar os brasileiros e familiares, o deslocamento das aeronaves até o Líbano é usado para o Brasil enviar insumos estratégicos em saúde para o Líbano. No sábado (26/10), o KC-30 partiu com uma carga de 16,8 toneladas de produtos, sendo, aproximadamente, 9,5 toneladas de medicamentos, incluindo 400 mil ampolas do midazolam, utilizado para sedação pré-cirúrgica e para intubação orotraqueal, doados pelo Ministério da Saúde. No mesmo voo também foram encaminhadas cestas básicas e medicamentos, arrecadados pela Embaixada do Líbano, em Brasília — em conjunto com o Consulado-Geral do Líbano, em São Paulo, por meio da Associação Unidos pelo Líbano (UpL) — e pelo Consulado-Geral do Líbano, no Rio de Janeiro.
A Operação Raízes do Cedro, do Governo Federal, já possibilitou doações ao Líbano de sete cargas de medicamentos, seringas descartáveis e envelopes para reidratação oriundos dos estoques públicos do SUS administrados pelo Ministério da Saúde, além de medicamentos e cestas básicas arrecadados pelas representações diplomáticas e consulares do Líbano no Brasil e doados por empresas farmacêuticas brasileiras.
ASSISTÊNCIA — Ao chegarem ao Brasil, as famílias são recebidas por equipes especializadas do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e da Agência da ONU para as Migrações (OIM), que acolhem as demandas imediatas e avaliam se as pessoas têm redes de proteção familiar ou social no Brasil, além de determinar a necessidade de acolhimento em abrigos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), de hospedagem temporária e, nos casos de famílias em condição de vulnerabilidade, a possibilidade de passarem a integrar programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família.
SAÚDE — Outro grupo que atua na chegada dos resgatados do Líbano é o da Força Nacional do SUS, composta por médicos, enfermeiros e psicólogos que oferecem cuidados quanto à saúde física e mental dos repatriados. A equipe recebe uma espécie de manual de costumes do país, envolvendo cultura, comportamento, vestimenta, linguagem, religião e alimentação para prestar um atendimento mais humanizado e acolhedor.
A operação é dividida em três eixos: equipe de acolhimento que dá boas-vindas aos repatriados, em sua língua mãe; equipe com experiência em urgência e emergência que fica em espaço estratégico, de prontidão para prestar assistência aos passageiros que precisam de atendimento imediato; e a equipe na tenda montada com equipamentos e dispositivos necessários para prestar atendimento médico e psicossocial. Entre os atendimentos, as maiores ocorrências são de acolhimento, leve desidratação, primeiros cuidados psicológicos e crise hipertensiva.
IDENTIFICAÇÃO — A força-tarefa de acolhimento de brasileiros repatriados do Líbano também conta com a presença do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que auxilia no controle e identificação dos recém-chegados. O trabalho é feito com apoio da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O QUE É — A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do acirramento do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação envolve o uso de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso trabalho de articulação do Itamaraty.