Nova classificação da obesidade propõe avaliação além do Índice de Massa Corporal
Especialistas sugerem substituir o IMC por critérios mais abrangentes, considerando fatores como circunferência abdominal, distribuição de gordura e impacto na saúde metabólica
- Data: 10/02/2025 10:02
- Alterado: 10/02/2025 10:02
- Autor: Redação
- Fonte: The Lancet Diabetes & Endocrinology
O Índice de Massa Corporal (IMC) é tradicionalmente utilizado para avaliar a relação entre peso e altura, sendo calculado pela divisão do peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. No entanto, especialistas alertam que essa métrica não considera fatores cruciais como a composição corporal, a distribuição de gordura e o metabolismo individual.
Consequentemente, indivíduos com um IMC considerado “normal” podem estar expostos a riscos elevados de doenças metabólicas, enquanto aqueles classificados como obesos podem gozar de uma saúde metabólica satisfatória, especialmente se possuírem maior massa muscular ou uma distribuição de gordura mais favorável.
Mudança na classificação pode impactar tratamentos
Em um estudo recente publicado na renomada revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, em 14 de janeiro de 2025, uma comissão composta por 58 especialistas de diversas áreas da medicina e diferentes países apresenta uma nova proposta para a classificação da obesidade. Este novo modelo vai além do IMC, integrando outras métricas para confirmar o excesso de gordura corporal, como a circunferência abdominal.
A nova abordagem distingue entre obesidade pré-clínica, que ocorre sem comorbidades associadas ao excesso de gordura, e obesidade clínica, caracterizada pela presença de sinais ou sintomas que indicam anormalidades na função de órgãos e tecidos. Para os casos de obesidade clínica, o tratamento farmacológico ou cirúrgico torna-se essencial.
A discussão sobre a legitimidade do IMC como critério diagnóstico é pertinente. Contudo, as vantagens claras da nova classificação ainda são alvo de debate. A nova sistemática parece direcionar o tratamento somente àqueles que apresentam complicações, enquanto os demais devem seguir orientações comportamentais.
Para alguns especialistas, essa reclassificação representa um avanço significativo na abordagem da obesidade. No entanto, há quem argumente que a mudança se resume a reformular uma questão antiga sem alterar substancialmente a forma como a condição é tratada.