Nova autorização de viagem para o Reino Unido: regras entram em vigor em 2025
viajantes precisarão de ETA para estadias curtas
- Data: 07/01/2025 08:01
- Alterado: 07/01/2025 08:01
- Autor: Redação
- Fonte: Terra
Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A partir de 8 de janeiro de 2025, os viajantes que desejam visitar o Reino Unido para estadias curtas terão que obter uma Autorização Eletrônica de Viagem (ETA). Essa nova exigência se aplica a todos os cidadãos, exceto aqueles oriundos da União Europeia.
O governo britânico justifica a implementação do ETA como parte de um esforço para modernizar e digitalizar seu sistema de fronteiras e imigração. Atualmente, a maioria dos visitantes, incluindo brasileiros, não precisa passar por um processo complexo de solicitação de visto, bastando apresentar o passaporte na entrada do país. No entanto, com as novas regras, todos os cidadãos provenientes de países que antes eram isentos de visto deverão solicitar a autorização eletrônica, mesmo aqueles que estejam apenas em trânsito.
O programa será gradualmente expandido e, a partir de 2 de abril de 2025, incluirá também os cidadãos europeus que desejarem realizar viagens curtas ao Reino Unido. O ETA foi inicialmente testado em novembro de 2023 com cidadãos do Bahrein, Jordânia, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Segundo o Ministério do Interior britânico, essa iniciativa visa reforçar a segurança nas fronteiras e permitir uma triagem mais eficaz dos viajantes antes da chegada ao país. O sistema digitaliza os dados do viajante e se conecta diretamente ao seu passaporte, permitindo assim verificações mais rigorosas.
Robert Jenrick, ex-ministro da Imigração britânica, comentou sobre o programa: “Os ETAs vão aprimorar nossa segurança nas fronteiras ao fornecer informações sobre quem deseja entrar no Reino Unido e impedir a chegada de pessoas que possam representar uma ameaça”. Ele também destacou que o novo sistema facilitará a viagem para visitantes legítimos.
A autorização ETA funcionará de maneira semelhante ao Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem (ESTA) dos Estados Unidos. Os solicitantes precisarão enviar informações pessoais, biométricas e uma fotografia antes da viagem. Ao chegar ao Reino Unido, agentes de fronteira verificarão a ETA e poderão realizar questionamentos adicionais antes de decidir sobre a entrada do viajante.
As autoridades britânicas esperam que futuramente a tecnologia de reconhecimento facial possa ser utilizada para criar “corredores sem contato“, permitindo que alguns passageiros entrem no país sem interagir diretamente com os agentes. Essa abordagem visa reduzir filas nos pontos de entrada e acelerar o processo de passagem.
O custo da ETA será de 10 libras (aproximadamente R$ 76) e permitirá múltiplas entradas no Reino Unido durante um período máximo de dois anos ou até o vencimento do passaporte do titular. A decisão sobre a autorização será informada em até três dias após a solicitação. Em caso de recusa do ETA, será necessário requerer um visto para entrar no país.
Cidadãos de países que não possuem acordos de isenção de visto com o Reino Unido ainda precisarão obter um visto convencional. Para aqueles que planejam viver, trabalhar ou estudar no país, é obrigatório solicitar um visto eletrônico que confirme seu status migratório.
A introdução da ETA gerou preocupações entre agentes turísticos e administradores aeroportuários britânicos. Um relatório do Aeroporto Heathrow revelou uma queda significativa na movimentação dos passageiros desde o início da implementação do programa. A administração do aeroporto expressou sua preocupação com a competitividade do setor aéreo britânico diante dessa nova exigência.
Além disso, outros países também estão implementando sistemas semelhantes. O ESTA dos Estados Unidos foi introduzido em 2009 e atualmente custa US$ 21 (cerca de R$ 129), enquanto a União Europeia está preparando um programa chamado ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens), que deve ser lançado em 2025 e custará 7 euros (aproximadamente R$ 44).