“No começo de algo muito maior,” Rio Open tem astros do tênis em cadeira de rodas em 2024

Pela primeira vez com espaço no Rio Open, estrelas do tênis em cadeira de rodas querem aproveitar ao máximo a oportunidade para fazer seu esporte crescer

  • Data: 21/02/2024 17:02
  • Alterado: 21/02/2024 18:02
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: ABCdoABC
“No começo de algo muito maior,” Rio Open tem astros do tênis em cadeira de rodas em 2024

Daniel Rodrigues, Shingo Kunieda, Alfie Hewett e Gordon Reid em coletiva de imprensa no Rio Open

Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC

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Pela primeira vez em suas dez edições, o maior torneio ATP da América do Sul apresenta um torneio de tênis de cadeiras de rodas. O Wheelchair Tennis Elite reúne quatro estrelas da modalidade: Daniel Rodrigues, brasileiro que conquistou cinco medalhas em jogos para-panamericanos, os britânicos Gordon Reid e Alfie Hewett, que já ocuparam o posto de número 1 do mundo, e Shingo Kunieda, vencedor de 50 Grand Slams — que saiu da aposentadoria para participar da competição.

Daniel Rodrigues é o número 1 no tênis em cadeira de rodas no Brasil e tem 5 medalhas para-panamericanas
Daniel Rodrigues é o número 1 no tênis em cadeira de rodas no Brasil e tem 5 medalhas para-panamericanas (Imagem: Rodilei Morais/ABCdoABC)

O grupo participou de uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (21), na qual os tenistas falaram sobre suas expectativas e sentimentos sobre o torneio inédito. “Me sinto ótimo em estar aqui,” afirma Gordon Reid — detentor de dois títulos de Grand Slam em simples e 23 em duplas — “Esperamos estar no começo de algo muito maior.”

Rodando por terrenos não desbravados

Rodrigues, que já conquistou cinco medalhas para-panamericanas pelo Brasil, destaca a relevância de o maior evento ATP da América do Sul ter aberto este espaço para a modalidade. “É fantástico dizer que eu estou em casa, em um grande torneio e agora com o tênis em cadeira de rodas é melhor ainda, saber que o Brasil está na frente disso,” declarou. De acordo com o atleta, hoje com 37 anos, o país “tem tudo para ter um futuro melhor do que o presente. Podemos chegar ao topo do ranking.”

Shingo Kunieda é o maior vencedor da história do tênis com 50 Grand Slams
Shingo Kunieda é o maior vencedor da história do tênis com 50 Grand Slams (Imagem: Rodilei Morais/ABCdoABC)

Quando Shingo Kunieda começou a sua carreira não havia nem internet, diz o próprio. “Era difícil conhecer o esporte, hoje com o YouTube e os Grand Slams sendo transmitidos, qualquer um pode assistir.” Completando 40 anos hoje, Kunieda começou no tênis em cadeira de rodas aos 11. Desde então, ele se tornou o maior vencedor da história do tênis: com 50 títulos de Grand Slams e 4 ouros paralímpicos, seu currículo supera o de qualquer outro atleta do esporte com raquetes. Nem Roger Federer, Novak Djokovic ou Serena Williams possuem tais números.

A expansão do tênis em cadeira de rodas

“A nossa prioridade é levar o tênis em cadeira de rodas ao maior número de espectadores possível nessa semana,” afirma Alfie Hewett. O mais jovem dos quatro, com 26 anos, reforça que a visibilidade é importante para o crescimento do esporte. No Rio de Janeiro desde ontem, o britânico diz ainda que quer aproveitar ao máximo a experiência. “Também quero vencer Kunieda,” diz ele.

Alfie Hewett é o atual número 2 do mundo em simples e primeiro em duplas no tênis em cadeira de rodas
Alfie Hewett é o atual número 2 do mundo em simples e primeiro em duplas no tênis em cadeira de rodas (Imagem: Rodilei Morais/ABCdoABC)

Assim como Rodrigues está fazendo no Brasil, Hewett, Gordon e Kunieda são, agem seus respectivos países, como embaixadores do tênis em cadeira de rodas. Shingo afirma que a modalidade tem crescido no Japão especialmente após as Paraolimpíadas de Tóquio, com muitas empresas se interessando em apoiar o esporte. Além disso, Alfie diz que eles têm um papel importante no combate a preconceitos.

Atualmente, o Brasil conta com dois torneios organizados pela Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês), um em Uberlândia e o outro em Curitiba — ambos, porém, são do nível Futures, a categoria que fornece as menores premiações e menos pontos no ranking. Fazer este número crescer, porém, é um desafio.

Gordon Reid quer jogar novamente no Brasil, já que foi aqui que conquistou seu ouro paralímpico
Gordon Reid quer jogar novamente no Brasil, já que foi aqui que conquistou seu ouro paralímpico (Imagem: Rodilei Morais/ABCdoABC)

“Muito disso acaba sendo uma questão de dinheiro,” afirma Reid. “São torneio caros de se realizar, é necessário infraestrutura e muitas pessoas.” É por este motivo que eventos da ATP — a Associação de Tenistas Profissionais — que incluam partidas em cadeiras de rodas são especiais. “A estrutura já está lá, oportunidades como essa são importantes,” complementa.

Outra questão é a agenda da ITF e dos próprios tenistas. O calendário já é muito apertado, sendo necessário estudar as melhores opções para encaixar a América do Sul no circuito. Se — ou ainda, quando — isso acontecer, é bem possível que o britânico jogue por aqui novamente. “Quero jogar aqui o maior número de vezes possível, sinto uma conexão especial com o Rio foi aqui que ganhei meu ouro paralímpico.”

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  • Data: 21/02/2024 05:02
  • Alterado:21/02/2024 18:02
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: ABCdoABC









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