Nível de ocupação aumenta mais entre a população negra mais escolarizada entre 2012 e 2022 em SP
Apesar de aumento mais intenso da escolaridade e da ocupação entre os negros de 25 a 60 anos, ainda persistem as desigualdades em favor dos não negros
- Data: 29/11/2023 17:11
- Alterado: 29/11/2023 17:11
- Autor: Redação
- Fonte: Seade
Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Uma medida dessa melhoria geral, foi que o número de pessoas com o ensino superior ou equivalente no Estado de São Paulo passou de 5,2 milhões em 2012 (13% negros e 87% não negros), para 8,3 milhões em 2022 (22% negros e 78% não negros).
Mesmo o nível de ocupação tendo aumentado expressivamente nesse período para as pessoas de 25 a 60 anos com o ensino superior completo, em especial para mulheres e homens negros, em 2022 a participação desses segmentos no total de ocupados (22,9% e 15,0%, respectivamente), correspondia a pouco menos da metade do que a dos não negros (46,5%, para mulheres e 35,0%, para homens)
O rendimento médio mensal dos ocupados com ensino superior é cerca de três vezes o daqueles de menor escolaridade, mas também se mantém as disparidades entre os segmentos por sexo e raça/cor: as mulheres negras de 25 a 60 anos, com ensino superior completo, recebiam cerca da metade (R$ 26,64, por hora) do rendimento dos homens não negros (R$ 52,43), o maior diferencial entre os vários níveis de escolaridade.
Situação semelhante ocorre quando a comparação se refere ao desemprego: a taxa de desocupação daqueles com o ensino superior completo é cerca de metade da verificada entre aqueles com até o fundamental incompleto. As mulheres negras continuam sendo as mais afetadas em qualquer um dos níveis de escolaridade: apesar da taxa de desocupação das mulheres negras com ensino superior completo (6,1%) apresentar a menor diferença em relação aos demais grupos com o mesmo nível de escolaridade, ainda é 2,6 p.p. maior que a dos homens não negros.
As vantagens de completar o ensino superior, expressas no baixo nível de desemprego, em mais e melhores oportunidades de trabalho e maiores rendimentos, alcançam homens, mulheres, negros e não negros de forma diferenciada, especialmente para as mulheres negras.
A persistência das desigualdades poderia ser reduzida com mais rapidez se as políticas públicas fossem mais efetivas, em especial no sentido de garantir maior igualdade de oportunidades entre os segmentos de sexo e raça/cor.