Nigros lança EP de estreia ‘Música Ginga Brasileira’ nesta sexta-feira (23)
O EP conta com seis faixas autorais, incluindo uma homenagem ao mestre Lincoln Olivetti
- Data: 22/02/2024 19:02
- Alterado: 22/02/2024 19:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação
Trio instrumental de Alagoas que mistura black music com samba jazz, NIGROS lança nesta sexta-feira (23) seu EP de estreia, ‘Música Ginga Brasileira’, após divulgar os singles “Cafuné” e “Isca de Malícia”. O EP sai pelo Selo Poliphonia, marca criada pela gravadora LAB 344 para celebrar o melhor da música brasileira de todos os tempos, gêneros e segmentos.
Formada por Dinho Zampier (teclados e sintetizadores), Ykson Nascimento (baixo elétrico) e Rudson França (bateria), a NIGROS traz influências de João Donato, Banda Black Rio, Ezra Collective e Azymuth. Certamente, Zampier, que também assina a produção muitíssimo bem resolvida de ‘Música Ginga Brasileira’, sabe dos caminhos e atalhos e de como um power trio (formato de banda de rock popularizado na década de 1960) pode soar poderoso por si só ou em camadas. Portanto, ele soube como ninguém escolher, para estreia fonográfica da NIGROS, convidados que agregaram imenso valor à sonoridade da banda. Especialmente, pelo calor swingado de um naipe de metais, formado por Natan Oliveira (trompete e pífano), Ely do Sax (sax tenor), Jota Edson (trombone) e Siqueira Lima (trompete). Além disso, a já famosa e frutífera parceria entre Dinho Zampier e Cris Braun foi ratificada na faixa ‘Cafuné’ (D. Zampier), onde Cris faz os vocalizes e, quando o samba se faz mais samba, ela é exclamativa e manda o alerta: “segura o cafuné”!
‘Música Ginga Brasileira’ nasceu a partir de um belíssimo e intenso conceito: música negra alagoana/brasileira, feita por músicos negros caetés. Começando pelo conceito do que seja um EP, apenas seis faixas são ofertadas para o nosso deleite. ‘Banzo’ (D. Zampier) abre os trabalhos e faz jus ao significado da palavra, que lhe dá título. Ela tem uma tristeza melancólica em sua argumentação melódica e rítmica, arrematada pelo trompete de Natan Oliveira, inspiradíssimo no que já nos revelara Miles Davis. Na sequência, ‘Da Janela Pro Quintal’ (Ykson Nascimento e D. Zampier), o groove do contrabaixo de Ykson Nascimento é quem guia o trio pelos caminhos que, mais uma vez, são iluminados pelos improvisos do teclado de Zampier e do trompete, com surdina, de Natan Oliveira.
Em ‘Isca de Malícia’ (D. Zampier), aparece pela primeira vez o naipe de metais, alternando cama e melodia, dando o clima e a sensação de que a Black Rio passou por aqui e a Pantera Cor de Rosa (pelo fraseado sintetizado do teclado) seguiu sambando e funkeando até o fim do tema. Como que para anunciar que já estamos próximos ao replay da audição, ‘Afrobykson’ (Ykson Nascimento), além da nomenclatura autoral do baixista, brinca com a divisão e provoca uma interessante polirritmia, que arruma a casa para a curta e sincopada melodia do pífano de Natan Oliveira. Nossa oitiva chega ao fim, com a sexta e última faixa ‘Muvuca à Olivetti’ (D. Zampier), uma bela e dengosa homenagem ao grande e saudoso maestro, arranjador, tecladista e produtor musical Lincoln Olivetti, onde o pífano dialoga com os metais e com as sonoridades propostas pelos teclados de Zampier.
‘Música Ginga Brasileira’ marca a estreia e o porvir de uma jornada exitosa de três músicos talentosos, que se uniram em NIGROS, para nos brindar com esse belo trabalho e ratificar que as ideias estão soltas pelo ar!