Nadadora carioca é campeã nas Paralimpíadas Escolares
Camila Dias conquista ouro nos 50m peito na Regional de São Paulo da maior competição esportiva do mundo para crianças e jovens com deficiência;
- Data: 07/09/2023 15:09
- Alterado: 07/09/2023 15:09
- Autor: Redação
- Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro
Paralimpíadas Escolares
Crédito:Alessandra Cabral/CPB
A nadadora carioca Camila Dias, 13, foi campeã nos 50m peito durante a regional de São Paulo das Paralimpíadas Escolares, na manhã desta quinta-feira, 7, no Centro de Treinamento Paralímpico, na capital paulista.
Esta é a terceira etapa regional de 2023 da maior competição esportiva do mundo para crianças e jovens com deficiência. Cerca de 700 atletas de seis estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) estão nas disputas de atletismo, com 430 inscritos, bocha (61) e natação (209) até a tarde desta sexta-feira, 8, em São Paulo.
Para chegar ao lugar mais alto do pódio nos 50m peito da classe SB7 (limitação físico-motora), a carioca contou com o apoio de nadadores medalhistas no último Mundial da modalidade, realizado em Manchester, Inglaterra, entre os dias 31 de julho e 6 de agosto deste ano. Em um processo de transição de carreira, a fluminense Camille Rodrigues, bronze no revezamento misto 4x100m livre 34 pontos no Reino Unido, tem atuado como nutricionista da delegação do Rio de Janeiro nas Paralimpíadas Escolares. Além dela, o também fluminense Daniel Mendes, dono de três medalhas na Inglaterra (duas pratas – 50m livre e revezamento misto 4x50m livre 20 pontos -, além de um bronze – 100m livre), compõe o staff da equipe na capital paulista.
“Sempre que a gente precisa, pede dicas para eles. São mais experientes e ajudam muito. Eles nos acalmam quando estamos nervosos e ajudam muito a controlar o psicológico”, avaliou Camila Dias, que tem paraparesia espástica e, recentemente, conquistou duas medalhas de bronze em sua primeira competição internacional, a Gymnasiade, Olimpíada do Desporto Escolar, disputada no Rio de Janeiro, no final do mês de agosto. Nesta tarde, ela ainda nadará os 50m costas em São Paulo.
Formada em nutrição e com a experiência de ter passado por uma reeducação alimentar, a qual a ajudou a eliminar 43 kg, Camille afirmou que, com este trabalho junto aos jovens do Rio de Janeiro, relembra o seu próprio início de carreira na natação. “Eu me enxergo muito nas crianças. Elas são uma fonte de motivação. Acabei de me formar [em nutrição] e estar aqui me dá orgulho. É a certeza que a minha transição de carreira está caminhando”, explicou a nadadora de 31 anos.
“É muito legal conviver com as crianças. Elas são o futuro da natação. Eu, por exemplo, participei das Paralimpíadas Escolares em 2019. Agora, posso passar a minha experiência em competições de alto nível”, completou Daniel, 21.
No atletismo, destaque para Vinícius Krieger Quintino, 17, representante do Estado de São Paulo e medalhista de bronze no Mundial adulto da modalidade, disputado em Paris, França, de 8 a 17 de julho de 2023. Na mesma prova em que ele subiu ao pódio na capital francesa, os 100m da classe T72 (petra), o atleta paulistano bateu o recorde das Paralimpíadas Escolares nesta manhã. Ele completou a distância em 18s02, tempo acima dos 17s60 registrados em Paris.
As Paralimpíadas Escolares tiveram a sua primeira edição em 2006, sob o nome de Paralímpicos do Futuro, alcunha que durou até 2007. Após um hiato em 2008, o evento voltou a ser disputado anualmente desde 2009, com exceção de 2020, por causa da pandemia de Covid-19.
Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Escolares, como Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47), bicampeão paralímpico e tri mundial; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata no Jogos de Londres 2012, bronze no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020; a mesatenista Bruna Alexandre, bronze no Rio 2016 e prata nos Jogos de Tóquio 2020, entre outros.
Desde 2022, a competição tem sido disputada em três fases regionais e uma nacional. A primeira etapa regional deste ano foi realizada em Belém, Pará, com os anfitriões como campeões, e a segunda, em Brasília, Distrito Federal, na qual o título ficou com Minas Gerais. A fase nacional ocorrerá no CT Paralímpico, em São Paulo, de 28 de novembro a 1º de dezembro.
Os três primeiros colocados nos regionais de atletismo e natação se classificam automaticamente para a Nacional na capital paulista. Já na bocha, os dois primeiros, por gênero, conquistam a vaga.
Neste ano, as Paralimpíadas Escolares, ao todo, vão receber cerca de 1.800 atletas, em idade escolar, oriundos de todas as 27 unidades federativas do país, sendo a maior quantidade da história da competição. Os inscritos de 2023 superam os 1.300 participantes da edição do ano passado, quando apenas o Piauí não teve representantes.