Na reta final do IR, golpistas usam e-mails e aplicativos para enganar quem vai declarar; saiba como se prevenir

O prazo de envio acaba nesta sexta-feira (31), às 23h59, e quem atrasar terá de pagar uma multa mínima de R$ 165,74, que pode chegar a 20% do imposto devido

  • Data: 30/05/2024 09:05
  • Alterado: 30/05/2024 09:05
  • Autor: Redação
  • Fonte: FERNANDO NARAZAKI - FOLHAPRESS
Na reta final do IR, golpistas usam e-mails e aplicativos para enganar quem vai declarar; saiba como se prevenir

Imposto de Renda (IR)

Crédito:Juca Varella/Agência Brasil

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O contribuinte está apreensivo com a proximidade do fim do prazo para envio do Imposto de Renda 2024 e, de repente, chega um e-mail informando que ele precisa baixar um programa para enviar os dados ao fisco e evitar ser multado ou até preso.

Essa é uma das iscas que golpistas podem usar para aproveitar a reta final da entrega do IR e instalar programas maliciosos para roubar senhas, dados pessoais ou usar o dispositivo para realizar invasões a outros locais.

O uso de e-mails, mensagens de SMS ou no WhatsApp e até ligações telefônicas são armas que os criminosos utilizam para alcançar os seus objetivos.

O prazo de envio acaba nesta sexta-feira (31), às 23h59, e quem atrasar terá de pagar uma multa mínima de R$ 165,74, que pode chegar a 20% do imposto devido.

Um dos métodos mais conhecidos para o golpe é um e-mail com um logotipo parecido da Receita Federal, informando que a pessoa precisa clicar em um determinado link ou instalar um programa anexo para resolver uma pendência com o fisco.

O golpe da malha fina foi um dos alertas enviados pelo órgão desde 15 de março, quando começou o prazo de entrega do IR.

No email, os golpistas costumam recorrer a títulos com as frases “urgente”, “corrija agora” ou “malha fina” para despertar a atenção da vítima. Em seguida, o e-mail solicita que a pessoa clique em um link, instale algum programa ou baixe um documento para a suposta correção do problema.

Na tentativa de dar maior veracidade, os criminosos usam o logotipo da Receita Federal, a sigla IRPF (alusivo à Imposto de Renda da Pessoa Física), chamam o destinatário de “contribuinte”, que é o termo comumente usado pela instituição em suas comunicações, e citam a legislação federal e o Código Civil para enganar quem recebe o e-mail.

“Eles usam métodos simples como um e-mail falso e para que a pessoa acredite, não precisa ser tudo verdadeiro. Basta você acreditar em uma parte. Por isso, usam o logotipo, citam alguma lei, algum termo específico para que a pessoa possa cair. É o phishing, um dos métodos mais aplicados pelos golpistas”, afirma Paulo Trindade, gerente de inteligência de ameaças cibernéticas da ISH Tecnologia.

A partir do “phishing” (técnica para “pescar” o contribuinte), o golpista pode instalar um malware (software malicioso projetado para danificar sistemas, roubar dados e causar lentidão no computador ou celular) ou até “sequestrar” o dispositivo e só liberar o uso após o pagamento de resgate, que é chamado de ransomware.

Após o ataque, o usuário pode estar exposto a qualquer tipo de situação como lentidão, uso da máquina para responder a comandos do invasor, utilização dos dados pessoais para criar contas digitais falsas para pedir empréstimos ou até invasão da conta bancária e retirada de toda a quantia.

“Se a pessoa cai no phishing, ela pode permitir qualquer um desses ataques, vai depender da finalidade que o agente malicioso queira fazer”, afirma Trindade.

A Receita informa que não envia comunicações por email e avisos por aplicativos de mensagens (como WhatsApp ou Telegram) ou SMS pelo celular para solicitar a correção de erros em declarações. O órgão também não manda links ou pede a instalação de programas.

“Nunca é pedida alguma informação como CPF, senha, conta bancária. As comunicações oficiais da Receita Federal orientam o contribuinte a entrar na página oficial da instituição, se autenticar e consultar suas pendências”, diz o fisco.

De acordo com o órgão, a comunicação normalmente é feita por meio de carta e, por isso, solicita ao contribuinte que atualize o endereço.

APLICATIVO FALSO

Outra tática usada pelos criminosos nesta campanha do IR 2024 foi simular que era a loja de aplicativo oficial, chamado de Meu Imposto de Renda. Os golpistas utilizam as mesmas lojas de aplicativos da Receita (PlayStore e App Store) e com logotipos parecidos com o da instituição.

Porém, é preciso que o usuário fique atento com o desenvolvedor antes de baixar o programa. O desenvolvedor do app Meu Imposto de Renda e do aplicativo da Receita se chama Serviços e Informações do Brasil, que é o responsável pelas plataformas do governo federal.

Os aplicativos oficiais podem ser baixados neste link, na PlayStore (para Android), e neste link, na App Store (para iOS). É preciso também ter a conta ouro ou prata no portal Gov.br para preencher a declaração usando o app. Clique aqui para saber como criar a conta e atingir o nível exigido.

Já a declaração online pode ser feita por meio do portal e-CAC (Centro de Atendimento Virtual), clicando neste link (https://mir.receita.fazenda.gov.br/portalmir/pagina-inicial).

COMO CHECAR SE ESTOU NA MALHA FINA

Para checar se há alguma pendência com o fisco, o contribuinte deve acessar o portal e-CAC (Centro de Atendimento Virtual) da Receita. Normalmente, a instituição informa no dia seguinte ao envio da declaração se ela caiu ou não na malha fina.

VEJA PASSO A PASSO

O contribuinte precisa ter um login e senha no Gov.br e estar com o nível prata ou ouro.

Informe o CPF e a senha gov.br. Feito o login, vá na opção “Meu Imposto de Renda”. Em seguida, será aberta uma tela informando as situações das declarações do IR. Caso a mensagem seja “Processada”, ela foi aprovada e, em caso de restituição, a mensagem que será gerada é “em fila de restituição”. Se a mensagem for “em processamento” ou “recepcionada”, a declaração ainda não foi avaliada pela Receita. Já se a mensagem for “pendência de malha”, o contribuinte caiu na malha fina

Se o contribuinte parou na malha fiscal, ele deve clicar no item “Pendências de Malha” e a Receita informará o motivo da retenção. O contribuinte precisa corrigir e enviar uma declaração retificadora. Não há prazo para envio da retificadora, mas enquanto não houver a correção, a declaração continuará na malha fina e o contribuinte não entrará na fila de restituição, caso tenha esse direito.

“Desconfie de emails ou mensagens de origem desconhecida que solicitam informações pessoais, especialmente relacionadas à declaração do Imposto de Renda. Nunca clique em links suspeitos ou desconhecidos, pois podem direcioná-lo a sites maliciosos ou baixar programas prejudiciais em seu dispositivo”, alerta a Receita.

COMO SE PROTEGER CONTRA GOLPES

Trindade afirma que o usuário deve se prevenir com a atualização constante de um programa antivírus e do sistema operacional do dispositivo (seja computador, tablet ou celular) e evitar compartilhar o aparelho que será usado para a declaração do Imposto de Renda com crianças.

“Quando você tem um dispositivo usado por crianças, eles costumam instalar tudo. Isso não é o ideal. A criança está em um jogo, pode instalar um aplicativo que tem um malware, que pode controlar aquele dispositivo e elas não sabem. O recomendado é não compartilhar o dispositivo que você usa para declarar o Imposto de Renda, fazer operações bancárias e acessar outros dados sigilosos”, afirma Trindade.

Outra dica é evitar usar os sites de busca para baixar programas ou acessar informações, pois os golpistas criam sites maliciosos parecidos com os oficiais, inclusive com o endereço da URL parecido. A recomendação é que o usuário sempre digite a URL no navegador e evite clicar nos disponibilizados em mecanismos de busca.

“Evite também usar dispositivo de amigos para esse fim [declaração do IR], pois você não sabe se esse dispositivo está contaminado sem que o dono saiba”, diz.

“Outra recomendação é evitar o uso de redes wifi em locais públicos e de grande circulação de pessoas, como shoppings. Os agentes maliciosos podem simular um wifi e ter acesso à sua comunicação e seus dados. A dica é desconfiar sempre”, resume o especialista em cibersegurança.

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  • Data: 30/05/2024 09:05
  • Alterado:30/05/2024 09:05
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  • Fonte: FERNANDO NARAZAKI - FOLHAPRESS









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