MCI conscientiza público sobre o uso de indumentárias sagradas como fantasias 

Ação convida foliões a conhecerem estandartes e trocar ornamentos sagrados por frases de conscientização e combate ao racismo, ao apagamento de tradições e à hiperssexualização dos povos originários

  • Data: 08/02/2024 11:02
  • Alterado: 08/02/2024 11:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Museu das Culturas Indígenas
MCI conscientiza público sobre o uso de indumentárias sagradas como fantasias 

Flâmulas com frases de conscientização estão expostas no Museu das Culturas Indígenas

Crédito:Acervo MCI

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A ação Índio Indígena NÃO é fantasia! convida os foliões a conhecerem estandartes com frases de conscientização sobre a cultura dos povos originários e o respeito às tradições. Expostas no Museu das Culturas Indígenas (MCI), as flâmulas buscam sensibilizar o público sobre o uso de adereços sagrados como fantasias no Carnaval. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.  

Frases como “Cocar é sagrado”, “Cada grafismo representa a espiritualidade de um povo”, “Índio Indígena não é fantasia” e “Demarcação já”, vão enfeitar os estandartes — bandeiras decoradas tipicamente carnavalescas — expostas no sétimo andar. A visita será conduzida pelos Mestres dos Saberes, indígenas do programa educativo, que compartilharão tradições ancestrais sobre o uso de indumentárias sagradas e como a comercialização indiscriminadas de fantasias reforçam estereótipo racista de “selvagem, folclórico e não pertencente à sociedade”. A ação acontece até 25 de fevereiro, das 9h às 18h (às quintas, até às 20h).  

Os adereços indígenas estão ligados à identidade cultural das etnias e representam tradições milenares. O uso de determinadas indumentárias, inclusive, deve respeitar ritos e cerimônias. Um dos exemplos é o cocar que marca a identidade cultural e, antes de ser utilizado, deve ser consagrado por um líder espiritual. Já as pinturas e grafismos são repletos de significados, utilizados, muitas vezes, em rituais e cerimônias sagradas, e servem como identificação entre membros das etnias.  

CAMPANHA #INDÍGENANÃOÉFANTASIA 

O uso e a comercialização indiscriminada de fantasias que remetem a temas indígenas reforçam visões homogêneas, preconceitos e discriminações que ignoram a ampla diversidade de etnias. O termo “índio”, dado aos indígenas pelos colonizadores, reforça ideias ultrapassadas, pejorativas e despreza a gama de diferentes culturas, línguas e tradições existentes no Brasil. 

No imaginário social, o uso de cocar, vestimentas, além de pinturas e grafismos corporais, reforçam a imagem mística e folclórica dos povos originários. Essas fantasias acompanham movimentos e danças que fortalecem o estereótipo animalesco e distante do contexto brasileiro. A reprodução desses preconceitos contribui para a invisibilização dos povos originários na sociedade e, consequentemente, lutas, direitos e pautas não são discutidos e priorizados no debate público 

SERVIÇO 

Índio Indígena NÃO é fantasia! 

Período: de 03 de fevereiro a 25 de fevereiro de 2024 

Ingressos disponíveis no site

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  • Data: 08/02/2024 11:02
  • Alterado:08/02/2024 11:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Museu das Culturas Indígenas









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