MP da Bahia denuncia cúpula de jogo do bicho e bloqueia R$ 160 milhões

Foram apreendidos 91 veículos, 58 imóveis, 13 lanchas, três motos aquáticas, um iate e 18 aeronaves

  • Data: 18/12/2024 19:12
  • Alterado: 18/12/2024 19:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: FOLHAPRESS
MP da Bahia denuncia cúpula de jogo do bicho e bloqueia R$ 160 milhões

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O Ministério Público do Estado da Bahia apresentou uma denúncia formal contra 14 indivíduos associados à liderança da organização criminosa Paratodos, que opera jogos de azar, incluindo o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. A denúncia foi aceita pela Justiça em 9 de dezembro, resultando no bloqueio de aproximadamente R$ 160 milhões em bens e valores relacionados.

Durante a ação judicial, foram apreendidos 91 veículos, 58 imóveis, 13 lanchas, três motos aquáticas, um iate e 18 aeronaves. Além disso, cerca de R$ 92,8 milhões foram bloqueados nas contas bancárias dos denunciados.

O advogado Batista Neves Filho, que representa Adilson Santana Passos e seu filho Adilson Santana Passos Júnior, declarou que ainda não teve acesso completo aos documentos do processo e, portanto, optou por não comentar sobre as acusações.

No dia 18 de dezembro, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), vinculado ao Ministério Público estadual, deu início a uma operação denominada Lei Para Todos. As investigações revelaram que entre janeiro de 2010 e janeiro de 2020, um total de 23 empresas foram utilizadas como fachadas para a prática de lavagem de dinheiro, movimentando cerca de R$ 5 bilhões.

Os denunciados enfrentam acusações de lavagem de dinheiro por serem sócios dessas empresas, que segundo os promotores, serviram para injetar recursos obtidos ilegalmente com jogos na economia formal. Parte dessas empresas também teria sido utilizada para proteção patrimonial, sendo financiadas tanto com capital legal quanto com recursos provenientes das atividades ilícitas relacionadas ao jogo.

A análise dos dados financeiros dos envolvidos revelou um expressivo aumento patrimonial. Em um dos casos investigados, o crescimento registrado foi de R$ 9 milhões para mais de R$ 65 milhões ao longo de nove anos.

As investigações indicam que o esquema operava por meio de três núcleos principais: um focado no jogo do bicho, outro nas máquinas caça-níqueis e um terceiro no chamado bicho eletrônico.

O núcleo responsável pelo jogo do bicho é liderado por Adilson Santana Passos Júnior e Leandro Reis Almeida, filhos dos fundadores da Paratodos. Augusto César Requião da Silva é identificado como o responsável pela operação das máquinas caça-níqueis e é sócio da OM Recreativo Administração e Locação Ltda., empresa apontada como sede das atividades ilegais na capital baiana.

A investigação revelou que a OM tinha forte estrutura de segurança nos locais onde operava: muros altos e vigilância armada. O terceiro núcleo é controlado por Maria Tereza Carvalho Luz e Frederico Pedreira Luz, responsáveis pela modernização do jogo do bicho através de um sistema eletrônico desenvolvido pela Projeta Tecnologias e Projetos Ltda.

Os réus identificados na denúncia incluem: Adilson Santana Passos, Adilson Santana Passos Júnior, Augusto César Requião da Silva, Frederico Pedreira Luz, Joana Mascarenhas Requião da Silva, João Carlos Pinto, José Geraldo de Sousa Almeida, José Fernando de Carvalho Júnior, José Luiz de Oliveira Simões, Júlio Vinícius Reis Almeida, Leandro Reis Almeida, Leonardo Reis Almeida, Marcos Augusto Pinto e Maria Teresa Carvalho Luz.

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  • Data: 18/12/2024 07:12
  • Alterado:18/12/2024 19:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: FOLHAPRESS









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