Motoristas de ônibus aprovam greve em São Paulo; Prefeitura suspende rodízio
Após manifestações realizadas nesta quinta, sindicato voltou a se reunir e aprovou paralisação total para esta sexta. Metrô e a CPTM terão operação reforçada
- Data: 06/09/2019 07:09
- Alterado: 06/09/2019 07:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
São Paulo SP 05 09 2019 Sindicato dos motoristas de onibus do municipio de São Paulo durante protetos com varios terminais fechados. No Terminal Princesa Isabel no centro.onibus ocupou avenida Rio Branco com a paralização foto Alan White /Fotos Publicas
Crédito:Alan White /Fotos Publicas
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) aprovou no fim da tarde desta quinta-feira, 5, uma paralisação geral do serviço de ônibus na capital ao longo desta sexta-feira, 6. A decisão foi tomada após um dia de mobilizações nesta quinta, que chegou a fechar 21 dos 30 terminais da cidade e afetou o trânsito em diversas partes da cidade. A Prefeitura decidiu suspender o rodizío de veículos na tarde desta quinta e nesta sexta; o metrô e a CPTM informaram que terão operação reforçada diante da expectativa de aumento de passageiros.
Na assembleia do sindicato, foi informado que o serviço foi retomado na integridade nesta quinta, “para levar o trabalhador para casa”, e que a paralisação terá início a partir da meia-noite. O presidente interino do sindicato, Valmir Santana da Paz, disse ter saído “entristecido” da reunião com a Secretaria Municipal dos Transportes. “Nenhuma das nossas questões foi resolvida. Não vamos deixar trabalhadores perderem seus empregos. Não vamos rodar amanhã (sexta)”, disse.
Na noite desta quinta, a Prefeitura informou que conseguiu junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decisão favorável para aumentar a circulação da frota nesta sexta. Segundo a administração municipal, em razão da característica de serviço essencial, houve a determinação para que se mantenha o funcionamento de no mínimo 70% da frota nos horários de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 50% nos demais horários, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento.
O objetivo da manifestação iniciada nesta quinta, segundo os motoristas, é protestar contra o que chamam de “desmonte” do setor, com uma suposta redução de frota, além de cobrar o pagamento relativo à participação nos lucros e resultados (PLR) por parte das empresas. De acordo com a entidade sindical, havia transferência desse dinheiro prevista para esta quinta, o que não teria ocorrido.
O presidente licenciado do sindicato e deputado federal Valdevan Noventa (PSC-SE), disse que a decisão de paralisação é o “começo de uma batalha”. “Precisamos agir com estratégia e inteligência. Hoje (quinta), os motoristas levam os trabalhadores para casa, mas a partir da meia noite, nenhum ônibus vai rodar. A partir das 8h (desta sexta), vamos trazer os trabalhadores da categoria para um protesto na frente da prefeitura”, declarou. Ele disse que a paralisação seguirá por tempo indeterminado até que a Prefeitura decida negociar com a categoria.
De acordo com o Sindmotoristas, a categoria é contrária à redução de 1,5 mil veículos da frota – sendo que 450 desses ônibus já foram tirados de circulação. A mudança no sistema, ainda segundo a entidade, levaria à demissão de um contingente entre 6 mil e 8 mil funcionários do transporte público. Procurada, a Prefeitura ainda não se manifestou sobre as reivindicações da categoria.
REFLEXOS NESTA SEXTA-FEIRA
A São Paulo Transporte (SPTrans) informou que, às 6 horas, 19 linhas da empresa Sambaíba não estão circulando em função da greve de ônibus na manhã desta sexta-feira, 6. Os 30 terminais municipais estão funcionando e o sistema municipal de transporte público coletivo opera com 70% da frota de veículos para a faixa horária.
Técnicos da SPTrans estão nas ruas desde a madrugada, monitorando a operação do transporte público e orientando passageiros nos terminais e pontos estratégicos da cidade.