Mostra de Música Contemporânea apresenta obras de músicos e compositores capixabas

A programação conta, além dos shows, com webinário sobre temas relacionados às canções apresentadas.

  • Data: 26/01/2022 14:01
  • Alterado: 17/08/2023 10:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Rumos Itaú Cultural
Mostra de Música Contemporânea apresenta obras de músicos e compositores capixabas

Marcelo Trevisan e Hugo Rocha

Crédito:Tati Franklin

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Entre os dias 1 e 6 de fevereiro, acontece a Mostra de Música Contemporânea, programação que tem como proposta dar oportunidade ao público de conhecer um pouco mais sobre a música erudita contemporânea produzida por músicos, autores, compositores e intérpretes no estado do Espírito Santo. Idealizado pelo músico autodidata, poeta, produtor cultural e microempreendedor Marcos Bentes, o projeto, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020, será realizado inteiramente on-line, no canal do Youtube, com bate-papos ao vivo, sempre às 20h, seguidos por apresentações pré-gravadas. 

A programação da Mostra de Música Contemporânea é resultado de uma pesquisa histórica de composições e registros disponíveis de obras que, de alguma forma, estão associadas ao experimentalismo, modernismo, pós-modernismo, vanguarda, som organizado (‘organized sound’), música eletroacústica, improvisação livre, arte, instalação e poesia sonoras, rádio arte, música espectral, minimalismo, serialismo, dodecafonismo, música de invenção, entre outros. Os compositores estudados foram Alceu Camargo, Terezinha Dora, Lycia Bidart, Carlos Cruz, Marcelo Rauta, Jaceguay Lins, Martinez Galimberti, Hugo Rocha, Marcos Bentes, Paula Galama e GEXS – Grupo de Música Experimental.

Segue abaixo a programação dia a dia da mostra, composta por conversas e apresentações:

Dia 1 de fevereiro

Abrindo a programação, o webinário apresenta a conversa Base musical erudita, reunindo a pianista Paula Galama, Doutora em Música com ênfase em performance pela University of Kentucky, nos Estados Unidos, e o também pianista Claudio Thompson, Mestre em Música (Práticas Interpretativas – Piano) pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Com mediação de Marcos Bentes, eles abordam a obra de Alceu Camargo (1907 – 2001) e a estruturação institucional da música erudita capixaba, do Rio de janeiro ao Espírito Santo. Ainda, tendo Terezinha Dora (1936 – 2017) como referência de atuação e engajamento como artista mulher e compositora, debatem sobre o que mudou para o gênero até hoje.

Depois, Paula Galama e Claudio Thompson apresentam músicas de Terezinha e de Alceu Camargo, que foram nomes que figuraram em periódicos capixabas e nacionais no século passado, mas que tiveram suas obras pouco difundidas. No show, Thompson interpreta no piano as canções Chorinho e Velha Canção, de Terezinha, e Melodia e Divagando, de Camargo. Acompanhada de Sanny Souza no cello, Paula, também ao piano, executa Canção Melancólica, Suave Melodia, Enlevo e Seresta, todas de Camargo.

Dia 2 de fevereiro

O bate-papo do segundo dia de webinário também é com Paula Galama e Claudio Thompson, mediado por Bentes, tendo desta vez como tema Diversidade, interação com outras artes e culturas originárias. O encontro introduz a apresentação da noite, que conta com composições de Lycia Bidart (1910-1990) e Jaceguay Lins (1947-2004). Sobre Lycia, os convidados abordam o pioneirismo feminino e as mudanças para os dias atuais. Já sobre Jaceguay Lins, pernambucano que teve uma longa atuação no Espírito Santo, o bate-papo segue em direção ao estilo vanguardista e a fusão da música erudita com as práticas culturais folclóricas em suas obras.

Na apresentação posterior à conversa, a canção Noite, de Lycia Bidart, é tocada por Thompson. As obras de Jaceguay Lins apresentadas na mostra, por sua vez, são fragmentos resgatados de uma obra em construção, mas abandonada: trata-se de Itinerário de Riobaldo e Letreiros, partes cavadas de uma obra pensada para orquestra, em um projeto que pretendia ressignificar a obra literária Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa. A interpretação fica a cargo de Paula Galama, acompanhada por José Benedito na flauta, Martinez Galimberti na viola, Michael Hochreiter no contrabaixo e Ariana Fernandes nos fagotes.

Dia 3 de fevereiro

Contemporâneo experimental da música capixaba é o título da conversa on-line deste dia, conduzida pelo compositor ítalo-brasileiro Marcelo Rauta e pelo pianista Willian Lizardo, Mestre em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. No encontro, que conta com mediação feita por Paula Galama, eles falam sobre compositores capixabas de projeção nacional e a utilização de elementos da estética neotonal – novo tratamento do sistema tonal, implementado a partir da metade do século 20.

Os compositores homenageados na apresentação da noite são Carlos Cruz e o próprio Marcelo Rauta, que têm produções importantes na música capixaba. Cruz e Rauta são considerados compositores capixabas de grande projeção no país e com uma vasta obra, abrangendo várias formações instrumentais. Os dois têm em comum a adesão ao neotonalismo musical, frequentemente trabalhado por outros compositores brasileiros.

As obras escolhidas de Carlos Cruz fazem parte de Brasil: Música na história, um caderno de obras progressivas para piano onde o autor perpassa momentos importantes da história do país. Senzala, Indianismo e Inconfidência Mineira serão interpretadas por Willian Lizardo, que apresenta, ainda, Sonata no 2, de Marcelo Rauta – também deste compositor a música Estudo para Trompete e Piano, que Paula Galama apresenta no show, junto ao trompetista Antônio Cardoso.

Dia 4 de fevereiro

A programação tem início com Novos rumos e possibilidades sonoras: ondas de invenção 1, a primeira de três conversas sobre as potencialidades na academia e sobre a dinâmica atual imposta pelo ritmo e a diversidade percussiva. Novamente mediado por Marcos Bentes, o encontro conta com a participação de Léo de Paula, Bacharel em Música com Habilitação em Percussão Erudita pela Faculdade de Música do Espírito Santo “Mauricio de Oliveira”, e o Mestre em Performance pela Universidade Federal de Minas Gerais, Martinez Galimberti.

Na sequência, é exibido um vídeo com Hugo Rocha e Martinez Galimberti interpretando composições próprias. São elas: Fantasia para Duas Tubas e Percussão, com Hugo Rocha na percussão, e Deivid Peleje e Wesley Arruda, nas tubas; Duo Dramático, tocada por Rocha junto a Marcelo Trevisan, na clarineta; e Areia ao Vento, de Galimberti, apresentada por ele na viola e efeitos.

Dia 5 de fevereiro

No penúltimo dia, o debate Novos rumos e possibilidades sonoras: ondas de invenção 2 dá continuidade ao tema da noite anterior, desta vez abordando a tradição da música erudita ocidental, sua escrita, conceitos e concertos. A conversa é com o músico e compositor Martinez Galimberti e Rúbia de Moraes, Bacharela em Música com Habilitação em Flauta Transversal pela Universidade Federal de Minas Gerais. A mediação é feita por Bentes, que, com sons e ruídos caseiros, apresenta a composição autoral Motus 5 (1ª parte). A atividade conta, ainda, com o Trio Nessos interpretando Aporia, de Galimbert.

6 de fevereiro

A Mostra de Música Contemporânea fecha sua programação com Novos rumos e possibilidades sonoras: ondas de invenção 3, encontro final sobre o assunto, contando com a participação de Marcus Neves, artista sonoro, sound designer e Mestre em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo. O encerramento das apresentações fica por conta do Grupo de Experimentação Sonora, que interpreta Fragmentos Pandêmicos, de autoria própria, e com Marcos Bentes tocando Motus 5 (2ª parte), continuação da composição interpretada no dia anterior.

SERVIÇO:

Rumos Itaú Cultural 2019-2020

Mostra de Música Contemporânea

De 1 a 6 de fevereiro

Em https://www.youtube.com/channel/UCbq0qDhWHl4GPrudJsqGvTQ

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  • Data: 26/01/2022 02:01
  • Alterado:17/08/2023 10:08
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  • Fonte: Rumos Itaú Cultural









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