Mocidade, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela fecham desfiles do grupo especial na Sapucaí

Portela fechará os desfiles com uma homenagem a Milton Nascimento.

  • Data: 04/03/2025 14:03
  • Alterado: 04/03/2025 14:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: FOLHAPRESS
Mocidade, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela fecham desfiles do grupo especial na Sapucaí

Carnaval

Crédito:Gustavo Domingues - RioTur

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Nesta terça-feira (4), a Sapucaí terá pela primeira vez uma terceira noite de desfiles. Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela vão estrear o novo formato.

Desde a inauguração do sambódromo, em 1984, os desfiles das escolas do Grupo Especial aconteciam apenas no domingo e na segunda-feira de Carnaval. A mudança visa dar mais destaque a cada escola, sem que nenhuma desfile com o dia claro.

A terceira noite terá enredos com temáticas distintas, que contarão ao público histórias como uma viagem intergaláctica, a trajetória da primeira mulher trans documentada no Brasil, um mergulho nas águas paraenses e uma homenagem a Milton Nascimento.

A Mocidade Independente de Padre Miguel, com seis títulos, levará à avenida o enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites para sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage (In memoriam). A palavra “sonhar” remete a um dos grandes sambas-enredos do Carnaval carioca, “Sonhar não custa nada, ou quase nada”, também de Renato Lage, pela Mocidade, em 1992. Na época, a escola sonhava com o terceiro título consecutivo, mas foi vice-campeã.

O que a gente faz de agora em diante? É máquina? Ser humano? É uma grande reflexão. Vamos mostrar na avenida grandes pontos de reflexão sobre essa tecnologia que sempre sonhamos, que é contemporânea e o mundo de hoje”, afirmou Mauro Amorim, diretor de carnaval da escola.

A Paraíso do Tuiuti entrará em seguida, com a história de Xica Manicongo, uma das primeiras mulheres trans documentada no Brasil. Nascida na África, foi trazida como escravizada e forçada a negar sua identidade, mas encontrou refúgio entre os tupinambás, foi acolhida e virou lenda.

“Além do carnavalesco, da pessoa que trabalha, tem alguém olhando para o ser humano. A escolha desse tema fala diretamente para o ser humano, e Xica Manicongo traz a oportunidade de falar sobre a transcestralidade e a importância da figura LGBT e das pessoas trans na história do mundo”, disse Jack Vasconcelos, carnavalesco.

A Grande Rio será a terceira escola a desfilar, com um tema que explora as águas do Pará. O enredo “Pororocas Parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, será assinado por Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Segundo os carnavalescos, além da pesquisa em livros e documentos, a oralidade foi crucial para a construção do desfile.

O desfile também marcará a despedida da rainha de bateria da escola, Paolla Oliveira, que anunciou que deixará o posto após o Carnaval para se dedicar à carreira de atriz.

A Portela, maior campeã do Carnaval carioca com 22 títulos, fechará os desfiles das três noites com uma homenagem a Milton Nascimento, 82.

O enredo será estruturado como uma procissão que representa a trajetória de Milton, desde suas raízes mineiras até o reconhecimento internacional. Será a primeira vez que a Portela presta homenagem a um artista em vida, com o samba “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”.

“Durante todos esses anos, já vivi tantas coisas que jamais imaginei que o universo ainda me reservaria esse momento. Viver uma experiência dessas é algo tão forte que nem sei como descrever. Mas uma coisa é certa: meu coração, agora em azul e branco, pulsa por vocês”, disse Milton sobre a homenagem, durante um ensaio na quadra da escola.

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  • Data: 04/03/2025 02:03
  • Alterado:04/03/2025 14:03
  • Autor: Redação
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