Mitos e verdades sobre a menopausa precoce
Dra. Beatriz Tupinambá explica como isso pode afetar a saúde da mulher
- Data: 20/06/2023 14:06
- Alterado: 20/06/2023 14:06
- Autor: Redação
- Fonte: Dra. Beatriz Tupinambá
Mitos e verdades sobre a menopausa precoce
Crédito:Beatriz Tupinambá
Sensação de calor intenso, dificuldade para dormir, diminuição da libido e oscilações de humor. Todos esses sintomas fazem parte da menopausa, uma fase que acompanha as mulheres por volta dos 50 anos e representa o fim da menstruação e período fértil. Mas e quando esse momento é antecipado? O que desencadeia a menopausa precoce?
A ginecologista carioca, Dra. Beatriz Tupinambá, que também é especialista em longevidade da medicina e reprodução humana, estudou sobre a condição que atinge a 1% da população feminina. “Diante da menopausa precoce, é de suma importância que a paciente comece a tratar pois o fim do período fértil ainda na fase jovem aumenta o aparecimento de doenças como alzheimer e diabetes”, alerta a médica.
Ela separou alguns mitos e verdades sobre o assunto:
Dez dúvidas sobre a menopausa precoce:
1. Fatores hereditários podem influenciar na menopausa precoce.
Verdade. O histórico familiar é importante e pode influenciar nos casos de menopausa precoce. Se a mãe ou as irmãs entraram cedo na menopausa, essa chance aumenta.
2. Nosso estilo de vida tem culpa no cartório.
Verdade. Sedentarismo, má alimentação, tabagismo e estresse são fatores que prejudicam a saúde e desequilibram o nosso organismo. Os compostos químicos do cigarro, por exemplo, alteram a atividade do estrogênio e da progesterona, acelerando o progresso da menopausa.
3. Podemos prevenir a menopausa precoce.
Depende. Hábitos de vida saudáveis podem ajudar a manter as funções do organismo, mas não há como impedir totalmente em casos de fatores hereditários ou uso de alguns medicamentos quimioterápicos, por exemplo.
4. Uso de pílulas anticoncepcionais durante muitos anos é uma das causas da menopausa precoce.
Mito. O uso de métodos anticoncepcionais – sejam contínuos ou não – não antecipam nem retardam a menopausa.
5. Menopausa precoce pode ser reversível (naturalmente ou com tratamento).
Mito. Não há formas de reverter a menopausa precoce. Os tratamentos como a TRH (Terapia de Reposição Hormonal) reequilibram os níveis de hormônio, minimizam os sintomas, mas não recuperam a função dos ovários.
6. Não existe alternativa para quem deseja engravidar e entra na menopausa precoce.
Depende. As mulheres que têm histórico familiar e, portanto, estão cientes de sua predisposição à menopausa precoce podem tomar algumas medidas, como estimulação ovariana, congelamento de óvulos, ovodoação etc. Felizmente, a medicina conta com recursos modernos para realizar o sonho da maternidade por meio da fertilização in vitro.
7. É possível estimar com antecedência a idade que a mulher vai entrar no climatério ou menopausa.
Mito. Não há como precisar essa idade. O que existe é um exame capaz de analisar a reserva ovariana. Sabendo que sua mãe teve menopausa precoce, uma mulher jovem pode fazer o exame anti-mulleriano (HAM) para avaliar se ainda há tempo para esperar por uma gravidez natural, se é hora de ter um filho ou se é o caso de pensar no congelamento de óvulos, por exemplo.
8. Tratamentos contra o câncer e alguns tipos de medicamentos podem acelerar a menopausa.
Verdade. Algumas medicações usadas na quimioterapia podem levar à menopausa precoce (em alguns casos, reversível). A radioterapia, se aplicada na região dos ovários, também pode induzir à menopausa.
9. Histerectomia têm influência no início precoce da menopausa.
Mito. A histerectomia é a cirurgia de retirada do útero e, normalmente, não impede o funcionamento dos ovários. Evidentemente, em casos de histerectomia seguida de ooforectomia – remoção dos ovários, a mulher enfrenta os sintomas da menopausa, uma vez que não terá mais a produção dos hormônios.
10. Nosso comportamento sexual determina o início da menopausa.
Mito. A frequência sexual não tem relação com a menopausa. Ter uma vida sexual ativa e de qualidade é importante e faz parte da saúde da mulher, mas não significa que vai influenciar na produção dos hormônios pelos ovários.