Ministério ‘vitrine de obras’, Infraestrutura ganha reforço de R$ 1 bi
Segundo o ministro, o valor ainda não deve ser suficiente para as demandas do órgão
- Data: 03/07/2021 15:07
- Alterado: 03/07/2021 15:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realiza audiência pública para avaliar plano de privatizações do governo. Em pronunciamento, secretário de coordenação de projetos da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Secretaria Geral da Presidência da República, Tarcísio Gomes de Freitas. Foto: Pedro França/Agência Senado
Crédito:Divulgação
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, conseguiu aval do presidente Jair Bolsonaro para acrescentar R$ 1 bilhão ao orçamento da pasta neste ano, mas ainda quer mais. Segundo o ministro, o valor ainda não deve ser suficiente para as demandas do órgão, cujos resultados são considerados um dos trunfos de Bolsonaro para tentar se reeleger em 2022. No total, o ministro pede mais R$ 2,4 bilhões à previsão orçamentária do ano.
Em ritmo de campanha eleitoral, o presidente tem aproveitado a inauguração de obras públicas da pasta para viajar pelo País. Segundo o balanço apresentado ontem pelo ministério, foram 51 empreendimentos entregues no primeiro semestre, e 17 obras iniciadas, retomadas ou autorizadas.
Reforçando o discurso do chefe, Tarcísio afirmou que o foco da pasta, em relação a investimentos públicos, é entregar o que já estava em andamento. “Obras paradas não geram taxa de retorno”, disse o ministro da Infraestrutura.
“Nós temos uma necessidade, e o presidente compreendeu muito bem isso, e determinou ao Ministério da Economia que tentasse num primeiro momento passar R$ 1 bilhão para nós, importante para manter uma série de obras em andamento. Tentamos fazer um movimento por ondas, recebe esse R$ 1 bilhão, estica, consegue chegar ali até setembro, manter as obras, mas é necessário mais” afirmou. Segundo ele, apenas o programa de recuperação funcional de rodovias elaborado pelo ministério consome R$ 5 bilhões – metade neste ano e o restante em 2022.
Tarcísio argumentou que as realocações de recursos são um processo natural para evitar que, num cenário de restrição fiscal, a União feche o ano com pastas precisando de mais dinheiro, diante de uma alta execução, e, por outro lado, com empoçamento de recursos em outras áreas. Ou seja, o reforço no caixa da Infraestrutura vai significar a perda para outro ministério.
“À medida que o exercício vai passando, tem de buscar esse empoçamento e ir transferindo as áreas que estão performando e que têm condições de performar”, afirmou Tarcísio, acrescentando que, historicamente, o Ministério da Infraestrutura dispunha de volume de recursos muito superior ao atual e que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) tem condições de executar sozinho R$ 1 bilhão em obras por mês.
Antes de falar sobre o pedido de mais recursos, Tarcísio fez uma introdução para afirmar que a pasta é “extremamente aderente” ao controle de gastos apregoado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Citando o “esforço” do colega para perseguir essa agenda o ministro disse que a pasta tem se adaptado ao cenário de restrição fiscal, visto que poderia executar muito mais do que o orçamento previsto hoje.
“Era necessário controlar a trajetória da dívida, já que a gente tinha movimento explosivo de gastos. E nós, do Ministério da Infraestrutura, estamos aderentes a esse esforço, que começou lá atrás e tem sido perseguido insistentemente pelo Ministério da Economia. O benefício do controle de gastos é a gente ter patamar de juros civilizado”, afirmou Tarcísio.
Leilões
O ministro também falou sobre os resultados de leilões de concessão realizados no primeiro semestre. Com destaque para a Infra Week, que apenas em uma semana garantiu R$ 10 bilhões para melhorias em aeroportos, terminais portuários e setor ferroviário, a pasta leiloou nos primeiros seis meses do ano 29 ativos, que vão garantir R$ 18,89 bilhões em investimentos.
Tarcísio afirmou que os leilões realizados no primeiro semestre, como a concessão de 22 aeroportos, mostram a relação de confiança do País com o setor privado.