Ministério Público investiga R. R. Soares após fake news sobre Pix
Pastor afirma, em programa televisivo, que governo federal planeja tributar transações via Pix, gerando denúncia por desinformação
- Data: 17/01/2025 18:01
- Alterado: 17/01/2025 18:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: MP-SP
R. R. Soares
Crédito:Reprodução
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) foi acionado em decorrência das declarações do pastor R. R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, que, durante o programa Show da Fé na TV Bandeirantes, afirmou que o governo federal estaria planejando a cobrança de impostos sobre todas as transações financeiras e sugeriu a existência de uma “campanha contra o Pix“.
A denúncia foi formalizada pelo deputado estadual Guilherme Cortez, do PSOL, que acusa o líder religioso de propagar informações enganosas. O incidente ocorreu na segunda-feira, dia 13, em meio a uma crescente onda de desinformação relacionada a uma instrução normativa da Receita Federal que visava aumentar a fiscalização sobre operações realizadas por meio do sistema de pagamentos instantâneos Pix. Em resposta ao tumulto gerado pela comunicação confusa, o governo liderado por Lula revogou a norma no dia 15.
Durante sua transmissão, Soares declarou: “Está acontecendo uma campanha contra o Pix. Só porque a pessoa ajuda um parente ou amigo sem custo algum, já querem cobrar imposto. Eles cobram imposto de tudo, e um dia vão cobrar imposto da gente. É uma maldade que querem fazer.” Essas afirmações foram feitas enquanto ele solicitava doações aos seus seguidores.
No documento enviado ao MP-SP, Cortez ressaltou que “a disseminação de conteúdos desinformativos em grande escala, especialmente através de programas televisivos, provoca desordem informacional e compromete o acesso da população a informações verídicas”. Ele solicita que o órgão tome as “medidas cabíveis” para investigar as alegações feitas pelo pastor.
A Band, responsável pela exibição do Show da Fé, informou que o programa opera de maneira independente e não se manifestou sobre a produção da atração.
O episódio levanta questões sobre a responsabilidade dos meios de comunicação na veiculação de informações e os impactos das declarações proferidas por figuras públicas no entendimento da população sobre assuntos financeiros e tributários.