Michel Temer critica concentração de poder e defende descentralização no Brasil
Durante o Encontro Mato-grossense de Municípios, ex-presidente Michel Temer expressou preocupações sobre a centralização do poder no país e a cultura política autoritária
- Data: 18/02/2025 19:02
- Alterado: 18/02/2025 19:02
- Autor: Redação
- Fonte: MDB
O ex-presidente Michel Temer, (MDB), participou nesta terça-feira (18) do Encontro Mato-grossense de Municípios, onde expressou suas preocupações sobre a estrutura de poder no Brasil. Ele ressaltou que o país sofre com uma “visão centralizadora do poder”, fenômeno que, segundo ele, tem raízes históricas que remontam ao período colonial.
Análise sobre o arcabouço jurídico e a concentração de poder
Em suas declarações, Temer destacou que o arcabouço jurídico brasileiro confere ‘uma ênfase excessiva à União’, muitas vezes em detrimento das esferas estaduais e municipais. “Aqui no Brasil temos uma visão centralizadora do poder. Não apenas isso, mas a ordem jurídica nacional acaba dando relevância extraordinária para a União”, afirmou o ex-presidente.
Reflexões sobre a mentalidade autoritária e a democracia
Fazendo uma reflexão sobre a história política brasileira, Temer caracterizou essa mentalidade centralizadora como, em algumas situações, “autoritária”. Ele apontou que, além da classe política, a cultura política do país, influenciando também a imprensa, contribui para a aceitação de atitudes autoritárias ao longo da história. “Isso é incompatível com a democracia estabelecida pela Constituição de 1988”, enfatizou.
A autoridade do presidente da República segundo Temer
Em sua crítica à concentração de poder nas mãos do presidente da República, Temer argumentou que a figura presidencial deve ser vista como uma “autoridade secundária” dentro da estrutura governamental. “Eu fui presidente da República, mas eu era autoridade secundária. E essa autoridade deve prestar obediência à vontade primária, que está expressa no texto constitucional”, concluiu.