Metalúrgicos interditam rodovia Tamoios após atraso de salário
O protesto foi feito após os trabalhadores receberem comunicado da empresa informando que o salário não seria pago nesta terça (5), em razão de "tramitações bancárias"
- Data: 06/12/2023 14:12
- Alterado: 06/12/2023 14:12
- Autor: Ana Paula Branco
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução
Em greve há mais de um ano, metalúrgicos da Avibras fecharam na manhã desta quarta-feira (6) dois quilômetros da rodovia Tamoios, no trecho que liga o vale do Paraíba ao litoral norte de São Paulo. O protesto foi feito após os trabalhadores receberem comunicado da empresa informando que o salário não seria pago nesta terça (5), em razão de “tramitações bancárias”, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
A entidade afirma que os profissionais estão há nove meses sem receber.
À Folha de S.Paulo, a Avibras informa que o pagamento das duas folhas salariais e do abono está garantido e será feito em breve. “A empresa reforça o seu empenho e compromisso com a sua recuperação econômico-financeira, com os seus colaboradores, parceiros e clientes”, diz, em nota.
A Avibras é uma das pioneiras no Brasil em construção de aeronaves, desenvolvimento e fabricação de veículos espaciais para fins civis e militares.
Segundo o sindicato, a empresa havia se comprometido a pagar dois meses de salário e um abono de R$ 1.000 pela campanha salarial, entre os dias 30 de novembro e 5 de dezembro, desde que um grupo de 200 trabalhadores voltasse à fábrica para produzir 1.200 foguetes comprados pelo governo da Malásia.
O acordo extraordinário foi aprovado em assembleia, e a produção dos foguetes foi concluída em outubro. No entanto, a categoria afirma que a direção da fábrica não fez o pagamento.
Cerca de 50 trabalhadores participaram do protesto na Tamoios. Após a passeata, os manifestantes encerraram o ato na unidade da Avibras em Jacareí.
GREVE DESDE SETEMBRO DE 2022
Os metalúrgicos da Avibras entraram em greve em 9 de setembro de 2022, após atrasos salariais. O sindicato dos trabalhadores afirma que, desde então, os pagamentos são esporádicos.
O presidente do sindicato, Weller Gonçalves, diz que a Avibras não tem mais credibilidade entre os funcionários e pede que a empresa se torne uma estatal.