Meningite na infância: sinais, sintomas e tratamento
Transmitida por gotículas respiratórias, a doença pode causar sequelas ou ser fatal, reforçando a importância da prevenção
- Data: 16/10/2024 12:10
- Alterado: 16/10/2024 12:10
- Autor: Redação
- Fonte: SPI
Saúde
Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil
Conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registrados 26.132 casos de meningite no Brasil em 2023. Desses, 16.445 foram confirmados, o que corresponde a 62,9% do total. Em 2024, até o momento já forma notificados 15.580 casos, com 8.357 confirmações, representando 53,6%. No período acumulado de 2023 a 2024, foram notificados 41.712 casos, dos quais 24.802 foram confirmados, correspondendo a 59,5% do total.
Um outro dado do Ministério da Saúde, que trata sobre as meningites mais frequentes considerando o período de 2007 a 2020, mostrou que do total de casos confirmados, a meningite viral foi mais frequente do que a bacteriana.
Como explica o Dr. Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, médico infectologista e Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), “a meningite viral tende a ser menos grave e tem uma progressão mais branda do que a bacteriana, que geralmente é mais grave e pode progredir rapidamente, causando complicações sérias se não for tratada prontamente”, explica.
O especialista reforça que nem todos os pacientes expostos à meningite bacteriana, como aqueles que são infectados pelo meningococo, necessariamente desenvolvem a doença, pois o organismo pode se defender por meio da produção de anticorpos após o contato com essas bactérias, adquirindo, assim, resistência à infecção. “No entanto, crianças de 6 meses a 1 ano são particularmente vulneráveis ao meningococo, já que geralmente ainda não desenvolveram anticorpos suficientes para combatê-lo”, ressalta o Dr. Carlos.
Sinais e sintomas
O artigo “Sintomas pré-hospitalares associados à meningite bacteriana aguda diferem entre crianças e adultos” (tradução livre) publicada na Revista Nature, em dezembro de 2023, explica que, como parte dos sintomas, as crianças são mais propensas a apresentar febre, fadiga, erupções cutâneas e rigidez de nuca, como destacados abaixo:
Febre alta: a febre é frequentemente um dos primeiros sintomas e pode ser alta, muitas vezes acompanhada de calafrios.
Irritabilidade e choro:os bebês e as crianças podem ficar irritados e chorar mais do que o habitual, especialmente quando são tocados ou manuseados. Os adolescentes podem apresentar irritações, pois os sintomas, como a dor e febre, podem aumentar o estresse.
Rigidez no pescoço:rigidez no pescoço é um sinal clássico de meningite. Em bebês, isso pode ser percebido pela dificuldade em movimentar o pescoço ou pela resistência ao dobrar o queixo em direção ao peito.
Erupções cutâneas e manchas na pele:algumas crianças e adolescentes podem desenvolver manchas vermelhas ou roxas na pele que não desaparecem quando pressionadas.
Sonolência, fadiga e letargia:bebês e crianças podem parecer mais sonolentos do que o habitual e podem ser difíceis de acordar. Os adolescentes podem apresentar também dificuldade em se concentrar, confusão ou alterações no estado de consciência.
Tratamentos
A meningite bacteriana requer tratamento imediato com antibióticos intravenosos para combater a infecção, e o tratamento geralmente é administrado em ambiente hospitalar. Já a meningite viral geralmente não responde aos antibióticos, pois é causada por vírus. Por isso, o tratamento visa aliviar os sintomas e pode incluir repouso, hidratação e medicamentos para controle da febre e da dor. Em casos graves, podem ser necessários medicamentos antivirais específicos.
Segundo o Dr. Carlos, “devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite bacteriana em bebês, crianças e adolescentes sempre são internados nos hospitais. Portanto, ao suspeitar de um caso, é urgente que os pais ou responsáveis procurem por um pronto-socorro para avaliação médica”, afirma.